O POPULISMO
A RTP comprou, de novo, uma das series mais antigas da
televisão norte americana, DALLAS. A família Ewing ou o que resta dela, com
mais uns actores novos que representam a nova geração ressuscitam a série e a
sua trama. O mau JR sempre a enganar o jovem e crédulo irmão mais novo, Bobby.
A série passa ao Domingo e precisamente ontem vi, num misto
de espanto e regozijo, que o mau irmão, o JR, tinha feito um negócio com uma
nova Mafia sul-americana, instalada nos Estados Unidos, após a subida de Chávez
ao poder na Venezuela. Assim à Mafia cubana veio se juntar a venezuelana
segundo a telenovela Dallas. O que a gente aprende na televisão!
E isto algum tempo antes da morte de Hugo Chávez Frias,
amado por muitos e odiado por tantos, sobretudo os venezuelanos fugidos para
Miami que como bons católicos festejaram a sua morte.
Salim Lamrani, doutorado em Estudos Ibéricos e Latino-americanos
pela Universidade de Paris IV, Sorbonne escreveu um artigo com o título 50
verdades sobre Hugo Chávez e a Revolução Bolivariana.
Vou tentar resumir algumas das verdades pela importância do
artigo tentando não trair o pensamento de Salim.
A primeira é que nunca na história da América Latina, um líder
político alcançou uma legitimidade democrática tão incontestável. Desde a sua
chegada ao poder em 1999, concorreu a 16 eleições e ganhou 15, a última em 7 de
Outubro de 2012. Derrotou sempre os seus rivais com uma diferença confortável e
todas as instâncias internacionais foram unanimes em reconhecer a transparência
dos escrutínios, inclusive James Carter ao declarar que o sistema eleitoral da
Venezuela era “ o melhor do mundo”.
O acesso universal à educação
iniciada em 1998 teve resultados excepcionais. Cerca de 1.5 milhões de venezuelanos
aprenderam a ler e a escrever graças à campanha de alfabetização denominada
Missão Robinson I, o que levou a UNESCO a decretar, em Dezembro de 2005 a
erradicação do analfabetismo na Venezuela.
A Missão Robinson II lançou-se para levar o conjunto da
população a atingir o nível secundário que passou de 53,6% em 2000 para 73,3%
em 2011, e o número de estudantes universitários passou de 895000 para 2,3 milhões no mesmo período.
Na saúde, criou-se o Sistema Nacional Publico que garante o
acesso gratuito aos cuidados médicos a todos os venezuelanos. Os centros
médicos multiplicaram-se, o número de médicos passou de 20 por 100 000
habitantes em 1999 para 80 por 100 000 em 2010 ou seja um aumento de 400%.
A taxa de mortalidade infantil passou de 19,1 por mil em
1999 para 10 por mil em 2012, ou seja uma redução de 49% e a esperança de vida,
no mesmo período passou de 72,2 para 74,3 anos.
Cinco milhões de crianças recebem agora alimentação gratuita
através do Programa de Alimentação Escolar. Em 1999 eram apenas 250 000 que usufruíam
deste apoio. Estas e outras medidas levaram a FAO a considerar a Venezuela o
país da América Latina e do Caribe mais avançado na erradicação da fome.
A taxa de pobreza, no mesmo período, passou de 42,8% para
26,5% e a da extrema pobreza de 16,6% para 7% em 2011.
O coeficiente GINI, que permite calcular a desigualdade num
país, baixou nestes anos (0,46 para 0,39) o que levou o PNUD a considerar a
Venezuela o país da região (América Latina) onde existe menos desigualdade.
Os pensionistas eram apenas 387 000 antes de 1999 e agora
atingem os 2,1 milhões.
A reforma agrária permitiu a dezenas de milhares de
agricultores serem donos das suas terras. No total distribuíram-se mais de 3
milhões de hectares.
A taxa de desemprego passou de 15,2% em 1998 para 6,4% em
2012, devido à criação de mais de 4 milhões de empregos.
No mesmo período, o salário mínimo de 100 bolívares (16 dólares)
passou para 247,52 bolívares (330 dólares) ou seja um aumento de mais de 2000%.
É hoje o salário mínimo mais elevado da América Latina. O horário de trabalho
reduziu de 6 horas diárias e passo a 36 horas semanais sem diminuição do
salário.
A divida pública era de 45% do PIB em 1998 passou a 20% em
2011. A Venezuela saiu do Fundo Monetário Internacional e do Banco Mundial
reembolsando antecipadamente as suas dívidas.
Segundo o relatório anual do World Happiness de 2012, a Venezuela é o segundo país mais feliz da
América Latina, atrás da Costa Rica, e é o décimo nono a nível mundial.
Muitos outros pontos são destacados neste artigo sobre a
solidariedade internacional entre os quais o apoio monetário direto aos outros
países do continente americano superior ao dos Estados Unidos, que costumava
ser sempre o maior contribuinte.
Seria muito fastidioso de mencionar todas as outras
transformações positivas que surgiram na Venezuela sobre o governo de Chávez
estas chegam para compreender que tenha ganho em 15 actos eleitorais.
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