SERVIÇOS DE UTILIDADE
PUBLICA
Não há comentador, jornalista,
ministro, secretário de estado ou assessor, melhor ou pior pago, que não fale
de serviço público. Para baralhar mais o Conselheiro, já alguém lhe chamou o
Deng Xiao Ping português, porque a exemplo deste não pertence ao governo, nem
ao Partido mas manda no país, disse perante as câmaras da TVI, que se pode
vender a RTP e ela continuar a ser Serviço de Utilidade Pública.
Pasme – se o grupo capitalista
que comprar este canal de televisão, baratinho (pois está cheio de dívidas!) não
irá lucrar em nada; pois terá que continuar a fornecer um serviço económico e
tablado para todos os portugueses do continente e ilhas adjacentes.
Regressemos quatrocentos anos para trás, ao
reinado de Jaime de Inglaterra. Nessa época foi fundada a cidade de Jamestown e
um grande descontentamento manifestou-se entre os viajantes que tinham de
atravessar os rios em barcaças. Os barqueiros tinham uma posição privilegiada e
exigiam direitos abusivos. Mau serviço e tarifas elevadas fizeram que muitos
viajantes arriscassem, correndo muitos perigos, passar a nado ou fossem
obrigados a grandes desvios.
Estes passadores ganharam
durante anos muito dinheiro o que se tornou um escândalo público até que Lord
Hale ( 1609 -1676) estabeleceu um regulamento de policia, que determinava a profissão de passador diferente das outras. Pois esta revestia-se
de um caracter público, e que impor tarifas excessivas era contrário ao
interesse geral. “ Cada barcaça devia ser submetida a um regulamento, a saber:
assegurar um serviço continuo com um barco em bom estado por meio de uma
portagem razoável”.
Em poucas palavras este Lord, contemporâneo
de Shakespeare, definiu o serviço de utilidade pública.
Até aos nossos dias muitos
outros serviços juntaram-se à passagem do rio e à lista das utilidades
públicas: transportes, distribuição de água, saneamento básico, gaz, eletricidade,
rádio e televisão.
Ao nosso governo compete como
fez Lord Hale publicar normas que defendam o povo e imponham tarifas razoáveis
aos bens de interesse público. As riquezas naturais de um país, como a água, as
barragens, em suma as forças hidro elétricas pertencem ao povo e compete aos
governantes controlá-las.
Esta história da história vem
contada no livro, de Franklin Roosevelt, Looking
Forward,* no capitulo VIII que termina com o seguinte texto:- “ O governo
federal não abandonará nunca a sua soberania e o seu direito de controlo sobre os
recursos naturais do país, enquanto for Presidente dos Estados Unidos”.
*Livro que aconselho vivamente a leitura aos nossos
governantes
Sem comentários:
Enviar um comentário