sexta-feira, 17 de junho de 2011
quarta-feira, 15 de junho de 2011
Cerebro de direita ou de esquerda
OS DEUSES ESTÃO LOUCOS
Cientistas ingleses, gastando mal o dinheiro atribuido à investigação, tentam relacionar a ideología política com o volume de materia cinzenta.
Afinal, os clínicos dos grandes centros hospitalares, quando dizem: “Nós ganhamos o dinheiro para aqueles gastarem” referindo-se aos investigadores, têm razão.
Dentro desta óptica, os cientistas do Instituto de Neurociencia Cognitiva da University College London, propuseram-se estudar a hipótese da estrutura cerebral variar em função da ideología política.
Em resumo, uma ressonância magnética cerebral bastaria para distinguirmos Jerónimo de Sousa de Paulo Portas.
Neste trabalho, publicado no Current Biology ( 2011: 10.1016/j.cub.2011.03.017) os autores explicam que, segundo estudos prévios, as ideias políticas são influenciadas tanto por factores genéticos como ambientais. Investigações recentes mostraram que uma zona do cerebro, o cortex cingulado anterior, parece estar relacionado com a capacidade para lidar melhor com informações contraditórias, agilidade psicológica que os autores identificam à ideología liberal. Isto é verdade….
O Dr. Kanai, autor principal deste estudo, explica que as pessoas que se dizem liberais têm um cortex cingulado anterior maior do que as que se dizem conservadoras. Nestas a sua amígdala cerebral esquerda, área do cérebro implicada na capacidade de reconhecer uma ameaça, é maior que a dos autoproclamados liberais. Afirma, que se trata da primeira evidência neurocientifica das diferenças biológicas entre liberais e conservadores.
A investigação consistiu em obter e analizar imagens de ressonância magnética estrutural, tecnología que serviu para medir o volume da materia cinzenta de um grande número de jovens. Comentam que as investigações anteriores mostraram que os conservadores são mais sensiveis à ameaça ou à ansiedade quando enfrentam situações de incerteza, ao passo que os de esquerda parecem estar mais abertos a novas experiências. Também estou de acordo…
São maneiras de pensar que, segundo o Autor, também são visiveis na própria materia cinzenta. Porém, não diz se é a ideología que dá forma ao cerebro ou pelo contrario se é este que determina a tendência política.
Sería interesante repetir o estudo com um grupo de tránsfugas para esclarecer esta questão. Se não houver suficiente materia prima em Inglaterra podemos exportar alguns…
“Em principio –diz o autor-, “o nosso método de investigação pode aplicar-se a encontrar diferenças cerebrais em dimensões políticas mais além da simplista comparação entre gente de direita e de esquerda”, admite que “talvez haja diferenças cerebrais que expliquem porque é que há pessoas que não lhes interessa nada a política ou porque é que existem partidários do Mac e partidários do PC”. Aquí o PC são os computadores e não o Partido Comunista.
baseado em artigo de Oscar Gimenez , publicado em Jano.es
Cientistas ingleses, gastando mal o dinheiro atribuido à investigação, tentam relacionar a ideología política com o volume de materia cinzenta.
Afinal, os clínicos dos grandes centros hospitalares, quando dizem: “Nós ganhamos o dinheiro para aqueles gastarem” referindo-se aos investigadores, têm razão.
Dentro desta óptica, os cientistas do Instituto de Neurociencia Cognitiva da University College London, propuseram-se estudar a hipótese da estrutura cerebral variar em função da ideología política.
Em resumo, uma ressonância magnética cerebral bastaria para distinguirmos Jerónimo de Sousa de Paulo Portas.
Neste trabalho, publicado no Current Biology ( 2011: 10.1016/j.cub.2011.03.017) os autores explicam que, segundo estudos prévios, as ideias políticas são influenciadas tanto por factores genéticos como ambientais. Investigações recentes mostraram que uma zona do cerebro, o cortex cingulado anterior, parece estar relacionado com a capacidade para lidar melhor com informações contraditórias, agilidade psicológica que os autores identificam à ideología liberal. Isto é verdade….
O Dr. Kanai, autor principal deste estudo, explica que as pessoas que se dizem liberais têm um cortex cingulado anterior maior do que as que se dizem conservadoras. Nestas a sua amígdala cerebral esquerda, área do cérebro implicada na capacidade de reconhecer uma ameaça, é maior que a dos autoproclamados liberais. Afirma, que se trata da primeira evidência neurocientifica das diferenças biológicas entre liberais e conservadores.
A investigação consistiu em obter e analizar imagens de ressonância magnética estrutural, tecnología que serviu para medir o volume da materia cinzenta de um grande número de jovens. Comentam que as investigações anteriores mostraram que os conservadores são mais sensiveis à ameaça ou à ansiedade quando enfrentam situações de incerteza, ao passo que os de esquerda parecem estar mais abertos a novas experiências. Também estou de acordo…
São maneiras de pensar que, segundo o Autor, também são visiveis na própria materia cinzenta. Porém, não diz se é a ideología que dá forma ao cerebro ou pelo contrario se é este que determina a tendência política.
Sería interesante repetir o estudo com um grupo de tránsfugas para esclarecer esta questão. Se não houver suficiente materia prima em Inglaterra podemos exportar alguns…
“Em principio –diz o autor-, “o nosso método de investigação pode aplicar-se a encontrar diferenças cerebrais em dimensões políticas mais além da simplista comparação entre gente de direita e de esquerda”, admite que “talvez haja diferenças cerebrais que expliquem porque é que há pessoas que não lhes interessa nada a política ou porque é que existem partidários do Mac e partidários do PC”. Aquí o PC são os computadores e não o Partido Comunista.
baseado em artigo de Oscar Gimenez , publicado em Jano.es
quinta-feira, 9 de junho de 2011
Carta de um Nobel da Paz a Barack Obama
Carta de um Nobel da Paz a Barack Obama
Adolfo Pérez Esquivel
Estimado Barack, ao dirigir-te esta carta o faço fraternalmente para,
ao mesmo tempo, expressar-te a preocupação e indignação de ver como a
destruição e a morte semeada em vários países, em nome da ?liberdade e
da democracia?, duas palavras prostituídas e esvaziadas de conteúdo,
terminam justificando o assassinato que é festejado como se tratasse de um
acontecimento desportivo.
Indignação pela atitude de setores da população dos Estados Unidos, de
chefes de Estado europeus e de outros países que saíram a apoiar o
assassinato de Bin Laden, ordenado por teu governo e tua complacência em
nome de uma suposta justiça. Não procuraram detê-lo e julgá-lo pelos
crimes supostamente cometidos, o que gera maior dúvida: o objetivo foi
assassiná-lo.
Os mortos não falam e o medo do justiçado, que poderia dizer coisas
inconvenientes para os EUA, resultou no assassinato e na tentativa de
assegurar que morto o cão, terminou a raiva?, sem levar em conta que
não fazem outra coisa que incrementá-la.
Quando te outorgaram o Prêmio Nobel da Paz, do qual somos depositários,
enviei-te uma carta que dizia: Barack, me surpreendeu muito que tenham te
outorgado o Nobel da Paz, mas agora que o recebeste, deves colocá-lo ao
serviço da paz entre os povos; tens toda a possibilidade de fazê-lo, de
terminar as guerras e começar a reverter a situação que viveu teu país e o mundo?
No entanto, ao invés disso, incrementaste o ódio e traiste os
princípios assumidos na campanha eleitoral frente ao teu povo, como terminar com as
guerras no Afeganistão e no Iraque e fechar as prisões em Guantánamo e
Abu Graib no Iraque. Não fizeste nada disso. Pelo contrário, decidiste começar
outra guerra contra a Líbia, apoiada pela OTAN e por uma vergonhosa resolução
das Nações Unidas. Esse alto organismo, apequenado e sem pensamento próprio,
perdeu o rumo e está submetido às veleidades e interesses das potências
dominantes.
A base fundacional da ONU é a defesa e promoção da paz e da dignidade
entre os povos. Seu preâmbulo diz: Nós os povos do mundo...?, hoje ausentes
deste alto organismo.
Quero recordar um místico e mestre que tem uma grande influência em
minha vida, o monge trapense da Abadia de Getsemani, em Kentucky, Tomás
Merton, que diz: a maior necessidade de nosso tempo é limpar a enorme massa de
lixo mental e emocional que entope nossas mentes e converte toda vida
política e social em uma enfermidade de massas. Sem essa limpeza doméstica não
podemos começar a ver. E se não vemos não podemos pensar?.
Adolfo Pérez Esquivel
Estimado Barack, ao dirigir-te esta carta o faço fraternalmente para,
ao mesmo tempo, expressar-te a preocupação e indignação de ver como a
destruição e a morte semeada em vários países, em nome da ?liberdade e
da democracia?, duas palavras prostituídas e esvaziadas de conteúdo,
terminam justificando o assassinato que é festejado como se tratasse de um
acontecimento desportivo.
Indignação pela atitude de setores da população dos Estados Unidos, de
chefes de Estado europeus e de outros países que saíram a apoiar o
assassinato de Bin Laden, ordenado por teu governo e tua complacência em
nome de uma suposta justiça. Não procuraram detê-lo e julgá-lo pelos
crimes supostamente cometidos, o que gera maior dúvida: o objetivo foi
assassiná-lo.
Os mortos não falam e o medo do justiçado, que poderia dizer coisas
inconvenientes para os EUA, resultou no assassinato e na tentativa de
assegurar que morto o cão, terminou a raiva?, sem levar em conta que
não fazem outra coisa que incrementá-la.
Quando te outorgaram o Prêmio Nobel da Paz, do qual somos depositários,
enviei-te uma carta que dizia: Barack, me surpreendeu muito que tenham te
outorgado o Nobel da Paz, mas agora que o recebeste, deves colocá-lo ao
serviço da paz entre os povos; tens toda a possibilidade de fazê-lo, de
terminar as guerras e começar a reverter a situação que viveu teu país e o mundo?
No entanto, ao invés disso, incrementaste o ódio e traiste os
princípios assumidos na campanha eleitoral frente ao teu povo, como terminar com as
guerras no Afeganistão e no Iraque e fechar as prisões em Guantánamo e
Abu Graib no Iraque. Não fizeste nada disso. Pelo contrário, decidiste começar
outra guerra contra a Líbia, apoiada pela OTAN e por uma vergonhosa resolução
das Nações Unidas. Esse alto organismo, apequenado e sem pensamento próprio,
perdeu o rumo e está submetido às veleidades e interesses das potências
dominantes.
A base fundacional da ONU é a defesa e promoção da paz e da dignidade
entre os povos. Seu preâmbulo diz: Nós os povos do mundo...?, hoje ausentes
deste alto organismo.
Quero recordar um místico e mestre que tem uma grande influência em
minha vida, o monge trapense da Abadia de Getsemani, em Kentucky, Tomás
Merton, que diz: a maior necessidade de nosso tempo é limpar a enorme massa de
lixo mental e emocional que entope nossas mentes e converte toda vida
política e social em uma enfermidade de massas. Sem essa limpeza doméstica não
podemos começar a ver. E se não vemos não podemos pensar?.
sexta-feira, 3 de junho de 2011
As propostas da troika para a saúde
ARTIGO A SER PUBLICADO NA REVISTA DA ORDEM DOS MEDICOS
A LESTE E A OESTE NADA DE NOVO
“Effective treatments should be free”
A. Cochrane
As medidas anunciadas pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), Comissão Europeia e Fundo Europeu de Estabilização Financeira sobre saúde são confrangedoras e vêem ao arrepio das propostas recentes inscritas no Relatório Mundial da Saúde, publicado pela Organização Mundial de Saúde (OMS).
A filosofia dominante, propagada por “doutos” economistas, é culpar os cidadãos pela crise financeira, por se terem deixado entusiasmar pelas ofertas de crédito.
Neste sentido, assistimos também aos responsáveis pela política de saúde a espalhar que a culpa do despesismo na saúde é dos utentes que fogem às taxas moderadoras, burlam as comparticipações nos medicamentos e nos transportes, etc…. E assim, escondem a sua incompetência e acordam com a troika medidas ainda mais gravosas para os doentes, como são os cortes de 2/3 nos reembolsos de IRS com despesas de saúde.
Esquecem que os portugueses são, na Europa, os que mais dinheiro reservam para a saúde no total das despesas de consumo. O peso da saúde, segundo estatísticas do Índice de Preços no Consumidor do Eurostat, foi de 8% em 2010, o maior nos países da União Europeia.
Entre nós, os defensores de um Serviço Nacional de Saúde Constitucional: -universal, geral e tendencialmente gratuito - não podem estar de acordo com estas medidas e é sua missão combatê-las.
Antes de analisarmos as imposições feitas pela troika com o objectivo de melhorar a eficiência do nosso sistema de saúde, vejamos como está o nosso Serviço Nacional de Saúde.
Um estudo actual da OCDE sobre sistemas de saúde mostra que a despesa pública portuguesa em saúde não tem grandes desperdícios, que será difícil ser muito mais eficiente e que para os ganhos em saúde da população, os gastos até nem terão disparado.
Ora esta não é a visão da troika. Já nos habituaram que entre economistas não há consenso, e por isso propõem um corte de 550 milhões de euros até 2013 nas despesas do SNS. Só nos hospitais a fatia ascende a 200 milhões de euros nos próximos dois anos.
No essencial, as propostas conduzem a cortes substanciais dos subsistemas de saúde, incluindo a ADSE, cortes nas aquisições dos hospitais, cortes nas comparticipações dos medicamentos, cortes nos salários dos trabalhadores da saúde em geral. O financiamento será devido substancialmente à custa do aumento das taxas moderadoras.
Outras medidas como prescrição de genéricos, compras centralizadas, aposta nos serviços de saúde primários (a Declaração de Alma-Ata tem mais de 30 anos), reorganização hospitalar, transportes dos pacientes são há muito propostas pelos médicos e conhecidas dos nossos executores. Basta reler os programas de candidatura a Bastonário para este triénio.
Estes senhores não tiveram em conta as sábias palavras da Directora Geral da Organização Mundial da Saúde, Margaret Chan : “ Antes de cortarmos nas despesas em saúde, procuremos primeiro as oportunidades para aumentar a eficiência”
Muito do desperdício dos sistemas de saúde (20 a 40%) deve-se a ineficiência.
Se estas alterações forem implementadas, o princípio da cobertura universal inscrito na nossa Constituição irá ser ofendido. O aumento das taxas moderadoras é identificado no relatório mundial da saúde como sendo de longe o maior obstáculo ao progresso desta medida.
Como se costuma dizer, estes senhores em três penadas atiraram o nosso Serviço Nacional de Saúde, geral, universal e tendencialmente gratuito para as ortigas.
A LESTE E A OESTE NADA DE NOVO
“Effective treatments should be free”
A. Cochrane
As medidas anunciadas pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), Comissão Europeia e Fundo Europeu de Estabilização Financeira sobre saúde são confrangedoras e vêem ao arrepio das propostas recentes inscritas no Relatório Mundial da Saúde, publicado pela Organização Mundial de Saúde (OMS).
A filosofia dominante, propagada por “doutos” economistas, é culpar os cidadãos pela crise financeira, por se terem deixado entusiasmar pelas ofertas de crédito.
Neste sentido, assistimos também aos responsáveis pela política de saúde a espalhar que a culpa do despesismo na saúde é dos utentes que fogem às taxas moderadoras, burlam as comparticipações nos medicamentos e nos transportes, etc…. E assim, escondem a sua incompetência e acordam com a troika medidas ainda mais gravosas para os doentes, como são os cortes de 2/3 nos reembolsos de IRS com despesas de saúde.
Esquecem que os portugueses são, na Europa, os que mais dinheiro reservam para a saúde no total das despesas de consumo. O peso da saúde, segundo estatísticas do Índice de Preços no Consumidor do Eurostat, foi de 8% em 2010, o maior nos países da União Europeia.
Entre nós, os defensores de um Serviço Nacional de Saúde Constitucional: -universal, geral e tendencialmente gratuito - não podem estar de acordo com estas medidas e é sua missão combatê-las.
Antes de analisarmos as imposições feitas pela troika com o objectivo de melhorar a eficiência do nosso sistema de saúde, vejamos como está o nosso Serviço Nacional de Saúde.
Um estudo actual da OCDE sobre sistemas de saúde mostra que a despesa pública portuguesa em saúde não tem grandes desperdícios, que será difícil ser muito mais eficiente e que para os ganhos em saúde da população, os gastos até nem terão disparado.
Ora esta não é a visão da troika. Já nos habituaram que entre economistas não há consenso, e por isso propõem um corte de 550 milhões de euros até 2013 nas despesas do SNS. Só nos hospitais a fatia ascende a 200 milhões de euros nos próximos dois anos.
No essencial, as propostas conduzem a cortes substanciais dos subsistemas de saúde, incluindo a ADSE, cortes nas aquisições dos hospitais, cortes nas comparticipações dos medicamentos, cortes nos salários dos trabalhadores da saúde em geral. O financiamento será devido substancialmente à custa do aumento das taxas moderadoras.
Outras medidas como prescrição de genéricos, compras centralizadas, aposta nos serviços de saúde primários (a Declaração de Alma-Ata tem mais de 30 anos), reorganização hospitalar, transportes dos pacientes são há muito propostas pelos médicos e conhecidas dos nossos executores. Basta reler os programas de candidatura a Bastonário para este triénio.
Estes senhores não tiveram em conta as sábias palavras da Directora Geral da Organização Mundial da Saúde, Margaret Chan : “ Antes de cortarmos nas despesas em saúde, procuremos primeiro as oportunidades para aumentar a eficiência”
Muito do desperdício dos sistemas de saúde (20 a 40%) deve-se a ineficiência.
Se estas alterações forem implementadas, o princípio da cobertura universal inscrito na nossa Constituição irá ser ofendido. O aumento das taxas moderadoras é identificado no relatório mundial da saúde como sendo de longe o maior obstáculo ao progresso desta medida.
Como se costuma dizer, estes senhores em três penadas atiraram o nosso Serviço Nacional de Saúde, geral, universal e tendencialmente gratuito para as ortigas.
quinta-feira, 2 de junho de 2011
Lavem as mãos
SAVE LIVES: Clean your hands
Todos os cinco de Maio são, desde há alguns anos, dia da jornada mundial – “Salva vidas: lava as mãos”, tema lançado pela Organização Mundial de Saúde http://www.who.int/gpsc/5may/es/index.html
Esta organização internacional promove, ciclicamente, campanhas de saúde pública que pressupõem actos muito simples, mas que infelizmente não são cumpridos pela maioria dos profissionais de saúde, exemplo disto são as campanhas por cirurgias seguras e a promoção do aleitamento materno, entre outras.
No papiro de Ebers (1.550 AC) destaca-se a importância dada pelos egípcios aos cosméticos e às práticas higiénicas. Cultivavam a lavagem das mãos, a utilização regular de purgas e de eméticos, depilações tanto no homem como na mulher; a utilização de perucas, perfumes tanto corporais como de ambiente, recurso ao banho, etc.
As termas de Vizela, Cabeço de Vide, Chaves e Vidago mostram ruínas dos balneários romanos, provas de que os romanos usaram estas termas e tomavam banho.
Supõem-se que os lusitanos empregariam o banho terapêutico em conjunto com invocações a forças sobrenaturais, recursos a amuletos e práticas de magia.
O banho na Idade Média, quando a Medicina era essencialmente religiosa, tornou-se arma poderosa para a libertação do corpo de maus espíritos que se supunha nele estarem alojados e com este objectivo purificador.
A balneoterapia seguiu pelos séculos fora, mas o simples banho para a limpeza da pele, conforto e exercício leve, não teve tanto êxito. Ainda hoje, no século XXI a pratica do banho nos nossos doentes é considerada perigosa. Todos nós, já ouvimos as mães ou as avós perguntarem quando as crianças estão febris: - Senhor Dr o meu menino pode tomar banho?
Ainda sou do tempo das consultas domiciliárias, em que depois de examinar o paciente a dona da casa conduzia o médico à casa de banho onde pontuava uma limpíssima toalha de mão.
A OMS calculou em mais de 60% os profissionais de saúde que não lavam as mãos depois de examinar um paciente, passando assim alegremente os micróbios de um para outro doente na sua faina quotidiana de observação e cuidados prestados numa enfermaria.
Para reforçar esta ideia lembro que numas obras realizadas no meu antigo serviço resolveram retirar os lavatórios das enfermarias, felizmente tiveram de repor sobre o protesto dos profissionais, médicos e enfermeiras.
As equipas, constituídas em diversos países, aderentes a esta iniciativa reforçam a importância dos cinco momentos para a higienização das mãos na área da saúde, que deve ser feita antes do contacto com o doente, antes da realização de procedimentos assépticos, após o risco de exposição a fluidos corporais, após o contacto com o paciente e com áreas próximas a este.
Ao fim de séculos temos de transmitir e ensinar a todos, não só os que têm contactos directos com os doentes: médicos, enfermeiros e auxiliares, mas também ao público em geral, estas simples normas de higiene que vão poupar, seguramente, centenas de euros em gastos com antibióticos.
Este gesto tão simples que os nossos pais nos ensinaram: -Vai lavar as mãos antes de ir para a mesa – que tem vindo a ser abandonado, na escola onde anda o meu neto não obrigam a este acto de higiene, torna-se agora mais importante com a nova epidemia da estirpe agressiva da escherichia coli na Alemanha
Não esqueçam lavem as mãos pela vossa saúde!
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