sexta-feira, 27 de abril de 2012

DONOS DE PORTUGAL

É obrigatório ver o programa da RTP www.donosdeportugal.net que foi transmitido às três da manhã para compreendermos o estado a que chegámos.
Mostra o dominio do nosso país por um punhado de capitalistas que vive há mais de cem anos à custa do Estado e sob o controlo deste.
Ver antes que o retirem da net.
PARABÉNS À EQUIPA QUE O REALIZOU.

quinta-feira, 26 de abril de 2012














Mascando folhas de coca

     
Vinho com a benção do Vaticano



A GRANDE DIFERENÇA ENTRE A FOLHA DE COCA E A COCAÍNA      
A confusão lançada em que as folhas de Coca e a cocaína têm o mesmo efeito, é propositada. Até esta data não existe qualquer prova científica deste facto em que os governos dos países ditos desenvolvidos se posam basear para impor os seus mitos aos povos que guardam tradições e saberes ancestrais.
Assim, não é de estranhar que tentem proibir a cultura da coca nos países andinos, considerando-a um dos maiores perigos para a humanidade.
Esta intolerância vem de longe. A comissão de estudo das folhas de coca patrocinada pelas Nações Unidas em 1949 não teve pejo em esquecer 8000 anos dos hábitos nos Andes de mastigar folhas de coca com propósitos medicinais para concluir, depois de um ano de estudo, que este hábito tinha efeitos negativos. A ONU condenou o mascar de folhas de coca, classificando esta planta como um estupefaciente juntamente com a cocaína e heroína e submeteu-a ao controlo internacional. 1961 Convenção sobre estupefacientes da Organização das Nações Unidas
Este comité cedeu à imposição dos países desenvolvidos e esqueceu as centenas de trabalhos científicos internacionais que afirmavam que a folha de coca utilizada no estado natural não representa nenhum perigo para a saúde e classificá-la como estupefaciente carece de bases científicas.
Mastigar folhas de coca produz, pelo contrário, efeitos estimulantes moderados e pode mesmo reduzir a fome, ajudar à digestão e combater a doença de altura ou mal de montanha que acontece em lugares elevados da cordilheira dos Andes.
Este habito praticam diariamente os quéchuas, os aimaras e os chibchas assim como fizeram antes deles os habitantes de Tiahuanaco que pertenciam à cultura pré-inca (2000 a 1500 a.c.). Desde estes tempos a folha de coca tem sido um importante produto de intercâmbio e controlo de diferentes terrenos ecológicos.
Segundo cronistas espanhóis, os cocais eram propriedade do Inca e ele oferecia folhas de coca aos visitantes de outras etnias e aos líderes das regiões conquistadas.
Usava-se também nos ritos religiosos, queimando estas folhas para que o fumo subisse até ao céu de Ataguju, deus criador do céu e da terra.
A folha de coca é perseguida desde o seculo XVI, os colonizadores espanhóis viram nela um perigo para a envangelização e tentaram eliminá-la. Não conseguiram. O Administrador Colonial Juan Matienzo escreveu que arrancar as folhas de coca era o mesmo que acabar com os Vice-reis no Perú. Nova tentativa foi feita em 1855, Já depois da independência do Perú, pela comunidade científica. Foi neste ano que o químico alemão Gaedcke conseguiu isolar das folhas de coca um alcaloide a que chamou Erythroxylina, nome genérico da planta. Um ano depois outro químico alemão, Albert Niemann purificou este alcaloide e isolou a cocaína. Precisamente, ao mesmo tempo, o químico italiano Angelo Marini produziu com base nas folhas de coca um vinho que se transformou numa bomba na Europa. Até o Papa Leão XIII cedeu a sua efigie para o rótulo do vinho e o Vaticano distinguiu o químico com uma medalha de ouro como reconhecimento do seu trabalho para o benefício da saúde da humanidade.
A Coca-Cola compra anualmente 300 toneladas da folha desta planta para a produção desta bebida, utilizando as folhas sem alcaloides, ou seja “descocainizada”, a sua fórmula continua a ser secreta e protegida por várias patentes.
A confusão entre a folha de coca e a cocaína é deliberada ignorando-se que esta não é droga.
Para transformar a folha em cocaína é necessário um tratamento com químicos: - ácido sulfúrico, carbonato de sódio, acetona, diesel, permanganato de sódio e cal para se obter a pasta básica de cocaína e a partir desta o cloridrato.
Quando este reage com bases é convertido em cocaína pura, também chamada bases livres.
Para um quilo de cloridrato são necessárias 125 Kg de folhas de coca. Contudo, persiste no Ocidente a ideia que se pode voar mascando uma folha de coca e esta é uma pergunta frequente dos turistas na Bolívia e no Peru.
O presidente da Bolívia, Evo Morales, defende em todos os foros internacionais que a folha de coca não é uma droga e que a partir desta pode-se fabricar uma variedade de produtos: - farinha de coca, refrescos, tortas e mesmo cerveja.
Tem mais cálcio que o leite e tanto fosforo como os peixes.
Na realidade a folha de coca per si não é problema para a humanidade mas um alívio para os problemas de nutrição e de saúde, ao passo que a cocaína representa um perigo.
Esta tornou-se uma fonte de receitas e enriquecimento para narcotraficantes e para muitos governos que através dos seus serviços secretos utilizam a droga como um instrumento de poder.
O departamento das Nações Unidas contra a Droga e o Crime (UNODC), revela nos seus dados estatísticos que nos Estados Unidos consome-se anualmente, umas 160 toneladas de cocaína, o que representa 37 por cento do consumo mundial. Na Europa, 130 toneladas (30 por cento).
Se calcularmos que um Kilo de cocaína custa 2000 dólares, o lucro no primeiro caso é de 320 mil milhões de dólares e na Europa de 260 mil milhões.
Os camponeses que cultivam as folhas de coca ganham no máximo 3000 dólares numa colheita, ao passo que os narcotraficantes, milhares de milhões de dólares tornando-se praticamente impossível erradicar o tráfico de cocaína. 
Muitos dos efeitos benéficos para a saúde que possam ser extraídos das folhas de coca, como a reserpina e a papaína, ainda não foram explorados pela indústria farmacêutica, contudo apesar desta ser fundamental para os andinos está a ser vitima da cocaína e a pagar todos os pecados dos narcotraficantes e dos poderosos do mundo.







¿Para qué carajos sirven los reyes, los monarcas, emperadores, emires o sultanes?

¿
Um poco longo, mas não resisto a partilhar com os seguidores do meu blogue



Para qué carajos sirven los reyes, los monarcas, emperadores, emires o sultanes?

domingo, 22 de abril de 2012


OH GENTES DA MINHA TERRA!

O que se passa neste país onde o medo se instalou? 

O que é feito das gentes, das sucessivas gerações, que enfrentaram a besta fascista e a sua polícia politica?


Quando eu era jovem, mesmo perante um discurso oficial de um ministro ou de algum agente do governo com que não estivéssemos de acordo, alguém se levantava e punha em questão, arriscando perseguições, prisões ou exilio. 
Assim foram os estudantes que participaram nas greves de 27, 34, 58, 62 e 69. 
Assim foram os operários das cinturas industriais de Lisboa e Porto, os operários do Barreiro, os operários agrícolas do Ribatejo e Alentejo.
Assim foram os camponeses do Norte na luta em defesa dos baldios, tão bem descrita por o mestre Aquilino, em Quando os Lobos Uivam.
Assim foram os militares de Abril que puseram fim às guerras coloniais e libertaram este país dando a machadada final no fascismo.
Hoje trinta e oito anos depois do 25 de Abril de 1974, os Lobos continuam a uivar e o medo instalou-se.


Um dos programas que eu conseguia ver com uma certa assiduidade era o “eixo do mal”. Mas neste último que resolveram falar sobre o encerramento da MAC sem se quer terem-se dado ao trabalho de se informar para se prepararem minimamente foi um desastre. Aliás a maioria dos comentadores políticos não se preparam para nada vão debitando o que leram nos jornais: - Financial Times, El País, Le Monde. New York Times, Economists.

Voltando ao último programa do “eixo do mal”, fiquei a saber que o ministro da saúde era o “melhor ministro deste governo” e era um homem sério que não cedia a lobies, aliás ele é “independente”. O homem do bloco de esquerda ainda esboçou uma crítica ao encerramento da Maternidade Alfredo da Costa (MAC) e adiantou que o ministro tinha sido administrador da seguradora MEDIS, o que por si só não quer dizer nada.

Na altura em que os media relatavam o anuncio do encerramento da MAC, e entrevistavam o ministro à saída do edifício, ele vinha acompanhado por um distinto médico, Prof. Linhares Furtado, o pai dos transplantes em Portugal. Mas por desconhecimento ou não, ninguém lhe perguntou o que estava ali a fazer? 

 Tinha-lhe sido atribuído, com toda a justeza, o “ Premio Nacional de Saúde 2011” . O galardoado é um homem conservador e estruturalmente de direita e sempre o foi, mas aproveitou a presença dos três governantes da pasta da saúde para dizer umas verdades.

Citando estudos publicados na Inglaterra, onde a destruição do National Health Service, mostram que os profissionais que aí trabalham estão calados e com medo e que o nosso SNS pode ir pelo mesmo caminho se não houver “ retração dos limites da gestão politica na área da saúde”.

segunda-feira, 16 de abril de 2012

Morreu Aubrac




Mais uma memória viva da história  acaba de desaparecer.

Raymond Aubrac morreu, na última terça-feira, aos 97 anos, no hospital militar de Val de Grace, emParis.

Era um dos últimos sobreviventes da resistência francesa à ocupação nazi durante a Segunda Guerra Mundial.


Raymond Aubrac, aliás Raymond Samuel, foi um dos fundadores do movimento Libertação Sul e  um dos últimos protagonistas da resistência a conhecer Jean Moulin, a quem o general De Gaulle incumbiu de unir os movimentos contra a ocupação.

Preso com Jean Moulin, numa casa em Cailure, no centro do país, a 21 de Junho de 1943. O grupo, 14 pessoas, foi libertado numa operação audaciosa comandada pela mulher Lucie, então grávida, episódio que inspirou o filme de Claude Berri de 1997 : “Lucie Aubriac”.

A sua colaboração com Moulin ajudou a transformá-lo numa espécie de lenda no universo da resistência francesa, imortalizada no cinema.

Ele e a mulher foram incansáveis testemunhas de uma época, levando seus depoimentos a escolas, até a morte de Lucie, em 2007.

Em 1947 e 1950 foi testemunha no processo contra René Hardy, morto em 1987,acusado de ter entregado à Gestapo Jean Moulin.

 Reuniu - se com Ho Chi Minh, quando este negociou em Fontainebleau, a independência da Indochina, tornando-se seu amigo. Durante a guerra do Vietname, desempenhou um papel discreto mas determinante, durante as negociações secretas entre os Estados Unidos e o Vietcong, com muitas idas e vindas entre o secretário de Estado americano Henry Kissinger e Ho Chi Minh.

Raymond Aubrac publicou sua autobiografia em 1996, "Où la mémoire s'attarde" (1996)







quarta-feira, 4 de abril de 2012

Ministério da Saúde

O Ministro da Saúde deve estar muito mal assessorado, pelo menos quanto ao tempo que leva a implementar uma medida.
Vejamos:
  1. O dec lei sobre as   receitas electrónicas foi publicado, ainda no anterior governo, e era para entrar em vigor no dia 1 de Julho de 2011. Só entrou vários meses depois, e o objectivo da iniciativa não foi alcançado. Como já existe em outros países, nomeadamente nos EUA, a vantagem da receita electrónica era o médico prescrever e esta ser enviada de imediato para uma farmácia à escolha do doente. Isto,ainda, não acontece no nosso país.
  2. O compromisso orçamental, ideia já deste governo, com chancela do ministro das finanças, teve de recuar na saúde com os protestos dos administradores hospitalares. Era de facto um disparate.
  3. Agora chega a vez das vinhetas numeradas, que deviam estar a funcionar a partir de 1 de Abril, mas foi mentira. Aliás também um perfeito disparate.
Quando comecei a exercer medicina a minha assinatura tinha Valor e era reconhecida em qualquer lado: farmácias, estabelecimentos de saúde e tribunais. Mais tarde inventaram as vinhetas com o nome e o numero mecanográfico da ordem dos médicos, não foi suficiente, agora estão para aparecer as vinhetas numeradas!
O numero de falsos médicos continua o mesmo do que há trinta e tal anos e o numero de falcatruas com as farmácias e não só, aumentam.
Então o que trouxeram de novo as vinhetas?