Mais uma memória viva da
história acaba de desaparecer.
Raymond Aubrac morreu, na
última terça-feira, aos 97 anos, no hospital militar de Val de Grace, emParis.
Era um dos últimos
sobreviventes da resistência francesa à ocupação nazi durante a Segunda Guerra
Mundial.
Raymond Aubrac, aliás
Raymond Samuel, foi um dos fundadores do movimento Libertação Sul e um dos últimos protagonistas da resistência a
conhecer Jean Moulin, a quem o general De Gaulle incumbiu de unir os movimentos
contra a ocupação.
Preso com Jean Moulin, numa casa em Cailure, no centro do país, a 21 de Junho de 1943. O grupo, 14 pessoas, foi libertado numa operação audaciosa comandada pela mulher Lucie, então grávida, episódio que inspirou o filme de Claude Berri de 1997 : “Lucie Aubriac”.
A sua colaboração com Moulin ajudou a transformá-lo numa espécie de lenda no universo da resistência francesa, imortalizada no cinema.
Ele e a mulher foram incansáveis testemunhas de uma época, levando seus depoimentos a escolas, até a morte de Lucie, em 2007.
Em 1947 e 1950 foi testemunha no processo contra René Hardy,
morto em 1987,acusado de ter entregado à Gestapo Jean Moulin.
Reuniu - se com Ho Chi Minh, quando este negociou em Fontainebleau, a independência da Indochina, tornando-se seu amigo. Durante a guerra do Vietname, desempenhou um papel discreto mas determinante, durante as negociações secretas entre os Estados Unidos e o Vietcong, com muitas idas e vindas entre o secretário de Estado americano Henry Kissinger e Ho Chi Minh.
Raymond Aubrac publicou sua autobiografia em 1996, "Où la mémoire s'attarde" (1996)
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