segunda-feira, 28 de janeiro de 2013
quinta-feira, 17 de janeiro de 2013
Validade dos Medicamentos
A VALIDADE DOS MEDICAMENTOS
Filho de médico, lembro – me de em minha casa haver um
armário com inúmeras amostras de medicamentos, dados pela propaganda médica.
Quando estávamos doentes eu e os meus irmãos, sob orientação do meu
pai-pediatra, íamos ao armário e retirávamos o antipirético ou o antibiótico
sem ligarmos à validade. Aliás nessa época, anos cinquenta, nas embalagens dos
remédios não estava inscrita nenhuma data do término do medicamento. E nunca
nos aconteceu nada de mal e curávamos sempre as doenças.
Será que os prazos de
validade dos medicamentos são abusivamente curtas?
Esta minha pesquisa, deve-se ao facto do medicamento Tamiflu (anis
- estrelado), o grande negócio de Donald Rumsfeld e da Roche devido ao medo da gripe A estar a terminar os cinco anos de validade e muitos países terem de
destruir quantidades enormes do medicamento.
A OMS, como sempre de há uns anos a esta parte, lava as suas
mãos e diz: -” Os governos que decidam”, mas a nossa opinião e do laboratório
Roche é que o prazo de validade pode ser de 7 anos.
Como disse, o nosso Gil Vicente, na “Farsa dos Físicos”, Cant'eu não posso entender/ Estes Físicos,
senhor/ …........” Pardeos, em grande embaraço”/ “Vejo eu estes Doutores”.
O nosso governo decidiu prolongar o prazo por mais 2 anos. Decisão sábia da
DGSaude.
Um estudo publicado nos Archives of Internal Medicine interroga-se
sobre as práticas actuais da indústria farmacêutica na determinação das datas
de expiração dos medicamentos.
Uma equipa da universidade de San Diego, Califórnia,
encontraram por acaso, num velho boticário americano, medicamentos que tinham
expirado o seu prazo há 28 e 40 anos. Os investigadores ficaram espantados
quando constataram que a maioria dos princípios activos destes medicamentos
estava presentes em quantidades aceitáveis. Garanto-vos que não era uma equipa
paga pelo nosso Ministro da Saúde.
O artigo continua e mostra a presença dos 15 princípios
activos contidos nos medicamentos. Só a aspirina e uma anfetamina estavam muito
degradados. Não querendo entrar em pormenores técnicos, para não maçar os meus
seguidores, digo apenas, que os resultados obtidos foram a favor
da eficácia da maioria dos medicamentos analisados.
Os autores referem-se a um programa militar americano, Shelf-Life Extension Programme, que
permite utilizar medicamentos fora de prazo depois da verificação da sua
eficácia, o que pode gerar economias enormes no budget da saúde.
O ano passado, na Suiça, a Associação dos médicos do cantão
de Genebra denunciou, igualmente os prazos abusivamente curtos da vida dos
medicamentos e isto depois de ter sido destruído um stock de 900 caixas de
Tamiflu expiradas, com um custo de 22 000 euros. Os cantões de Vaud e Friburgo,
mais desconfiados, continuaram a utilizá – los, com o beneplácito da Roche, por
mais dois anos.
Segundo os laboratórios o prazo de validade é baseado em
testes efectuados, depois do fabrico no segundo e quinto ano.
Faço minhas as palavras de Maury Pasquier, membro do Partido
socialista suíço, porque param de testar no quinto ano, nada nos garante que a
validade de um medicamento não poderia ser mais longa.
Esta militante socialista, apoia-se num estudo feito pela Food
and Drug Administration que mostra que um grande número de medicamentos
guardados nas condições correctas conserva 90% da sua eficácia, durante pelo
menos cinco anos depois da data de expiração. O stock de medicamentos devem
estar guardados em lugares secos e os sólidos são mais estáveis que os
líquidos.
Este post foi baseado no artigo de Armandine Ceccaldi,
publicado em 27/12/2012; no jornal on – line, JIMfr
terça-feira, 15 de janeiro de 2013
ACIDENTE POR ARMA DE FOGO
A América ou mais precisamente os Estados Unidos da América continuam a discussão da venda livre de armas. Muitas vozes de personagens celebres, como Clint Eastwood, defendem objectivamente os armeiros e o negócio das armas
Onde é que este assunto se imbrica com a saúde, tornando-se um verdadeiro problema de saúde pública em todos estes países.
Em um editorial publicado no New England Journal of Medicine, Garen J. Wintemute, lembra que os massacres mediáticos dos últimos meses: Newton e Aurora, são uma pequena parte no numero de pessoas mortas e feridas por arma de fogo nos Estados Unidos.
Em 2011, 88 americanos morreram todos os dias, por essa causa, e 202 foram feridos.
Segundo o autor do artigo mais do que em acidentes de estrada.
DUAS VEZES MAIS DE PROBABILIDADES DE MORRER BALEADO DO QUE DE DOENÇA ONCOLÓGICA
Outro editorial ( Boston Children's Hospital) alerta que em 2010 os ferimentos por arma de fogo provocaram a morte de 6570 crianças e adolescentes ou sejam 17 por dia. Torna-se a principal ameaça de morte para as crianças americanas. Duas vezes mais elevado que a morte por cancro, cinco vezes mais que as doenças cardiovasculares e quinze vezes que por doenças infecto-contagiosas.
A Academia Americana de Pediatria, face a esta situação recomendou, em Outubro de 2012, que não existissem armas de fogo nas residências e comunidades frequentadas por crianças e adolescentes. Os pediatras juntaram à sua mensagem do perigo dos acidentes domésticos mais este aviso. Esta mensagem foi redobrada nos casos em que se detectaram na criança ou no adolescente problemas mentais ou de comportamento.
Esta acção é necessária e meritória mas duvido que os resultados sejam positivos. A prevenção deve estar associada ao esclarecimento mas as leis publicadas terão de ser cumpridas.
A força dos armeiros é tal ordem, que em estados, como o da Florida, a palavra dos pediatras foi silenciada, por intermédio da publicação de legislação que considerou ilegal as intervenções preventivas dos médicos junto às famílias que possuíam armas. Uma acção judiciária foi interposta, neste estado, pela AAP ( associação de pediatria).
A Associação ganhou e a lei foi prorrogada por ordem de um tribunal em Miami. Contudo, o governador fez apelo de esta decisão e leis semelhantes foram entretanto introduzidas em três outros estados.
Ao mesmo tempo, o Congresso restringiu as actividades de investigação do CDC e Prevenção ( espécie de infarmed, mas com componente preventiva) respeitantes aos ferimentos e mortes por bala.
Por cá, felizmente, não existe comparação, porém as mortes por acidente nas crianças continuam a ser a primeira causa de morte e de incapacidade permanente, neste grupo etário.
Não há qualquer duvida que são problemas de saúde publica e que a solução é preventiva. Parece que os nossos secretários de estado da saúde não estão muito preocupados com esta causa de morte, e demagogicamente atiram a culpa para os cidadãos culpando-os de fumar e comer gorduras e doces.
Srs Secretários de Estado da Saúde, as campanhas de prevenção devem ser feitas por técnicos de saúde e custam dinheiro. E já agora, que tal acções de esclarecimento no combate aos acidentes na RTP, seria um bom serviço ao público.
quinta-feira, 10 de janeiro de 2013
GRANDES DE ESPANHA
Em Junho de 1937, o jornal PRESENÇA assinala a morte de dois Grandes de Espanha: Miguel de Unamuno e Frederico Garcia Lorca. Como se pode ler no artigo, os jornais portugueses não deram conta da morte de Lorca ....única excepção "O Diabo", jornal de combate antifascista, que indevidamente, Vera Lagoa, depois do 25 de Abril, usurpa o seu nome e utiliza-o como titulo de um jornal reaccionário, ainda à venda nos escaparates.
Devido a problemas de digitalização a 3ª coluna do artigo ficou amputada. Pelo seu interesse vou reproduzi-la: - em Lorca" ...O poeta do Romancero Gitano, das Canciones, o dramaturgo de Yerma, de Bodas de Sangre, desapareceu, em condições ainda misteriosas, em Granada, num dos últimos meses do verão passado. Ele, que punha o seu amor pela cultura do povo acima de qualquer estreita intenção politica - creara La Barraca, teatro ambulante que ia levar as grandes obras do teatro antigo e moderno aos mais esquecidos recantos de Espanha - como podia ser odiado? Só se fosse pelos que vêm inimigos em todos os espíritos livres e luminosos, aqueles que queiram fazer suas as palavras sinistras: Guerra à inteligência,que ressoaram, como um prenuncio de barbárie, no verão de 1936, na cidade que viu morrer Unamuno.
FREDERICO GARCIA LORCA FOI ASSASSINADO PELAS TROPAS FASCISTAS E ENTERRADO NUMA VALA COMUM.
sexta-feira, 4 de janeiro de 2013
quinta-feira, 3 de janeiro de 2013
A GUERRA COLONIAL
A GUERRA COLONIAL
Mais de cinquenta anos passaram-se sobre o início das guerras
nas colónias portuguesas de África e a sua história ainda não nos foi contada.
Excepção feita a alguns livros escritos por ex militares portugueses e,
sobretudo, ao intenso trabalho jornalístico de Joaquim Furtado na sua
reportagem televisiva “ A Guerra”, os
portugueses, e sobretudo os jovens, pouco sabem sobre ela.
O 25 de Abril de 1974 deveu-se ao empenhamento de militares
do quadro permanente - muitos com várias campanhas em África - e por isso, mas
não só, esta página da nossa História foi congelada.
Muitos outros assuntos tinham urgência em serem resolvidos:
analfabetismo, fome, saúde, habitação, eram problemas que colocavam o nosso
país na cauda da Europa e envergonhavam cada um de nós.
Infelizmente, o confronto da sociedade com os seus fantasmas
não foi feito: nem em relação à Guerra Colonial, nem em relação ao fascismo. Os
da minha geração lembram-se bem da maneira ignóbil como foram absolvidos os
carrascos da PIDE pelos juízes civis e militares, que oportunamente o filme de
Bruno Almeida “Operação Outono”,
sobre o caso Humberto Delgado, nos veio agora reavivar a memória.
Segundo a minha fraca opinião, a isto se deve muito a
evolução da nossa Democracia, em que muitos falsos democratas colaboraram,
escondidos a principio nos partidos políticos, e mais tarde descaradamente, por
vezes, nos seus órgãos dirigentes.
Como escreveu Dostoievski, no célebre romance, os Irmãos
Karamazov: “Se Deus morreu tudo é permitido,” ao que eu acrescento: sobretudo
quando a Justiça dos Homens não funciona.
E assim este pobre país, depois da sua libertação, assistiu e
assiste ao regabofe dos banqueiros agiotas e dos políticos corruptos. Sem
democratas não se pode construir a DEMOCRACIA
Não tendo nenhuma simpatia pelos governos dos Estados Unidos
da América, mas reconheço, com inveja, a capacidade do seu povo lidar com os
seus fantasmas. Refiro – me, em especial, aos excelentes filmes produzidos e de
grande divulgação sobre a Guerra do Vietname e agora a Guerra do Iraque. A
velha Europa não possui esta capacidade de autocritica, exemplo disto é a forma
como a França e os franceses viveram e vivem a guerra da Argélia e, mais
recentemente, à atribuição do Prémio Nobel da Paz a este
velho continente numa tentativa de apagar a tão recente guerra na ex
Jugoslávia. Será que os Balcãs não são Europa?
Hesitei muito em publicar este panfleto que guardo sobre os
Massacres em Moçambique, mas faço-o na esperança que contribua para que os
leitores do blogue tenham maior informação sobre este período.
O SONHO DO SECRETARIO DE ESTADO
O SONHO DO SECRETARIO DE ESTADO DA SAUDE
Um belo
dia, o Ministro da Saúde manda reunir o seu staff
e comunica: - haverá um incentivo para aquele que me fizer a melhor proposta
para reduzir os gastos na saúde.
- Ainda mais? Pergunta
atónito, um dos presentes.
- É a única forma de salvarmos o Serviço Nacional de Saúde,
responde o Ministro.
- Já não vou nessa, pensa outro membro do staff, foi, mas foi
a Troica que mandou, tu estás – te nas tintas para o SNS.
Mas o incentivo prometido, funcionou. Talvez fosse um lugar
de Ministro ou de Administrador Hospitalar de uma PPP.
O nosso herói, Leal da Costa, foi para casa a matutar numa
solução milagrosa de poupança de gastos e adormeceu no sofá, enquanto via a
“Casa dos Segredos”.
Crianças e adolescentes esbeltos, magros e musculados, bem
alimentados passeavam-se pelas cidades, vilas e aldeias do país. Mais pareciam
atletas atenienses a prepararem-se para as olimpíadas. Aqui teve um sobressalto
e quase acordou (por favor mais gregos não!).
Voltou ao sono ren (
vulgo vigil) e viu as portagens de Alverca, à entrada de Lisboa, com um dístico
enorme, Mens sana in corpore sano.
A crise tinha atingido os fast
food, Mc Burger e Wimpis fechavam em catadupa. As nossas crianças, bem
educadas na prevenção da obesidade, recusavam as prendas oferecidas pelas
cadeias de fast food que chegaram a
oferecer play stations dentro de pacotes de batatas fritas e tudo a preços da “
uva mijona”. E estes, os pacotes de batatas fritas já não se fabricavam.
A fábrica dos pastéis de nata faliu. O Ministro Álvaro Santos
Pereira, numa crise de loucura voltou para o Canadá, aos gritos: - deram cabo
do meu negócio!
As refeições, concebidas por nutricionistas, eram fornecidas
nas escolas e a disciplina de educação física voltava a contar para a nota de
final de ano. Em três penadas arrumava com o Crato, já despachara dois
ministros e resolvia o problema da obesidade infantil.
O português médio, depois dos 40, jamais seria o barrigudo
com o estômago dilatado ( sinal de gordura cardíaca) e as mulheres continuavam
esbeltas e não mais exibiriam a sua queue
de cheval proeminentes, para quem desconheça o termo é o vulgarmente
chamado rabo em pêra com gordura pré trocanteriana. (lembremos que era um
sonho de um médico).
Outras adições para os jovens acabavam, o tabaco pagava um
imposto tão alto que só os milionários fumavam, os outros passavam a fumar
barbas de milho, o que não é viciante. Todas as drogas tinham acabado. E isto tudo
devido a uma simples intervenção na televisão do nosso querido secretário de
estado a pedir para não recorrermos tanto aos serviços de saúde.
As doenças respiratórias, ainda pesavam muito no orçamento da
saúde. Assim, proibiu-se a circulação de veículos a motor em todas as cidades.
Os vendedores e construtores de automóvel revoltaram-se mas a polícia de choque
foi implacável e os protestos acabaram. Os Ministros , Secretários de Estado e
deputados da maioria parlamentar eram os únicos que podiam circular em veículos
motorizados.
Nas doenças infecciosas: - SIDA, Tuberculose, etc., os
doentes eram obrigadas a colocar um sino no artelho para avisarem à sua
passagem. (como na Idade Média os leprosos).
Faltava reduzir o número de depressões que ainda recorriam
muito ao SNS e despendiam muito dinheiro em medicamentos. Ideia luminosa,
privatiza-se a Televisão; o Relvas, Passos e Gaspar ficam contentes e a
programação passa a ser novelas cor-de-rosa e concursos tipo “Casa dos
Segredos” ou “Quem quer ser milionário” e no Noticiário será proibido falar
sobre a crise ou desemprego. Os suicídios serão incentivados nos mais velhos, a
fim de corrigir a pirâmide etária.
O nosso herói dormia a sono solto com um sorriso beatífico
nos lábios, gulosando já a sua cadeira de Ministro da Educação ou da Economia,
seguramente o curso de Medicina não seria impeditivo para o lugar, pois, até
tinha um curso de administração hospitalar pela Católica.
Bruscamente acorda estremunhado com um grito: - ACORDAI!
Porra, agora Lopes Graça e as Heróicas NÃO!
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