segunda-feira, 24 de maio de 2010

Economia é uma ciência?

Texto retirado de Carta Maior

O mais que isto/É Jesus Cristo/Que não sabia nada de finanças/nem consta que tivesse biblioteca
F. Pessoa




A crise financeira internacional provocada nos States e que se globalizou, ferindo a zona Euro no seu locus minor: a Grécia, é por muitos analistas, descrita como se tratasse de uma epidemia.
Por exemplo, a situação na Grécia já foi comparada a um furúnculo, que não tendo sido lancetado ou extraído em devida altura, havendo o risco de desenvolver uma septicemia que atingisse Portugal e Espanha e mais tarde os outros dos chamados PIIGS, (a sigla é inglesa e não espanhola como disse em cima Marshall Auerbak, aliás só os ingleses são tão simpáticos!)
Assim, nós estamos em risco grave de infecção generalizada no sangue, sem nos prescreverem o antibiótico adequado.
Como não sou economista, “nem percebo nada de finanças e nem tenho uma grande biblioteca”, só posso constatar que a crise foi provocada por economistas seguidores de Milton Friedman, prémio Nobel em 1976 e prolongada por treze outros seguidores, galardoados também pela Academia Sueca que arrumaram a um canto os Keinesianos.
No nosso rectângulo passa-se o mesmo, economistas que saltam de Marx para Friedman, mas todos com responsabilidade nos últimos anos de governação do país.
Ultimamente num simulacro de uma conferência médica, estiveram onze reunidos em Belém (10 +1) mas nenhuma terapêutica para o mal, saiu do conciliábulo.
O que ouvimos, propor, é a destruição da segurança social e de todas as conquistas dos trabalhadores portugueses e europeus.
O perigo é que esta queda é a queda intelectual de quem nos governa todos detentores das “ciências económicas”.
Imaginem o que aconteceria se agora, em pleno século XXI, se descobrisse que Pasteur, Lister e Koch, os três fundadores da Medicina Moderna estavam errados.

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