Duas notícias aparentemente contraditórias apareceram esta
semana nos media.
A primeira notícia referia que a venda da pílula contraceptiva,
assim como o número de interrupções da gravidez, em Portugal, tinham-se reduzido no último ano; a segunda que a natalidade diminui
este ano*, depois de um ligeiro aumento
em 2015 e 2016.
Não se pode deixar de considerar esses dados muito
preocupantes para o equilíbrio demográfico do país, com todos os problemas
económicos que irão acarretar no futuro.
Quando estava na direção do Conselho Regional do Sul da
Ordem dos Médicos fui, juntamente com o Bastonário e colegas dos colégios de
especialidade de neonatologia, à Comissão Parlamentar de Saúde alertar os
deputados para a gravidade da situação, sem serem ainda conhecidos estes
últimos dados estatísticos.
A minha opinião, contrária à de alguns colegas, foi no
sentido de que se derem condições económicas aos jovens um novo baby boom
poderá surgir, como aconteceu na Europa no pós-Segunda Guerra. Claro que quando me refiro a
condições económicas, não falo de um prémio de 100 euros por nascimento, nem à oferta de fraldas e outros produtos .
No entanto, hoje penso que talvez tenha sido radical esta
minha afirmação; mas estávamos em plena crise da troika.
Como médico, creio nos trabalhos científicos que apontam
como causa uma diminuição de espermatozoides no homem que vive nos países mais
industrializados.
Milhares de trabalhos científicos aparecem diariamente na
net focando este e outros problemas e o difícil é fazer a sua triagem.
Para vossa alerta e informação vou falar-vos de um estudo
norte-americano, publicado em 2014, no
Central European Journal of Urology.
Esse estudo mostrou, entre outras coisas, que os homens
que guardam muito tempo o telemóvel nos bolsos ou nas mãos têm problemas de
ereção.
A investigação debruçou-se sobre num universo de 30
indivíduos do sexo masculino, 20 dos quais já tinham tido problemas de ereção
nos últimos seis meses e os outros 10 nunca tinham tido.
Nos dois grupos, a idade, peso, altura, hábitos tabágicos
e níveis de testosterona eram semelhantes. Os que tinham disfunção eréctil
deixavam o telemóvel ligado (luz acesa) no bolso, em média quatro horas por dia,
e os outros menos de duas horas.
Este estudo mostra que o tempo total de exposição ao
telemóvel é mais importante que uma duração curta da exposição intensa durante
a chamada telefónica
.
.
Não custa nada desliguem o telemóvel!
*Nascem menos 5 bebés por dia.
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