segunda-feira, 26 de setembro de 2011
SUBMARINOS
Este postal,datado de 1912 é dirigido ao Almirante Tito de Morais, quem escreve pede para ele interceder na compra rapida de bombas de reserva de oleo de lubrificação, pois as provas de motores seriam realizadas brevemente em Nuremberga.
Julgo que na foto está represntado um submarino,se assim for e pelo conteudo da missiva, tivemos sempre um problema com os submarinos comprados à Alemanha.
Este navio chamava-se Lynce.
Se algum marinheiro ler o meu post por favor esclareça-me se chegou a ser util para a Marinha de Guerra
quinta-feira, 8 de setembro de 2011
CORTES NA SAUDE
CORTES NA SAUDE
A saúde do meu Doente será a minha primeira preocupação (Juramento de Hipócrates)
A entrevista do ministro da Saúde ao “Jornal das 8” da TVI do dia 1 de Setembro foi no mínimo confrangedora.
Paulo Macedo prefere começar pelos cortes nas despesas de saúde em vez de reorganizar os serviços, aumentando a sua eficiência. Muito do desperdício dos sistemas de saúde, cerca de 20 a 40%,deve-se à ineficiência.
Assim, numa assentada, ataca-se os profissionais de saúde - com cortes nas horas extraordinárias e nos incentivos às equipas de colheita e transplante - e os doentes reduzindo - lhes benefícios básicos e aumentando preços.
É inadmissível que sejam os doentes a sofrer a nossa falta de organização e coordenação.
O corte de 50% nos incentivos aos transplantes é uma medida puramente economicista e que vai levar a uma diminuição do número de transplantes realizados no nosso país, regressando à vergonhosa situação de “ exportação de doentes”.
Esta filosofia que leva os decisores a propor modelos económicos que toma em conta a idade ou uma outra característica de um membro da nossa sociedade para lhes recusar certos cuidados de saúde, já se passa infelizmente em muitos serviços em Portugal e no estrangeiro e vai contra a deontologia médica.
É espantoso que seja uma equipa ministerial, que perfilha de uma forte formação católica, que vai por este caminho.
Desde a primeira transplantação realizada em Portugal, no ano de 1969, até aos dias de hoje, muita água correu no rio. As equipas de técnicos de saúde foram- se aperfeiçoando e não menosprezaram os problemas éticos e morais.
Vou apenas recordar o Kevin (nome fictício), nascido em Cabo Verde com uma malformação das vias biliares, que veio transferido para o Portugal. Após tratamentos médicos e cirúrgicos, a única solução era a transplantação hepática.
Em Portugal não havia pratica de transplantes de fígado em crianças tão pequenas. Decidimos contactar o grande Centro Europeu de Transplantações na Bélgica. Os custos da operação eram tão elevados que a Embaixada de Cabo Verde nos respondeu que com esse dinheiro vacinavam todas as crianças do arquipélago. A desilusão e o desespero instalaram-se nos cirurgiões do serviço.
De Coimbra veio uma esperança. A equipa do Prof. Linhares Furtado, apesar de com pouca experiência nesses casos, ia fazer a intervenção. Foi um sucesso e esta história teve um final feliz.
A primeira transplantação de órgão de cadáver, em Portugal, foi realizada em Coimbra em 1969. Na altura, segundo o consultor jurídico, de então, da Ordem dos Médicos, os cirurgiões foram alertados de que incorriam numa pena de oito anos de prisão. Contudo, já em muitos países se realizavam transplantações e a sociedade médica entrava no que foi chamada a “ grande aventura do século XX”.
Em Portugal, só a partir do fim dos anos 80 é que os insuficientes renais deixaram de ser transplantados fora do país e à custa do erário público.
O Ministério da Saúde nomeou agora mais uma comissão para a reestruturação da rede hospitalar do Serviço Nacional de Saúde. Mais uma! Já perdi a conta! Mas esta tem uma característica especial: não foi convidado a participar nenhum enfermeiro!
Quanto aos transplantes, antes de tomarem mais decisões, sugiro que leiam o livro do Prof. Linhares Furtado, Transplantação de órgãos abdominais em Coimbra (contributos para um projecto nacional) Coimbra 2010.
Não sei se o número de transplantações realizadas no nosso país tem alguma influência no PIB, mas tenho a certeza que salva mais vidas.
Já referenciado em artigos anteriores, relembro a resolução 58.33 da Assembleia Mundial da Saúde:
Obter o máximo rendimento das tecnologias e serviços de saúde
Motivar os trabalhadores de saúde
Melhorar a eficiência hospitalar
Obter os cuidados correctos no primeiro contacto, por redução do erro médico
Eliminar o desperdício e a corrupção
Avaliar de modo crítico quais os serviços necessários
Para que todos tenham acesso a serviços de saúde, sem necessidade de sacrifícios financeiros pessoais.
A saúde do meu Doente será a minha primeira preocupação (Juramento de Hipócrates)
A entrevista do ministro da Saúde ao “Jornal das 8” da TVI do dia 1 de Setembro foi no mínimo confrangedora.
Paulo Macedo prefere começar pelos cortes nas despesas de saúde em vez de reorganizar os serviços, aumentando a sua eficiência. Muito do desperdício dos sistemas de saúde, cerca de 20 a 40%,deve-se à ineficiência.
Assim, numa assentada, ataca-se os profissionais de saúde - com cortes nas horas extraordinárias e nos incentivos às equipas de colheita e transplante - e os doentes reduzindo - lhes benefícios básicos e aumentando preços.
É inadmissível que sejam os doentes a sofrer a nossa falta de organização e coordenação.
O corte de 50% nos incentivos aos transplantes é uma medida puramente economicista e que vai levar a uma diminuição do número de transplantes realizados no nosso país, regressando à vergonhosa situação de “ exportação de doentes”.
Esta filosofia que leva os decisores a propor modelos económicos que toma em conta a idade ou uma outra característica de um membro da nossa sociedade para lhes recusar certos cuidados de saúde, já se passa infelizmente em muitos serviços em Portugal e no estrangeiro e vai contra a deontologia médica.
É espantoso que seja uma equipa ministerial, que perfilha de uma forte formação católica, que vai por este caminho.
Desde a primeira transplantação realizada em Portugal, no ano de 1969, até aos dias de hoje, muita água correu no rio. As equipas de técnicos de saúde foram- se aperfeiçoando e não menosprezaram os problemas éticos e morais.
Vou apenas recordar o Kevin (nome fictício), nascido em Cabo Verde com uma malformação das vias biliares, que veio transferido para o Portugal. Após tratamentos médicos e cirúrgicos, a única solução era a transplantação hepática.
Em Portugal não havia pratica de transplantes de fígado em crianças tão pequenas. Decidimos contactar o grande Centro Europeu de Transplantações na Bélgica. Os custos da operação eram tão elevados que a Embaixada de Cabo Verde nos respondeu que com esse dinheiro vacinavam todas as crianças do arquipélago. A desilusão e o desespero instalaram-se nos cirurgiões do serviço.
De Coimbra veio uma esperança. A equipa do Prof. Linhares Furtado, apesar de com pouca experiência nesses casos, ia fazer a intervenção. Foi um sucesso e esta história teve um final feliz.
A primeira transplantação de órgão de cadáver, em Portugal, foi realizada em Coimbra em 1969. Na altura, segundo o consultor jurídico, de então, da Ordem dos Médicos, os cirurgiões foram alertados de que incorriam numa pena de oito anos de prisão. Contudo, já em muitos países se realizavam transplantações e a sociedade médica entrava no que foi chamada a “ grande aventura do século XX”.
Em Portugal, só a partir do fim dos anos 80 é que os insuficientes renais deixaram de ser transplantados fora do país e à custa do erário público.
O Ministério da Saúde nomeou agora mais uma comissão para a reestruturação da rede hospitalar do Serviço Nacional de Saúde. Mais uma! Já perdi a conta! Mas esta tem uma característica especial: não foi convidado a participar nenhum enfermeiro!
Quanto aos transplantes, antes de tomarem mais decisões, sugiro que leiam o livro do Prof. Linhares Furtado, Transplantação de órgãos abdominais em Coimbra (contributos para um projecto nacional) Coimbra 2010.
Não sei se o número de transplantações realizadas no nosso país tem alguma influência no PIB, mas tenho a certeza que salva mais vidas.
Já referenciado em artigos anteriores, relembro a resolução 58.33 da Assembleia Mundial da Saúde:
Obter o máximo rendimento das tecnologias e serviços de saúde
Motivar os trabalhadores de saúde
Melhorar a eficiência hospitalar
Obter os cuidados correctos no primeiro contacto, por redução do erro médico
Eliminar o desperdício e a corrupção
Avaliar de modo crítico quais os serviços necessários
Para que todos tenham acesso a serviços de saúde, sem necessidade de sacrifícios financeiros pessoais.
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