quarta-feira, 28 de junho de 2017

Ils sont fous ces Suisses!

Veio me à memória de tanto se falar em fogos e bombeiros esta história da minha juventude.
Vivíamos, eu e a Teresa, há cerca de um ano, em Lausana (cantão suíço do Vaud), quando recebemos um aviso para pagar 25 FS para um impôt non pompier.
Vinte e cinco Francos suiços era uma soma elevada para o nosso orçamento e iria fazer falta. A título  de exemplo, no restaurante universitário, se não me falha a memória, comia-se por 3 Francos suíços.
Claro que a nossa primeira reação era não pagar. Mas resolvemos informar-nos junto dos nossos conterrâneos que estavam nestas paragens alpinas há mais tempo.
Aí contaram-nos a história do Germano Ferreira da Costa.
Para quem não o conheceu o Ferreira da Costa, estudante em Coimbra, foi um dos protagonistas* da célebre fuga das mãos de 2 agentes da PIDE que o prenderam na estação ferroviária da Cidade, agora do conhecimento. Libertou-se das mãos dos agentes, com um safanão e num salto atravessou a linha quando se cruzavam  2 comboios, o que os agentes da dita não arriscaram e assim o nosso amigo foi terminar o curso de Medicina em Lausana.
Voltando à nossa história. Conta-se que ele foi à corporação dos bombeiros da cidade perguntar porque é que devia pagar esse imposto. Foi lhe dito que ficava isento se se inscrevesse na corporação dos homens da paz.
Teimoso como ele era inscreveu-se, mas parece que não aguentou mais de três sábados seguidos de treinos como sapador alpino e passou a pagar o dito imposto.
Não quero com este meu texto dar ideias ao governo para pagarmos mais uma taxa ou taxinha. Fica só esta história.
*O outro fugitivo foi Silva Marques, à época militante do PCP  

Para quem queira aprofundar o tema siga este link: http://www.vd.ch/fileadmin/user_upload/organisation/dfin/aci/fichiers_pdf/Instructions_Etablissement_des_CS_Pompiers_2013.pdf

segunda-feira, 26 de junho de 2017

Regresso




Com um pedido de desculpas aos meus seguidores, regresso ao meu blogue, após um interregno de três anos. Foi o tempo que durou o meu trabalho na Ordem dos Médicos, como Presidente do Conselho Regional do Sul.
Muito e bom trabalho foi feito pela excelente equipa da direcção que tive a honra e o prazer de presidir. Foram bons momentos.
Porém, três anos não foram suficientes para mudar a estrutura anquilosada da Ordem.
Quando iniciamos eram inúmeras as queixas diárias de médicos por falta de atendimento telefónico, a passagem de certidões e cédulas emitidas por intermédio do Banco Santander Totta demoravam meses. Tudo isto resolvemos. Quando saímos as queixas dos médicos baixaram para Zero  e as cédulas começaram a ser emitidas por funcionários da Ordem, dispensando a parceria com o Banco.
Foram realizados inúmeros colóquios, debates, exposições e concertos.
Cito, apenas uma reunião pelo seu significado,  sobre os cuidados de saúde primários em conjunto com a Secção do Sul da Ordem dos Enfermeiros ( direcção anterior). Nunca a Ordem dos Médicos tinha tido uma realização conjunta com a Ordem dos Enfermeiros.
Porém, três anos não são suficientes para mudar uma  estrutura anquilosada como a da Ordem.
Muito mais foi feito.

Claro que uma equipa predominantemente de esquerda não agradou à maioria de médicos da direita e extrema direita e assim a nossa "geringonça" foi derrotada nas últimas eleições.

Para os nossos opositores, aprendizes de Maquiavel - os fins justificam os meios- ,valeu tudo até a mentira, como se diz agora a pós-verdade, e a traição oportunista.

Terminei o discurso da nossa tomada de posse com uma citação premonitória de Cícero: " Uma nação pode sobreviver aos idiotas e até aos gananciosos, mas não pode sobreviver à traição gerada dentro de si mesma"

Para aqueles que estiverem interessados em verem o nosso site de campanha podem vereste link

http://www.aprofundaramudanca.pt/programa-eleitoral

Ordem dos médicos no Porto