quinta-feira, 27 de outubro de 2011

MEDICAMENTOS GENERICOS

Este artigo publicado durante a minha campanha eleitoral para Bastonário, está cada vez mais actual e o Ministério propõe a A.R. uma lei contraria tudo o que disse, cedendo ao lobie farmaceutico

Boa prática da prescrição médica




A candidatura alternativa que presido tem clarificado, desde o início, a sua posição sobre as boas práticas a seguir na prescrição médica, numa medicina que desejamos de qualidade, humanizada e que garanta uma melhor relação custo / benefício.

Os médicos consideram a terapêutica como parte integrante do acto médico e o seu raciocínio é feito tendo por base a disponibilidade dos princípios activos conhecidos e das formas de apresentação aplicáveis.
Assim é correcto dizer que os médicos numa primeira fase do processo terapêutico sempre prescreveram e prescrevem por Denominação Comum Internacional.
A segunda fase do processo terapêutico da dispensa dos medicamentos prescritos por entidade terceira exterior à classe médica tem contextos diferentes quer se trate do domínio hospitalar ou institucional ou do ambulatório.
No caso da prescrição hospitalar por DCI cabe aos serviços farmacêuticos, depois de aprovado pelas respectivas comissões de farmácia e terapêutica, fornecer os medicamentos adquiridos normalmente a um só produtor ou fornecedor e como tal não se coloca qualquer divergência ou grau de liberdade. Os médicos confiam na boa escolha e dispensa dos serviços farmacêuticos.

terça-feira, 25 de outubro de 2011

CURIOSIDADES


CARTA DO PRIMEIRO PRESIDENTE DA REPUBLICA PORTUGUESA AOS DEPUTADOS ELEITOS PARA A CONSTITUINTE A CONVIDAR PARA A PRIMEIRA REUNIÃO QUINZENAL A REALIZAR NO SEU PALACETE ...
Na carta:- "...a Liberdade a garantia de todos os direitos, sem exclusão de um só..."

Em memória de John Reed

El periodista y revolucionario John Reed

segunda-feira, 17 de outubro de 2011


Antonio Barreto declarou outro dia na TV que a Pátria Portuguesa acabaria dentro de 20 a 50 anos, cito de memória. Isto já foi escrito no fim do seculo XIX, quando Portugal passava por mais uma crise economica, por outro transmontano Guerra Junqueiro. FINIS PATRIAE é um libelo acusatório aos governantes da época e ao rei D. Carlos no célebre poema o Caçador Simão. A unica semelhança entre os dois à parte serem transmontanos, embora mesmo assim um de Vila Real e outro de Freixo de Espada à Cinta, é pura coincidencia. Conflito de gerações? ou outros ?
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quinta-feira, 13 de outubro de 2011

O Cruzador S Rafael no momneto em que bombardeava o Palácio Real
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Cinco de Outubro











A 1 de Outubro de 1910, o 2º Tenente da Marinha Tito Augusto de Morais, acabado de regressar na véspera do gozo de uma licença, recebe a visita do seu camarada e amigo Aníbal de Sousa Dias, também jovem oficial da Marinha, que o informa sobre o ponto da situação política e o local onde deveria comparecer para o início do acto revolucionário.

Tito de Morais, que já tinha tomado parte em reuniões de propaganda republicana durante a sua vida de estudante na Universidade de Coimbra (1895 a 1898), “ Foram os elevados princípios ideológicos da Democracia, aprendidos nas conversas e discussões em Coimbra, …e depois mais profundamente vincados ao meu espírito perante a situação política do país, que determinaram a minha intervenção na Revolução de Outubro de 1910…” in Republica 2.10.1947, tinha participado por razões da sua vida profissional apenas numa reunião preparatória da revolução, onde conheceu o Almirante Cândido dos Reis.

Recorda-o mais tarde, com emoção: ”a acção convincente das suas palavras, a energia das suas afirmações, a pureza do seu olhar de Homem Justo!”(1)

Na madrugada de 4 de Outubro, Tito de Morais sai do Quartel dos Marinheiros, em Alcântara, sob o comando do 1º Tenente Ladislau Parreira, à frente de um pelotão, para ir combater pela proclamação da República. Logo aí tomou parte no primeiro embate com as tropas monárquicas. Regressadas as tropas ao quartel, foi então nomeado para ir tomar o comando do cruzador São Rafael já em poder dos revolucionários.


No artigo “Recordações”, publicado em 1956 pelo jornal República, o Almirante Tito Augusto de Morais lembra com muita mágoa ter perdido a lista integral dos marinheiros revoltosos do São Rafael, que estava incluída no relatório entregue depois da Revolução.


Ao ler este artigo, António Nunes Lopes, 2º artilheiro 4 163, à data residente em Ermesinde, escreve uma carta a Tito de Morais a recordar os marinheiros revoltosos do São Rafael e a sua acção nos dias 4 e 5 de Outubro.


Nessa carta, que divulgo excertos, o militar retrata pormenorizadamente os acontecimentos dessa data e defende que o derrube da monarquia se deveu em grande parte a organizações populares.

(No Cruzador São Rafael)


“ (...) Cerca das 00:30 do dia 4 de Outubro, ocasião em que os marinheiros dormiam, atracou por estibordo do cruzador um bote com um mensageiro, portador de uma carta destinada ao 1º marinheiro artilheiro José de Carvalho, carta esta que tinha sido enviada de terra pelo 1º artilheiro José Malta (que ficou em terra) a comunicar que o sinal da revolução teria de ser dado à 01 hora da noite desse dia, com uma salva de artilharia de 21 tiros”. (2)



No relatório de Machado Santos (3) vem uma versão diferente: ”Quando a bordo do cruzador S Raphael ouviram os tiros de infantaria 16 (digam agora que não houve signal! - e foram mais de 31) os artilheiros José Malta e José de Carvalho deram um viva à Republica; immediatamente as seguintes praças se puzeram armadas ao lado dos dois revolucionários; 2º artilheiro 4163 António Nunes Lopes, o autor da nossa carta, 2º marinheiro 2 664 Francisco Miguel...” (mantenho a ortografia). Seguem-se o nome de mais 27 marinheiros. Ao que parece José Malta teria ficado em terra.

 
António Nuno Lopes continua:


“ (…) Elegemos para comandante do navio o 1º artilheiro José de Carvalho, por motivo de não haver a bordo qualquer oficial republicano. Esta decisão foi tomada na câmara de pilotagem, se a memória não me falha, pelos seguintes marinheiros, 2º marinheiro artilheiro nº 4 163, António Nunes Lopes, autor desta carta, que assumiu o cargo de imediato; 2º marinheiro 2 664, Francisco Miguel, 1º artilheiro 2 582, António Rodrigues Marques, 2º marinheiro 2 654, José Manuel Esteves, 1º marinheiro 2 641, João Capela. São estas as praças que constituíam o Comité Revolucionário do cruzador São Rafael, orientados pelo José Carvalho (…)”


António Lopes desce ao paiol para trazer um cunhete de salva de artilharia para dar inicio à revolução. Um marinheiro, encarregado da peça de artilharia, deu um tiro para o ar a fim de não atingir qualquer habitação do lado sul. Mesmo assim a granada passou pela parte superior do cruzador brasileiro S. Paulo, o que originou o protesto do comandante do navio. (Tito de Morais refere no citado artigo “Recordações”, publicado no jornal República de 4 de Outubro de 1956, o Cruzador “Barroso”,” que logo no dia 8 manifesta a sua simpatia pela causa republicana numa missiva redigida em termos amistosos que excedem o simples protocolo e que tinha seguramente a chancela da Legação do Brasil”, sic). Provavelmente serão dois cruzadores brasileiros estacionados no Tejo. Foi necessário cessar-fogo, razão por que a salva foi só de três tiros.


“(…) Toda a guarnição acordou ao ouvir o estrondo dos tiros de artilharia e os oficiais e sargentos ordenaram para as praças formarem à ré do navio, cuja ordem foi acatada, excepto as praças que faziam parte do comité.” Entretanto, os revolucionários tinham nomeado o 1º artilheiro José de Carvalho comandante do navio. Este ordenou, ao subscritor desta carta, para dar ordem de prisão ao comandante do navio, Policarpo de Azevedo. (…) o comandante, constrangido por um simples marinheiro, disse as palavras seguintes: não mando destroçar as praças, mas quem quiser destroçar que destroce. Em seguida retirou-se na companhia dos oficiais. A guarnição continuou firme na formatura e só destroçou quando devidamente esclarecida da causa que nos conduzia a derrubar a monarquia para a implantação da República. (...) A esta hora ouvia-se em terra um barulho infernal de bombas, toque de clarins e o matraquear constante de tiros de metralhadoras. (…) O comandante Policarpo encontrava-se à vontade, (…) tais facilidades tiveram fim quando tentava picar com a espada um marinheiro que de costas estava a tirar espoletas do paiol de munições da ré. Para o impedir foi agredido no braço com um tiro de revólver Abadi.


Como o comandante estava a perder muito sangue foi dada autorização ao enfermeiro de lhe fazer o curativo e transportá-lo para terra, sob prisão.


“(...) Na ocasião do desembarque do navio, chamei o corneteiro que tocou a sentido e toda a guarnição do navio prestou homenagens que lhe eram devidas, pelo que o comandante Policarpo, verdadeiramente sensibilizado, voltando-se para a marinhagem, manifestou por palavras o desejo de muitas felicidades. No regresso do escaler que conduziu o comandante a terra, veio o primeiro maquinista do navio, João Augusto Madeira, individualidade da confiança da guarnição.


“Quando perguntaram ao recém-chegado notícias do movimento em terra, este respondeu que a causa estava do lado das tropas fiéis à monarquia e recusou obedecer aos revoltosos.


“Foi-lhe dada ordem de prisão ficando de sentinela à vista, com sucedera aos outros oficiais e sargentos.


“ (...) Cerca das 9 horas da manhã, era recebido a bordo com todas as honras que lhe eram devidas o segundo tenente Tito Augusto de Morais, que assumiu o comando do navio e ao abraçar José de Carvalho disse que com aquele abraço abraçava também todos os valentes marinheiros da guarnição.”


A carta, escrita pelo artilheiro António Lopes, com seis páginas dactilografadas, conta pormenorizadamente, e com emoção, o que se passou no São Rafael até à proclamação da República. Os factos reproduzidos coincidem com os relatados em vários artigos escritos pelo Almirante Tito de Morais e publicados em jornais mas, devido à sua conhecida simplicidade e modéstia, não possuem tantos pormenores.


Continuando a citar a carta:


“ De seguida ordenou (Tito de Morais) que fosse organizada uma força de marinheiros (...) para logo que (...) chegasse a Alcântara proceder ao desembarque para reforçar os revolucionários que estavam a ser atacados pelas tropas monárquicas. (...) A referida força seguiu para terra sob o comando do senhor Tenente Tito de Morais. Pouco depois seguia na mesma direcção (...) o cruzador Adamastor, sob o comando do segundo Tenente Cabeçadas.


“A força de desembarque era de cem homens. Com a ida a terra, e para o navio não ficar sem comando, chegou ao cruzador, remando um bote, o comissário naval guarda marinha Mariano Martins, que substituiu no comando Tito de Morais até ao regresso deste ao barco.


“(...) Logo que o tenente Tito de Morais reassumiu o comando do São Rafael, deu ordens para se iniciar o bombardeamento ao Palácio Real, cujo bombardeamento foi feito alternadamente pelos cruzadores São Rafael e Adamastor. Cerca das 3:30 horas da tarde estavam dominadas as forças fiéis à monarquia, tendo o marinheiro sinaleiro, que estava no telhado do quartel de marinheiros, transmitido a seguinte comunicação: mande cessar-fogo, tropas monárquicas acabam de se entregar e família real fugiu”.


Facto curioso passa-se com os dois artilheiros, do São Rafael (o autor da carta) e do Adamastor, que vendo o estandarte real ainda içado no mastro do palácio dispararam em simultâneo atingindo o pau da bandeira, que se estendeu no telhado do palácio. Depois da vitória em Alcântara recolheram a bordo dos cruzadores todos os revolucionários sediados no quartel dos marinheiros, entre os quais o tenente José Carlos da Maia (...) que trazia uma carabina e a servir de bandoleira um cordel. O segundo artilheiro 4 163, António Nunes Lopes, ofereceu ao heróico tenente uma pistola Parabelum, por a carabina ser menos portátil e imprópria para oficial.


“O São Rafael, sempre sob o comando de Tito de Morais, sobe o rio a fim de bombardear as tropas fiéis à monarquia estacionadas no Rossio. (...) não sendo necessárias mais que duas granadas de calibre 12 centímetros para aquelas tropas se renderem.


“Mais tarde foi tomado de assalto o cruzador D. Carlos, que não tinha aderido aos revoltosos, por um punhado de marinheiros e cerca de 40 civis armados, sob o comando do Tenente Carlos da Maia. Ainda nessa noite houve uma tentativa frustrada de assalto aos cruzadores São Rafael e D. Carlos por um torpedeiro que, descoberto a tempo, foi repelido pela artilharia dos revolucionários.


“(...) Os dois cruzadores ficaram de vigilância toda a noite. Pelas 10:00 horas da manhã do dia seguinte, fez-se o desembarque da guarnição no Arsenal da Marinha, podendo considerar-se que a esta hora estava efectuada a implantação duma pátria nova, com os alicerces da República”.


No artigo do República, de 4 de Outubro de 1956, Tito de Morais escreve:”Como recordo ainda e sempre o valioso auxilio que todos me deram naquelas horas de viva ansiedade, umas de dura incerteza, outras de extraordinária alegria, finalmente, quando tudo se concluiu, como tanto ambicionávamos, quase sem efusão de sangue! (...) Bravos Marinheiros, bravos Portugueses!”


Proclamada a República, Tito de Morais ficou comandante até ao dia 7 de Outubro de todos os navios que se encontravam no Tejo.


Em “Recordações”, cita as ordens que recebeu, demonstrativas da disciplina e da hombridade destes Homens, em como a República procurou proteger desde as primeiras horas as instituições oficias e particulares.


Como exemplo disso está a ordem dada a Tito de Morais, logo a seguir à Vitória, para que fossem montadas guardas, distribuídas pelos navios com maiores guarnições, a estabelecimentos como o Museu de Artilharia, Caixa Geral de Depósitos, Banco Ultramarino, Torre do Tombo, Conventos das Mercês e das Trinas, Arsenal da Marinha, Boa Hora, Capela das Mercês e Montepio.


Outro documento valioso é um cartão escrito a lápis, no dia 5 de Outubro de 1910, pelo capitão-tenente João Manuel de Carvalho, que fora nomeado chefe de Estado Maior, e que diz o seguinte: “Em nome do Governo não sahe navio nenhum. Não se faz caso do Yacht Real, deixá-lo sahir. 5-10-910. a) J. Carvalho (mantenho a ortografia).






(1) “Recordar”, jornal República, Lisboa 4 de Outubro de 1956.


(2) Carta escrita por António Nunes Lopes, 2º artilheiro 4 163, a 30 de Outubro de 1956, ao Almirante Tito de Morais.


(3) Machado dos Santos, “A Revolução Portugueza 1907-1910”, ed. 1911, Papelaria e Tipografia Liberty,





















terça-feira, 4 de outubro de 2011

CINCO DE OUTUBRO

CINCO DE OUTUBRO


Durante as comemorações do centenário da implantação da República pouco se ouviu falar no papel da Marinha na revolução.
Contudo, ela desempenhou um papel fundamental na sua preparação e no desenrolar dos acontecimentos de 4 e 5 de Outubro.
Como sempre acontece nestes momentos, muitos dos que deveriam participar nas operações para derrube do regime acabaram por não se comprometerem. Muitos desistiram quando viram que as hipóteses de sucesso eram mínimas.
Três unidades se mantiveram fiéis à causa republicana, entre os quais o Quartel dos Marinheiros.
Três navios de guerra estacionados no Tejo, aderiram à revolução.
Na Rotunda foi também um marinheiro, Machado dos Santos o oficial que comandou os militares e civis revoltosos depois do abandono de vários oficiais.
O êxito da revolução deveu-se à resistência na Rotunda e dos cruzadores que se encontravam no Tejo encurralando assim as forças monárquicas que resistiam, sobretudo a Guarda Municipal.


Mas quem melhor que um herói do 5 de Outubro para contar esta efeméride.







Nota: O corte da censura diz respeito quando o Almirante diz: -" que os mesmos principios ( Democracia) são hoje defendidos pela maior parte da Juventude consciente de Portugal, na qual se incluem os meus filhos, ( O medo que tinham da Juventude) que me dão o supremo prazer de os ver comungarem, livremente e convictamente no mesmo Ideal que me tem guiado a vida ........Esse julgamento me basta para sossego da minha consciencia de cidadão".
Os comentários em bold são meus.

CORTES NA SAUDE


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