sexta-feira, 29 de abril de 2011

EFEMERIDES

No dia 27 de Abril de 1521 morreu Fernão de Magalhães, um dos maiores navegadores portugueses.


Ao serviço do Rei de Espanha, descobre o estreito, que hoje recebe o seu nome, “Magalhães”, sendo o primeiro europeu a passar do Oceano Atlântico para o Oceano Pacifico, à época denominado Mar do Sul.

Iniciou a expedição da primeira circum-navegação da terra, que infelizmente não pôde terminar. Morreu um ano antes, na ilha filipina de Mactan, num confronto com uma tribo cebu liderada pelo chefe Lapu-Lapu.
A expedição foi terminada pelo seu companheiro, o basco Sebastião del Cano em 1522.
Fernão de Magalhães nasceu, na primavera de 1480 em Sabrosa, Trás-os-Montes.
Que eu saiba, existe apenas uma estátua deste navegador em Portugal, ergue-se, no centro da Praça do Chile, em Lisboa e foi oferecida em 1950 pelo governo chileno.
Idêntica estatua está localizada, nesse país, em Punta Arenas.



A 27 de abril de 1937, morre em Roma, Antonio Gramsci político, pedagogo, filósofo, teórico marxista, comunista e antifascista.
Nasceu em Ales, na Sardenha, a 22 de Janeiro de 1891
A sua obra é fundamental para o pensamento social, pelas perspectivas e instrumentos que oferece na abordagem teórica dos problemas da cultura.
Depois do fracasso do comunismo nos países do leste europeu, é o teórico marxista mais estudado, talvez por ter criticado Estaline e o estalinismo.
O conjunto da sua obra reflecte um trabalho teórico e de investigação sobre assuntos sociais, ainda actuais abrindo caminhos para fazer face aos problemas.
Foi secretário-geral do Partido Comunista Italiano de 1924 a 1927.
Os Cadernos de Cárcere, composto de 32 cadernos de tipo escolar, são a sua obra mais conhecida escrita nos anos de prisão (1926 a 1937), versão completa na reedição de 2007.

quarta-feira, 20 de abril de 2011

DESCULPEM

Troika em Portugal



Desculpem-me esta febre nacionalista que me atacou repentinamente, ainda por cima a mim que fui educado no “ Proletários de todo o Mundo uni-vos”.


Mas a etiologia desta doença, mais própria da direita, é o FMI, o Fundo Europeu de Estabilização Financeira, o Banco Europeu e o comportamento dos países do Centro e Norte da Europa.

A doença foi agravada pelas atitudes dos dirigentes do PS e PSD que, de mão estendida, vão pedir dinheiro à Alemanha.

Não me vou alargar muito em considerandos, pois esta história é por demais conhecida dos portugueses. A sobranceria da Srª Angela Doroteia MerKel (que raio de nome), de Sarkozy (nome tipicamente gaulês) e de partidos da direita Escandinávia e Países Baixos são condicionante de agravamento da doença.
Os ingleses, com a denominação dos países PIGS, também ajudaram no meu ódio de fervor nacionalista.

Já agora gostava de esclarecer estes senhores, pouco dados ao estudo da geografia, que a Irlanda e a Islândia não são países do Sul da Europa, assim como a cultura grega é diferente da dos países latinos.
O meu receio é que estes povos bárbaros nos imponham uma restrição na água, elemento essencial na nossa higiene, introduzido há séculos quer pelos árabes quer pelos romanos na Península Ibérica.
A proibição dos banhos está iminente na fúria de restringir o deficit.
Na Helvetia quando se alugava um apartamento, já estava incluído no preço os gastos de água e no fim do ano procedia-se aos ajustes de contas. Para meu espanto, todos os anos tinha de pagar o excesso de água que consumia. Questionei os meus colegas sobre a situação e todos recebiam dinheiro. Só percebi quando a porteira suíça explicou à Teresa que ela, o marido e os seus dois filhos lavavam-se todos na mesma água ao domingo.
Lembro-me sempre de um dermatologista que antes de ver os velhotes com lesões da pele mandava-os primeiro passar água e sabão.
Os franceses são conhecidos em todo o Mundo por não se lavarem, sobretudo na América do Sul. Os belgas seguem o mesmo caminho, vide aquele anúncio, na TV belga, de um desodorizante que dizia: “O desodorizante para evitar o incómodo do seu banho semanal”.

E o que se passa com os Vikings e os povos germânicos?
Segundo a Wikipedia, os nomes dos dias da semana nas línguas germânicas são baseados nos nomes de Deuses nórdicos. Excepção para Laugardagr “Dia dos banhos”(baptizado por um hábito semanal).
A Europa quer voltar a colar-nos a imagem do Oliveira da Figueira, criada pelo belga e colaborador nazi, Hergé e eu num rasgo do mais baixo nacionalismo e chauvinismo, imitando os partidos da direita europeia afirmo: “Os franceses e os belgas não se lavam, os germânicos e os nórdicos são uns bêbados assim como os ingleses”.
NÃO AO CORTE DOS BANHOS (DE CHUVEIRO) DIÁRIOS! NÃO AO DOMÍNIO GERMÂNICO-NÓRDICO!

segunda-feira, 18 de abril de 2011

MEMÓRIAS: ALJUBE - 46 anos depois de fechar

MEMÓRIAS: ALJUBE - 46 anos depois de fechar

O CAMINHO DE SALOMÃO: Economia é uma ciência?

O CAMINHO DE SALOMÃO: Economia é uma ciência?

AVISO AOS POLITICOS

Nunca digam nunca ou jamais, que é a mesma coisa mas em francês.

Zé Socrates já nos habituou a afirmar uma coisa hoje, como definitiva, e passados poucos dias ou horas dizer exactamente o contrário. Lembrem-se apenas do filme da divida e do empréstimo em que obrigou todos os ministros principalmente o das Finanças a mentir.

Este terrível vírus da mentira está a espalhar-se por toda a classe política e não só.

Alerta! Estamos perante uma verdadeira epidemia se não vejamos, primeiro foi o Ministro Pinho com várias gaffes e mentirolas, depois foi o celebérrimo JAMAIS do Ministro Mário Lino, margem sul JAMAIS e lá vai a correr o aeroporto para o Poceirão.

A epidemia alastra e o PSD pelo seu líder começa a mentir, afinal tinha conversado com o Zé antes de ele ter partido para Bruxelas com o PEC IV e até tinham discutido e apresentado alterações.

Neste preciso momento, o vírus atinge um alto representante da sociedade civil o Nobre da AMI, depois de ter afirmado que nunca faria parte de uma lista partidária aparece como cabeça de lista por Lisboa pelo PSD.

O Fernando Nobre é médico e apesar de nunca ter exercido em hospitais públicos portugueses, aprendeu a chamada via longa para ocupar um cargo. Para quem não sabe eu explico, na carreira médica hospitalar, para passar de assistente a assistente graduado existiam duas formas.
A primeira, concorrer e apresentar-se perante um júri nacional; a segunda, esperar dez anos redigir um mini curriculum para ser apreciado por um júri do seu hospital (a via longa).

Assim Nobre apresentou-se ao eleitorado para ser Presidente da República e foi chumbado, opta pela via longa :- cabeça de lista do PSD para o cargo de Presidente da Assembleia da República e quando o Presidente Cavaco se ausentar ele será finalmente o Presidente da República.

Como bom monárquico segue o lema de D. Luísa de Gusmão: “ melhor ser Rainha por um dia do que duquesa toda a vida”

Francamente meus senhores não lhes ensinaram que é feio mentir e que mais depressa se apanha um mentiroso que um coxo.

O alerta foi dado a DG de saúde está avisada assim como a OMS.

Está em vias de ser lançada uma vacina, com a urgência foram dispensados alguns testes em voluntários humanos mentirosos compulsivos, tipo dirigente de clubes desportivos e treinadores de futebol.

Assim a vacina tem o risco de ter reacções adversas, tipo urticária.

A vacina vai chamar-se pop.indignatis e espera-se o seu lançamento em 5 de Junho deste ano.

E' Mentira e' Mentira


Musica popular dedicada aos nossoa politicos

quarta-feira, 13 de abril de 2011

A VOZ DAS VITIMAS

A exposição “ A Voz das Vítimas”, a realizar na antiga cadeia do Aljube, em Lisboa, será inaugurada  a 14 de Abril de 2011.

Além de contemplar a história do edifício e seus achados arqueológicos, a exposição fará a história da prisão política durante a ditadura. Haverá espaços dedicados à polícia política e aos seus métodos, serão reconstituídos os célebres curros, serão expostas 48 fichas de ex-presos políticos com a fotografia tirada pela PIDE e uma pequena biografia, será descrita a vida dos presos nesta antiga prisão e também o quotidiano dos carcereiros, tanto quanto possível reproduzindo o ambiente da época.

Planeamos organizar regularmente visitas guiadas, apresentação de memórias de antigos presos, colóquios sobre a repressão no “Estado Novo”, a tortura, os tribunais plenários, as medidas de segurança, as fugas da prisão, a solidariedade com os presos políticos, os exílios, os desterros do Império, a resistência e as lutas contra o fascismo. Serão exibidos filmes e realizadas outras iniciativas como visitas de escolas

Retirado do blog Não Apaguem a Memória

CONQUISTA DO ESPAÇO

Ontem fez 50 anos que se realizou o primeiro voo no espaço, abrindo-se à Humanidade a era do Cosmos.


Yuri Gagarin foi o primeiro cosmonauta e a cápsula Vostok 1 deu uma volta ao Mundo em 108 minutos.

Segundo a agência Ria Novosti, o lançamento da cápsula deu-se às 9.07 e às 9.10 caiu a cobertura protectora do foguete e ouviu-se a voz emocionada de Gagarin: “Vejo a Terra! Que Belo!”

Às 9.18 iniciou-se a terceira fase e a nave espacial começou o seu voo à volta da Terra.

Às 9.57 o cosmonauta informou que sobrevoava os Estados Unidos e nesse mesmo instante a TASS, agência oficial soviética, comunicou ao Mundo que havia efectuado o lançamento de uma nave espacial.

Finalmente às 10.55h a nave aterrou perto de Smelovka, uma aldeia nas estepes do Volga.

Em Portugal tinha começado a luta armada para a libertação de Angola (4 de Fevereiro de 1961), e a censura tentou em vão esconder este acontecimento histórico que faz parte da História da Humanidade. Na ONU o representante de Salazar, Vasco Vieira Garin, fez um discurso, também ele histórico, em que afirmava que tudo aquilo não passava de propaganda comunista da União Soviética.

Valeu-lhe uma manchete de um jornal francês, em que se lia: “ Les portugais sont toujours gais

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Fado de Coimbra: Samaritana (Luís Marinho)



Homenagem a meu pai Abílio Mendes pela passagem do centenário do seu nascimento. Ele que cantava tão bem este fado de Coimbra, que chegou a ser proibido no tempo do fascismo

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Guerra na Libia




A intervenção militar na Líbia pelas tropas da NATO, como previu Fidel Castro*, iniciou-se a 19 de Março com a aprovação da deliberação 1973 do Conselho de Segurança da ONU. A efectivação de uma zona de exclusão aérea depressa se transformou numa guerra generalizada neste país do Norte de África. A proposta inicial de desencadear acções de “protecção a civis inocentes” por parte de países como Estados Unidos, Inglaterra, França, Canadá, Bélgica, Itália, Espanha, Dinamarca e Qatar, depressa se transformou em acções para “derrotar Kadafi”.
Os Estados Unidos e os seus aliados da NATO estão de novo metidos numa guerra dispendiosa - nos primeiros dias já foram gastos 700 milhões de dólares - e criminosa, que dificilmente sairão dela, esquecendo os ensinamentos tirados das guerras do Iraque e Afeganistão. Encontram-se agora num dilema shakespeariano: ou dividir o país em dois, mantendo Kadafi em Tripoli, ou expulsá-lo, desmantelando o exército líbio.

Quanto mais o conflito se prolonga mais as divisões dentro da NATO se acentuam. De um lado, estão os Estados Unidos e a Itália, com a simpatia da Alemanha, que preferem um golpe de Estado contra Kadafi e a formação de um governo com ex Kadafistas e outra oposição. Do outro, o eixo França/ Inglaterra que aposta na operação militar sem anestesia e na entrega do governo aos rebeldes, com quem tem laços privilegiados que pretende fazer valer para disputar uma redistribuição dos recursos petrolíferos da Líbia.

Muita gente da esquerda teve esperança em Obama, Prémio Nobel da Paz, e em Hillary Clinton à frente dos destinos da maior potência mundial. Um negro e uma mulher só por esse simples facto não têm de ser obrigatoriamente progressistas. Este é um raciocínio enviesado próprio da direita: todos os negros americanos são à partida de esquerda. Mas nem um nem outro trazem em si o ADN da luta de emancipação dos negros e das mulheres.

Por outro lado, Kadafi ao fim de 40 anos de governação tornou-se um ditador fascista aliando-se e apoiando aqueles que hoje em dia o atacam. Grandes quantias de dinheiro foram disponibilizadas para políticos de direita italianos e franceses e, segundo uma investigação de um jornalista do Washington Post, Kadafi teria depositado num só banco americano a módica quantia de 30 milhões de dólares, o que mostra uma confiança ilimitada no imperialismo.
O grupo de rebeldes é de tal maneira heterogéneo, os motivos da sua revolta e as suas reivindicações tão nebulosas que é difícil tomar posição favorável.
As informações que temos são que no grupo de rebeldes há desde jovens das redes sociais, que aspiram a uma vida em liberdade, ex-oficiais do exército de Kadafi, que lhe foram fiéis nestes últimos 40 anos, a alguns acólitos de Bin Laden, segundo informações da CIA.
A semelhança com os acontecimentos da revolta da Tunísia e do Egipto é pura coincidência. Os rebeldes rapidamente agradeceram os bombardeamentos dos aviões da NATO e a única reivindicação que se conhece é a expulsão de Kadafi do país. Sobre a exploração dos poços de petróleo nada dizem e em vez de trazerem para a luta os trabalhadores emigrantes (egípcios, tunisinos e centro-africanos), de consciencializá-los para defenderem os seus direitos quando têm sido tão explorados, sobretudo no Leste da Líbia, só ouvimos relatos de discriminação e perseguição pela parte dos revoltosos.

Resumindo, dos dois grupos em confronto na guerra civil venha o diabo e escolha!

Ficamos num dilema antigo dos processos revolucionários: devemos considerar as tropas da NATO libertadoras no apoio aos revoltosos ou condenar a sua intervenção, como uma invasão imperialista, e considerar Kadafi um nacionalista, como acontece em muitos exemplos da história quando o nacionalismo de ditadores e mesmo fascistas já não servia ao imperialismo.


Não é preciso ser marxista para perceber que Obama e Hillary Clinton não conseguem governar contra os poderosos monopólios petrolíferos, a indústria de armamento, os bancos, as bolsas e que, tal como os seus antecessores republicanos, defendem os interesses das grandes empresas transnacionais e imperialistas.

Os povos sofrem enquanto se confrontam por um lado a ENI (italiana), Total (francesa), Repsol (espanhola), BP (inglesa) e Shell (norueguesa e americana) e do outro a Corporação Petrolífera Estatal da Líbia, que Kadafi preparava desde 2009.

E quem vai estar presente na reunião da OPEP, marcada para 2012 em Tripoli, para ditar os preços do crude?

Quanto aos revoltosos, terei de afirmar que nem sempre as revoltas sociais são produto de uma tomada de consciência colectiva e por vezes obedecem a outros interesses.

Faço minhas as palavras do Bispo de Tripoli, Giovanni Inozencio Martinelli, que acaba de condenar um ataque aéreo sobre a cidade, que atingiu hospitais e fez 40 mortos, e apela para uma solução diplomática.


*Ver post a revolta no Levante