terça-feira, 20 de dezembro de 2011

José Afonso - A morte saiu à rua.

19 de Dezembro 1961 a PIDE assassinou o artita plastico e militante comunista José Dias Coelho. Foi morto em Lisboa, em Alcantara, na rua que hoje tem o seu nome. Zeca Afonso dedicou-lhe esta canção.

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

VAMO-NOS VER GREGOS

                                            Esculapio                             Endovelico

As medidas impostas pela troika e os troikistas a Portugal no sector da saúde e não só, são as mesmas impostas à Grécia. Em Portugal propõem cortes de 800 a 1000 milhões de euros.

Segundo um artigo publicado na revista do expresso ( 5/11/11), vamos poder viajar no tempo, como imaginou H.G. Wells. O artigo prossegue: “- Como diz o conhecido físico britânico Paul Davies, viajar no tempo para o futuro é fácil. Se viajarmos a uma velocidade próxima da luz ou permanecermos num campo gravitacional muito intenso, o tempo vai passar mais devagar do que para outras pessoas e quando voltarmos à situação normal estaremos no futuro”.
Enquanto esta máquina não está disponível viajemos para a Grécia para percebermos como está o nosso sistema de saúde daqui a 2 anos.
Na Grécia, os hospitais e o Estado já não pagam à indústria farmacêutica, tendo nos últimos anos 2007,2008 e 2009 pago com obrigações do Estado cujo valor é duvidoso.
Neste momento, neste país, as entregas de produtos de saúde foram interrompidas em numerosos estabelecimentos hospitalares que deixaram acumular as dívidas durante muito tempo. Os medicamentos anticancerosos foram os primeiros a ser suspensos, mas outros produtos mais correntes virão a seguir.

Os hospitais estão a sofrer uma reestruturação drástica. Com efeito o número de 133 estabelecimentos existentes irá passar a 83 e em 300 clínicas existentes, estão a fechar cerca de 100.

Medidas de austeridade são também impostas aos utentes dos serviços de saúde: - actualmente cinco euros são cobrados ao balcão por cada visita ao hospital, esta contribuição pode pesar no orçamento dos doentes crónicos ou dos mais idosos que já viram o montante das suas pensões diminuídos. Para agravar em 2012 as isenções das contribuições da saúde nos impostos poderão desaparecer completamente. Tudo lá como cá.

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

DINHEIRO SUJO

O DINHEIRO SUJO


São inúmeros os artigos publicados na net, científicos ou não que devem ser lidos com um olhar crítico.
Muitas publicações sobre trabalhos de investigação clínica chegam a ser cómicos e muitas vezes perguntamos se estes investigadores não têm mais nada que fazer.

Ao deparar com este artigo L'argent sale ( http://www.jim.fr/print/e-docs/) pensei que ia ler alguma investigação sobre Duarte Lima ou Dias Loureiro ou ainda como está escrito em francês sobre Sarkozy ou os paraísos fiscais.
Não, o dinheiro é mesmo sujo e pode pôr em risco a nossa saúde.
Hassan A., médico egípcio do Alto Instituto de Saúde da Universidade de Alexandria, acaba de publicar um inquérito sanitário na revista Trans R Soc Trop Med and Hyg.,2011; 105: 519-524 sobre a contaminação a partir das notas de banco.
A sua equipa analisou 202 moedas e notas em circulação, no momento do inquérito, em 2010, adquiridas quando da compra de produtos alimentares, carne, peixe ou legumes, e examinadas segundo as técnicas laboratoriais habituais utilizadas em parasitologia.
Sessenta virgula dois por cento das 103 notas e cinquenta e seis vírgula seis por cento das 99 moedas recuperadas nos vendedores em questão estavam contaminadas com um ou vários parasitas, protozoarios e helmintas.
A diferença entre as notas e as moedas não foram significativas, as notas mais contaminadas eram as de menor valor ou com o aspecto mais sujo. Parece que o dinheiro do talho era o mais contaminado.
Este estudo não foi inovador a nível mundial. Outros estudos com resultados semelhantes foram realizados em diversos países nomeadamente em África. O artigo cita o estudo de Ekejindu e col, que evidenciaram nas notas nigerianas ( seguem-se os palavrões médicos) Entamoeba histolitica (4,70%), Giardia lamblia ( 1,90%), Entamoeba coli ( 1,70%), Endolimax nana ( 1,40%), Balantidium coli ( 0,85%), Ascaris lumbricoides ( 1,75%), Tricostrongilus sp (0,85%), Anquilostoma (0,05%) Taenia spp (0,20%), e Isospora belli ( 1,20%)!

Deixo à vossa imaginação onde as pessoas passeiam as mãos antes de mexer no dinheiro!

Conclusão:

1. Voltar a fazer como mandavam as nossas avós: -” Vai lavar as mãos e não se mexe em dinheiro à mesa”

2. Com a crise iremos certamente ter menos contacto com o dinheiro. Vantagem ainda não descoberta pelo Gaspar das finanças

3. Eliminar o dinheiro sujo não é só um caso de polícia, mas também uma necessidade sanitária.

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

MEDICAMENTOS GENERICOS

Este artigo publicado durante a minha campanha eleitoral para Bastonário, está cada vez mais actual e o Ministério propõe a A.R. uma lei contraria tudo o que disse, cedendo ao lobie farmaceutico

Boa prática da prescrição médica




A candidatura alternativa que presido tem clarificado, desde o início, a sua posição sobre as boas práticas a seguir na prescrição médica, numa medicina que desejamos de qualidade, humanizada e que garanta uma melhor relação custo / benefício.

Os médicos consideram a terapêutica como parte integrante do acto médico e o seu raciocínio é feito tendo por base a disponibilidade dos princípios activos conhecidos e das formas de apresentação aplicáveis.
Assim é correcto dizer que os médicos numa primeira fase do processo terapêutico sempre prescreveram e prescrevem por Denominação Comum Internacional.
A segunda fase do processo terapêutico da dispensa dos medicamentos prescritos por entidade terceira exterior à classe médica tem contextos diferentes quer se trate do domínio hospitalar ou institucional ou do ambulatório.
No caso da prescrição hospitalar por DCI cabe aos serviços farmacêuticos, depois de aprovado pelas respectivas comissões de farmácia e terapêutica, fornecer os medicamentos adquiridos normalmente a um só produtor ou fornecedor e como tal não se coloca qualquer divergência ou grau de liberdade. Os médicos confiam na boa escolha e dispensa dos serviços farmacêuticos.

terça-feira, 25 de outubro de 2011

CURIOSIDADES


CARTA DO PRIMEIRO PRESIDENTE DA REPUBLICA PORTUGUESA AOS DEPUTADOS ELEITOS PARA A CONSTITUINTE A CONVIDAR PARA A PRIMEIRA REUNIÃO QUINZENAL A REALIZAR NO SEU PALACETE ...
Na carta:- "...a Liberdade a garantia de todos os direitos, sem exclusão de um só..."

Em memória de John Reed

El periodista y revolucionario John Reed

segunda-feira, 17 de outubro de 2011


Antonio Barreto declarou outro dia na TV que a Pátria Portuguesa acabaria dentro de 20 a 50 anos, cito de memória. Isto já foi escrito no fim do seculo XIX, quando Portugal passava por mais uma crise economica, por outro transmontano Guerra Junqueiro. FINIS PATRIAE é um libelo acusatório aos governantes da época e ao rei D. Carlos no célebre poema o Caçador Simão. A unica semelhança entre os dois à parte serem transmontanos, embora mesmo assim um de Vila Real e outro de Freixo de Espada à Cinta, é pura coincidencia. Conflito de gerações? ou outros ?
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quinta-feira, 13 de outubro de 2011

O Cruzador S Rafael no momneto em que bombardeava o Palácio Real
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Cinco de Outubro











A 1 de Outubro de 1910, o 2º Tenente da Marinha Tito Augusto de Morais, acabado de regressar na véspera do gozo de uma licença, recebe a visita do seu camarada e amigo Aníbal de Sousa Dias, também jovem oficial da Marinha, que o informa sobre o ponto da situação política e o local onde deveria comparecer para o início do acto revolucionário.

Tito de Morais, que já tinha tomado parte em reuniões de propaganda republicana durante a sua vida de estudante na Universidade de Coimbra (1895 a 1898), “ Foram os elevados princípios ideológicos da Democracia, aprendidos nas conversas e discussões em Coimbra, …e depois mais profundamente vincados ao meu espírito perante a situação política do país, que determinaram a minha intervenção na Revolução de Outubro de 1910…” in Republica 2.10.1947, tinha participado por razões da sua vida profissional apenas numa reunião preparatória da revolução, onde conheceu o Almirante Cândido dos Reis.

Recorda-o mais tarde, com emoção: ”a acção convincente das suas palavras, a energia das suas afirmações, a pureza do seu olhar de Homem Justo!”(1)

Na madrugada de 4 de Outubro, Tito de Morais sai do Quartel dos Marinheiros, em Alcântara, sob o comando do 1º Tenente Ladislau Parreira, à frente de um pelotão, para ir combater pela proclamação da República. Logo aí tomou parte no primeiro embate com as tropas monárquicas. Regressadas as tropas ao quartel, foi então nomeado para ir tomar o comando do cruzador São Rafael já em poder dos revolucionários.


No artigo “Recordações”, publicado em 1956 pelo jornal República, o Almirante Tito Augusto de Morais lembra com muita mágoa ter perdido a lista integral dos marinheiros revoltosos do São Rafael, que estava incluída no relatório entregue depois da Revolução.


Ao ler este artigo, António Nunes Lopes, 2º artilheiro 4 163, à data residente em Ermesinde, escreve uma carta a Tito de Morais a recordar os marinheiros revoltosos do São Rafael e a sua acção nos dias 4 e 5 de Outubro.


Nessa carta, que divulgo excertos, o militar retrata pormenorizadamente os acontecimentos dessa data e defende que o derrube da monarquia se deveu em grande parte a organizações populares.

(No Cruzador São Rafael)


“ (...) Cerca das 00:30 do dia 4 de Outubro, ocasião em que os marinheiros dormiam, atracou por estibordo do cruzador um bote com um mensageiro, portador de uma carta destinada ao 1º marinheiro artilheiro José de Carvalho, carta esta que tinha sido enviada de terra pelo 1º artilheiro José Malta (que ficou em terra) a comunicar que o sinal da revolução teria de ser dado à 01 hora da noite desse dia, com uma salva de artilharia de 21 tiros”. (2)



No relatório de Machado Santos (3) vem uma versão diferente: ”Quando a bordo do cruzador S Raphael ouviram os tiros de infantaria 16 (digam agora que não houve signal! - e foram mais de 31) os artilheiros José Malta e José de Carvalho deram um viva à Republica; immediatamente as seguintes praças se puzeram armadas ao lado dos dois revolucionários; 2º artilheiro 4163 António Nunes Lopes, o autor da nossa carta, 2º marinheiro 2 664 Francisco Miguel...” (mantenho a ortografia). Seguem-se o nome de mais 27 marinheiros. Ao que parece José Malta teria ficado em terra.

 
António Nuno Lopes continua:


“ (…) Elegemos para comandante do navio o 1º artilheiro José de Carvalho, por motivo de não haver a bordo qualquer oficial republicano. Esta decisão foi tomada na câmara de pilotagem, se a memória não me falha, pelos seguintes marinheiros, 2º marinheiro artilheiro nº 4 163, António Nunes Lopes, autor desta carta, que assumiu o cargo de imediato; 2º marinheiro 2 664, Francisco Miguel, 1º artilheiro 2 582, António Rodrigues Marques, 2º marinheiro 2 654, José Manuel Esteves, 1º marinheiro 2 641, João Capela. São estas as praças que constituíam o Comité Revolucionário do cruzador São Rafael, orientados pelo José Carvalho (…)”


António Lopes desce ao paiol para trazer um cunhete de salva de artilharia para dar inicio à revolução. Um marinheiro, encarregado da peça de artilharia, deu um tiro para o ar a fim de não atingir qualquer habitação do lado sul. Mesmo assim a granada passou pela parte superior do cruzador brasileiro S. Paulo, o que originou o protesto do comandante do navio. (Tito de Morais refere no citado artigo “Recordações”, publicado no jornal República de 4 de Outubro de 1956, o Cruzador “Barroso”,” que logo no dia 8 manifesta a sua simpatia pela causa republicana numa missiva redigida em termos amistosos que excedem o simples protocolo e que tinha seguramente a chancela da Legação do Brasil”, sic). Provavelmente serão dois cruzadores brasileiros estacionados no Tejo. Foi necessário cessar-fogo, razão por que a salva foi só de três tiros.


“(…) Toda a guarnição acordou ao ouvir o estrondo dos tiros de artilharia e os oficiais e sargentos ordenaram para as praças formarem à ré do navio, cuja ordem foi acatada, excepto as praças que faziam parte do comité.” Entretanto, os revolucionários tinham nomeado o 1º artilheiro José de Carvalho comandante do navio. Este ordenou, ao subscritor desta carta, para dar ordem de prisão ao comandante do navio, Policarpo de Azevedo. (…) o comandante, constrangido por um simples marinheiro, disse as palavras seguintes: não mando destroçar as praças, mas quem quiser destroçar que destroce. Em seguida retirou-se na companhia dos oficiais. A guarnição continuou firme na formatura e só destroçou quando devidamente esclarecida da causa que nos conduzia a derrubar a monarquia para a implantação da República. (...) A esta hora ouvia-se em terra um barulho infernal de bombas, toque de clarins e o matraquear constante de tiros de metralhadoras. (…) O comandante Policarpo encontrava-se à vontade, (…) tais facilidades tiveram fim quando tentava picar com a espada um marinheiro que de costas estava a tirar espoletas do paiol de munições da ré. Para o impedir foi agredido no braço com um tiro de revólver Abadi.


Como o comandante estava a perder muito sangue foi dada autorização ao enfermeiro de lhe fazer o curativo e transportá-lo para terra, sob prisão.


“(...) Na ocasião do desembarque do navio, chamei o corneteiro que tocou a sentido e toda a guarnição do navio prestou homenagens que lhe eram devidas, pelo que o comandante Policarpo, verdadeiramente sensibilizado, voltando-se para a marinhagem, manifestou por palavras o desejo de muitas felicidades. No regresso do escaler que conduziu o comandante a terra, veio o primeiro maquinista do navio, João Augusto Madeira, individualidade da confiança da guarnição.


“Quando perguntaram ao recém-chegado notícias do movimento em terra, este respondeu que a causa estava do lado das tropas fiéis à monarquia e recusou obedecer aos revoltosos.


“Foi-lhe dada ordem de prisão ficando de sentinela à vista, com sucedera aos outros oficiais e sargentos.


“ (...) Cerca das 9 horas da manhã, era recebido a bordo com todas as honras que lhe eram devidas o segundo tenente Tito Augusto de Morais, que assumiu o comando do navio e ao abraçar José de Carvalho disse que com aquele abraço abraçava também todos os valentes marinheiros da guarnição.”


A carta, escrita pelo artilheiro António Lopes, com seis páginas dactilografadas, conta pormenorizadamente, e com emoção, o que se passou no São Rafael até à proclamação da República. Os factos reproduzidos coincidem com os relatados em vários artigos escritos pelo Almirante Tito de Morais e publicados em jornais mas, devido à sua conhecida simplicidade e modéstia, não possuem tantos pormenores.


Continuando a citar a carta:


“ De seguida ordenou (Tito de Morais) que fosse organizada uma força de marinheiros (...) para logo que (...) chegasse a Alcântara proceder ao desembarque para reforçar os revolucionários que estavam a ser atacados pelas tropas monárquicas. (...) A referida força seguiu para terra sob o comando do senhor Tenente Tito de Morais. Pouco depois seguia na mesma direcção (...) o cruzador Adamastor, sob o comando do segundo Tenente Cabeçadas.


“A força de desembarque era de cem homens. Com a ida a terra, e para o navio não ficar sem comando, chegou ao cruzador, remando um bote, o comissário naval guarda marinha Mariano Martins, que substituiu no comando Tito de Morais até ao regresso deste ao barco.


“(...) Logo que o tenente Tito de Morais reassumiu o comando do São Rafael, deu ordens para se iniciar o bombardeamento ao Palácio Real, cujo bombardeamento foi feito alternadamente pelos cruzadores São Rafael e Adamastor. Cerca das 3:30 horas da tarde estavam dominadas as forças fiéis à monarquia, tendo o marinheiro sinaleiro, que estava no telhado do quartel de marinheiros, transmitido a seguinte comunicação: mande cessar-fogo, tropas monárquicas acabam de se entregar e família real fugiu”.


Facto curioso passa-se com os dois artilheiros, do São Rafael (o autor da carta) e do Adamastor, que vendo o estandarte real ainda içado no mastro do palácio dispararam em simultâneo atingindo o pau da bandeira, que se estendeu no telhado do palácio. Depois da vitória em Alcântara recolheram a bordo dos cruzadores todos os revolucionários sediados no quartel dos marinheiros, entre os quais o tenente José Carlos da Maia (...) que trazia uma carabina e a servir de bandoleira um cordel. O segundo artilheiro 4 163, António Nunes Lopes, ofereceu ao heróico tenente uma pistola Parabelum, por a carabina ser menos portátil e imprópria para oficial.


“O São Rafael, sempre sob o comando de Tito de Morais, sobe o rio a fim de bombardear as tropas fiéis à monarquia estacionadas no Rossio. (...) não sendo necessárias mais que duas granadas de calibre 12 centímetros para aquelas tropas se renderem.


“Mais tarde foi tomado de assalto o cruzador D. Carlos, que não tinha aderido aos revoltosos, por um punhado de marinheiros e cerca de 40 civis armados, sob o comando do Tenente Carlos da Maia. Ainda nessa noite houve uma tentativa frustrada de assalto aos cruzadores São Rafael e D. Carlos por um torpedeiro que, descoberto a tempo, foi repelido pela artilharia dos revolucionários.


“(...) Os dois cruzadores ficaram de vigilância toda a noite. Pelas 10:00 horas da manhã do dia seguinte, fez-se o desembarque da guarnição no Arsenal da Marinha, podendo considerar-se que a esta hora estava efectuada a implantação duma pátria nova, com os alicerces da República”.


No artigo do República, de 4 de Outubro de 1956, Tito de Morais escreve:”Como recordo ainda e sempre o valioso auxilio que todos me deram naquelas horas de viva ansiedade, umas de dura incerteza, outras de extraordinária alegria, finalmente, quando tudo se concluiu, como tanto ambicionávamos, quase sem efusão de sangue! (...) Bravos Marinheiros, bravos Portugueses!”


Proclamada a República, Tito de Morais ficou comandante até ao dia 7 de Outubro de todos os navios que se encontravam no Tejo.


Em “Recordações”, cita as ordens que recebeu, demonstrativas da disciplina e da hombridade destes Homens, em como a República procurou proteger desde as primeiras horas as instituições oficias e particulares.


Como exemplo disso está a ordem dada a Tito de Morais, logo a seguir à Vitória, para que fossem montadas guardas, distribuídas pelos navios com maiores guarnições, a estabelecimentos como o Museu de Artilharia, Caixa Geral de Depósitos, Banco Ultramarino, Torre do Tombo, Conventos das Mercês e das Trinas, Arsenal da Marinha, Boa Hora, Capela das Mercês e Montepio.


Outro documento valioso é um cartão escrito a lápis, no dia 5 de Outubro de 1910, pelo capitão-tenente João Manuel de Carvalho, que fora nomeado chefe de Estado Maior, e que diz o seguinte: “Em nome do Governo não sahe navio nenhum. Não se faz caso do Yacht Real, deixá-lo sahir. 5-10-910. a) J. Carvalho (mantenho a ortografia).






(1) “Recordar”, jornal República, Lisboa 4 de Outubro de 1956.


(2) Carta escrita por António Nunes Lopes, 2º artilheiro 4 163, a 30 de Outubro de 1956, ao Almirante Tito de Morais.


(3) Machado dos Santos, “A Revolução Portugueza 1907-1910”, ed. 1911, Papelaria e Tipografia Liberty,





















terça-feira, 4 de outubro de 2011

CINCO DE OUTUBRO

CINCO DE OUTUBRO


Durante as comemorações do centenário da implantação da República pouco se ouviu falar no papel da Marinha na revolução.
Contudo, ela desempenhou um papel fundamental na sua preparação e no desenrolar dos acontecimentos de 4 e 5 de Outubro.
Como sempre acontece nestes momentos, muitos dos que deveriam participar nas operações para derrube do regime acabaram por não se comprometerem. Muitos desistiram quando viram que as hipóteses de sucesso eram mínimas.
Três unidades se mantiveram fiéis à causa republicana, entre os quais o Quartel dos Marinheiros.
Três navios de guerra estacionados no Tejo, aderiram à revolução.
Na Rotunda foi também um marinheiro, Machado dos Santos o oficial que comandou os militares e civis revoltosos depois do abandono de vários oficiais.
O êxito da revolução deveu-se à resistência na Rotunda e dos cruzadores que se encontravam no Tejo encurralando assim as forças monárquicas que resistiam, sobretudo a Guarda Municipal.


Mas quem melhor que um herói do 5 de Outubro para contar esta efeméride.







Nota: O corte da censura diz respeito quando o Almirante diz: -" que os mesmos principios ( Democracia) são hoje defendidos pela maior parte da Juventude consciente de Portugal, na qual se incluem os meus filhos, ( O medo que tinham da Juventude) que me dão o supremo prazer de os ver comungarem, livremente e convictamente no mesmo Ideal que me tem guiado a vida ........Esse julgamento me basta para sossego da minha consciencia de cidadão".
Os comentários em bold são meus.

CORTES NA SAUDE


O nosso SNS, daqui a pouco tempo, aqui como em Espanha

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

SUBMARINOS


Este postal,datado de 1912 é dirigido ao Almirante Tito de Morais, quem escreve  pede para ele interceder na compra rapida de bombas de reserva de oleo de lubrificação, pois as provas de motores seriam realizadas brevemente em Nuremberga.
Julgo que na foto está represntado um submarino,se assim for e pelo conteudo da missiva, tivemos sempre um problema com os submarinos comprados à Alemanha.
Este navio chamava-se Lynce.
Se algum marinheiro ler o meu post por favor esclareça-me se chegou a ser util para a Marinha de Guerra

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

FASTFOOD


A alegria da pobreza
Está nesta grande riqueza
De dar, e ficar contente

(Canção:” Uma Casa Portuguesa” )







O Bastonário da Ordem dos Médicos lançou um repto ao governo de taxar a comida fast food e esse dinheiro reverter para o Serviço Nacional de Saúde.

Toda a comunidade científica está de acordo que este tipo de comida assim como os refrigerantes açucarados ou mesmo com edulcorantes são prejudiciais à saúde, sendo uma das causas de obesidade, hipertensão e diabetes.

Fiquei espantado com a atitude dos media e imagine-se mesmo da DECO (defesa de consumidor), em combater esta proposta. Um dos argumentos mais aberrantes foi que com a crise, este “lixo alimentar” é barato e assim acessível aos pobres e desempregados.

O Plano de Emergência Social proposto pelo Governo irá dar aos três milhões de pobres 11 euros por semana, o que dá a possibilidade de comer nos McDonald’s.

A caridade em Portugal continua a seguir os versos da canção nacional “Uma Casa Portuguesa” para os pobres: Lixo alimentar, alimentos fora de prazo, restos de restaurantes, etc…Damos o que podemos e ficamos contentes.

Lembram-se do Ministro da Agricultura António Barreto vir propor às famílias que aproveitem os restos da comida (perdendo em cada cozinhado o seu valor nutritivo)

Pobre país com tais governantes….

Ouvi algumas dúvidas sobre o que é o fastfood : a indústria alimentar inventou a gordura trans que se por um lado deixa os alimentos mais saborosos por outro lado entope os vasos sanguíneos provocando o acidente vascular cerebral – doença responsável por mais de 25 000 internamentos hospitalares em Portugal.

Este problema de saúde pública merece ser equacionado e não se pode por uma nota negativa às declarações do Bastonário da OM como foi feito por alguns jornais.

O que se passa lá fora? A Dinamarca e a Suíça resolveram proibir e considerar a gordura trans uma substância ilegal nos seus países. Nos Estados Unidos, as cidades de Nova York, Filadelfia e Seattle já proíbem, também o uso deste tipo de gordura.

Já agora a talho de foice porque não proibir a introdução de bonecos nos pacotes de batatas fritas com o fim de aliciarem os mais pequenos a tornarem-se consumidores.

“ Mas as crianças Senhor porque lhes dais tanta dor”






CORTES NA SAUDE

CORTES NA SAUDE

A saúde do meu Doente será a minha primeira preocupação (Juramento de Hipócrates)


A entrevista do ministro da Saúde ao “Jornal das 8” da TVI do dia 1 de Setembro foi no mínimo confrangedora.

Paulo Macedo prefere começar pelos cortes nas despesas de saúde em vez de reorganizar os serviços, aumentando a sua eficiência. Muito do desperdício dos sistemas de saúde, cerca de 20 a 40%,deve-se à ineficiência.

Assim, numa assentada, ataca-se os profissionais de saúde - com cortes nas horas extraordinárias e nos incentivos às equipas de colheita e transplante - e os doentes reduzindo - lhes benefícios básicos e aumentando preços.

É inadmissível que sejam os doentes a sofrer a nossa falta de organização e coordenação.

O corte de 50% nos incentivos aos transplantes é uma medida puramente economicista e que vai levar a uma diminuição do número de transplantes realizados no nosso país, regressando à vergonhosa situação de “ exportação de doentes”.

Esta filosofia que leva os decisores a propor modelos económicos que toma em conta a idade ou uma outra característica de um membro da nossa sociedade para lhes recusar certos cuidados de saúde, já se passa infelizmente em muitos serviços em Portugal e no estrangeiro e vai contra a deontologia médica.

É espantoso que seja uma equipa ministerial, que perfilha de uma forte formação católica, que vai por este caminho.



Desde a primeira transplantação realizada em Portugal, no ano de 1969, até aos dias de hoje, muita água correu no rio. As equipas de técnicos de saúde foram- se aperfeiçoando e não menosprezaram os problemas éticos e morais.

Vou apenas recordar o Kevin (nome fictício), nascido em Cabo Verde com uma malformação das vias biliares, que veio transferido para o Portugal. Após tratamentos médicos e cirúrgicos, a única solução era a transplantação hepática.

Em Portugal não havia pratica de transplantes de fígado em crianças tão pequenas. Decidimos contactar o grande Centro Europeu de Transplantações na Bélgica. Os custos da operação eram tão elevados que a Embaixada de Cabo Verde nos respondeu que com esse dinheiro vacinavam todas as crianças do arquipélago. A desilusão e o desespero instalaram-se nos cirurgiões do serviço.

De Coimbra veio uma esperança. A equipa do Prof. Linhares Furtado, apesar de com pouca experiência nesses casos, ia fazer a intervenção. Foi um sucesso e esta história teve um final feliz.

A primeira transplantação de órgão de cadáver, em Portugal, foi realizada em Coimbra em 1969. Na altura, segundo o consultor jurídico, de então, da Ordem dos Médicos, os cirurgiões foram alertados de que incorriam numa pena de oito anos de prisão. Contudo, já em muitos países se realizavam transplantações e a sociedade médica entrava no que foi chamada a “ grande aventura do século XX”.

Em Portugal, só a partir do fim dos anos 80 é que os insuficientes renais deixaram de ser transplantados fora do país e à custa do erário público.

O Ministério da Saúde nomeou agora mais uma comissão para a reestruturação da rede hospitalar do Serviço Nacional de Saúde. Mais uma! Já perdi a conta! Mas esta tem uma característica especial: não foi convidado a participar nenhum enfermeiro!

Quanto aos transplantes, antes de tomarem mais decisões, sugiro que leiam o livro do Prof. Linhares Furtado, Transplantação de órgãos abdominais em Coimbra (contributos para um projecto nacional) Coimbra 2010.

Não sei se o número de transplantações realizadas no nosso país tem alguma influência no PIB, mas tenho a certeza que salva mais vidas.
Já referenciado em artigos anteriores, relembro a resolução 58.33 da Assembleia Mundial da Saúde:



 Obter o máximo rendimento das tecnologias e serviços de saúde

 Motivar os trabalhadores de saúde

 Melhorar a eficiência hospitalar

 Obter os cuidados correctos no primeiro contacto, por redução do erro médico

 Eliminar o desperdício e a corrupção

 Avaliar de modo crítico quais os serviços necessários



Para que todos tenham acesso a serviços de saúde, sem necessidade de sacrifícios financeiros pessoais.

terça-feira, 30 de agosto de 2011

LIBIA





DEMOCRACIA NA LIBIA



As notícias que lemos, vemos e ouvimos sobre a Libia falam do restabelecimento para breve da democracia nesta parte do Mundo.
Ficamos perplexos quando nos mostram os representantes das forças rebeldes, nas suas viagens por França ( o país que maior apoio deu à guerra na Libia) e Itália.

Uma das figuras que aparece ( cf. foto), como representante da CNT, é Mustafá Abdel Jahil, “curioso democrata”, foi o juiz que condenou as enfermeiras búlgaras à morte ( lembram-se?) e que foi recompensado pelo ditador Kadafi que o nomeou Ministro da Justiça cargo que exerceu de 2007 até há poucos meses.

O Conselho Nacional de Transição ( CNT) é um bloco reaccionário e oportunista constituído por islamistas radicais, socialistas!, nacionalistas ( não se percebe pois não existe nação), bandidos, guerrilheiros e ex militares.

A unidade deste bloco não augura nada de permanente, o que prova o assassinato de Mohamed Fatah Younis, ex Ministro do Interior de Kadafi e ex comandante das forças especiais livres, por um sector dos rebeldes como represália por ter reprimido uma revolta islamita em 1990.
Grandes democratas!

O destino da Libia será como o do Iraque e do Afeganistão, os interesses do imperialismo não são restabelecer a democracia, mas controlar as riquezas deste país.

Vários analistas afirmam que aos Estados Unidos interessa-lhe mais uma posição estratégica de entrada no continente africano, deslocando o AFRICOM (Comando militar dos Estados Unidos para África) da sua sede actual em Stutgard, na Alemanha, do que os poços de petroleo.

Um aviso fica para alguns dirigentes subservientes, Kadafi tinha-se tornado um dos apoiantes mais fiéis do imperialismo no Médio Oriente, mas este não conhece amigos e se for necessário descarta-os









segunda-feira, 22 de agosto de 2011

MORREU BEATRIZ CAL BRANDÃO


Decorria o mês de Fevereiro de 1965 quando conheci o casal Cal Brandão.

Perseguido pela PIDE e querendo fugir para o estrangeiro estava escondido em casa amiga no bairro da Boavista, esperando as condições necessárias para passar a fronteira a salto. Por razões alheias à minha vontade fui obrigado a sair rapidamente desse abrigo.

Depois de uma viagem atribulada pelo Minho, desde Viana até ao Porto, em que as portas de muitos antifascistas se fecharam, vim parar à célebre moradia de Gaia dos Cal Brandão.

Acolheram-me imediatamente, sem saberem a minha verdadeira identidade, era apenas um jovem fugido à polícia que precisava de ajuda.

Para eles eu era o César, pseudónimo que utilizava à época.

Na casa de Vila Nova Gaia, com o seu grande jardim convivi intensamente quase durante um mês com Beatriz Cal Brandão. A memória que guardo é de uma senhora carinhosa, muito simples e de trato fácil. Foi para mim uma segunda mãe que muito me ajudou numa situação difícil.

Beatriz pertencia àqueles portugueses que arriscavam a sua liberdade para proteger outros perseguidos políticos com um sentido de solidariedade.

Na sua casa passaram inúmeros jovens que se escondiam da PIDE, quer por motivos políticos quer por se recusarem a combater na injusta guerra colonial.

Só muito mais tarde é que Beatriz e Mário, vieram a saber que tinham escondido o filho de um dos seus amigos e correligionário desde a juventude, Abílio Mendes.

Beatriz e Mário Cal Brandão não morreram, ficam para sempre gravados na minha memória.

Nas notas secas dos obituários, a figura de Beatriz Cal Brandão, está registada como uma das fundadoras do Partido Socialista, a primeira mulher a licenciar-se em engenharia química e ex presa política.

Após o 25 de Abril, foi eleita deputada pelo PS, exerceu funções durante várias legislaturas e foi a primeira deputada a defender, no Parlamento, o direito ao aborto.

Morre aos 97 anos.

Morre como viveu sem grandes parangonas nos Jornais.









quarta-feira, 13 de julho de 2011

OU SABES OU TOPAS

“OU SABES OU TOPAS …..”



Apesar da adesão à Comunidade Europeia e apesar do choque tecnológico, nada a fazer, os portugueses não sabem colocar placas ou avisos para indicar as direcções ou informações escritas.
Todos nós já sofremos com este mal do país. Durante a minha campanha eleitoral para o cargo de Presidente da Ordem dos Médicos, tive de visitar o Hospital Eduardo Santos Silva, em Gaia.
Fui conduzido pelo meu mandatário para o Norte, o Professor Cassiano Lima que vive no Porto há pelo menos cinquenta anos. Gaia, como a maioria das terras portuguesas, estava em obras, bem-dito poder autárquico!
Ele guiou com todo o cuidado e seguiu as setas que indicavam o Hospital, aliás agrupamento hospitalar de nome Gaia/Espinho, que serve uma extensa e importante população. As setas levavam-nos, como é costume neste país, até uma rotunda toda esburacada, depois terminavam todas as indicações que nos iriam conduzir ao dito hospital.
Estávamos num sítio tão estranho que o meu condutor vivendo e trabalhando no Porto há tantos anos teve de perguntar o caminho a um transeunte.
Fui informado, na altura, que o Prof. Sobrinho Simões tinha já diagnosticado esta impossibilidade dos portugueses indicarem as direcções, está inscrita no nosso código genético.
Assim se queres ir a qualquer lado: ”ou sabes ou topas”. Foi o que nos aconteceu depois de algumas voltas dissemos em coro: “ Olhó Hospital de Gaia”, topámos.
Os estrangeiros que se lixem têm de perguntar, o que dava a vantagem aos nossos malandros que enviavam os marinheiros americanos, isto nos anos 50, para a Encarnação quando procuravam o Cais do Sodré e mais recentemente aos taxistas que conduzem os turistas às voltas pelas ruas de Lisboa.

Mas isto, não pára aqui mesmo com o choque informático de Sócrates a confusão continua.
Ontem pretendi saber onde fica a conservatória do registo predial, nada mais simples fui ao Google e foram-me aparecendo vários endereços mas todos com uma advertência a vermelho: “já não se encontra aqui”. Imaginem! Tive de telefonar a um amigo advogado para descobrir que se situava, agora, no Campus Justiça. Custava muito escrever ….


quarta-feira, 15 de junho de 2011

Cerebro de direita ou de esquerda

OS DEUSES ESTÃO LOUCOS



Cientistas ingleses, gastando mal o dinheiro atribuido à investigação, tentam relacionar a ideología política com o volume de materia cinzenta.

Afinal, os clínicos dos grandes centros hospitalares, quando dizem: “Nós ganhamos o dinheiro para aqueles gastarem” referindo-se aos investigadores, têm razão.

Dentro desta óptica, os cientistas do Instituto de Neurociencia Cognitiva da University College London, propuseram-se estudar a hipótese da estrutura cerebral variar em função da ideología política.

Em resumo, uma ressonância magnética cerebral bastaria para distinguirmos Jerónimo de Sousa de Paulo Portas.

Neste trabalho, publicado no Current Biology ( 2011: 10.1016/j.cub.2011.03.017) os autores explicam que, segundo estudos prévios, as ideias políticas são influenciadas tanto por factores genéticos como ambientais. Investigações recentes mostraram que uma zona do cerebro, o cortex cingulado anterior, parece estar relacionado com a capacidade para lidar melhor com informações contraditórias, agilidade psicológica que os autores identificam à ideología liberal. Isto é verdade….

O Dr. Kanai, autor principal deste estudo, explica que as pessoas que se dizem liberais têm um cortex cingulado anterior maior do que as que se dizem conservadoras. Nestas a sua amígdala cerebral esquerda, área do cérebro implicada na capacidade de reconhecer uma ameaça, é maior que a dos autoproclamados liberais. Afirma, que se trata da primeira evidência neurocientifica das diferenças biológicas entre liberais e conservadores.

A investigação consistiu em obter e analizar imagens de ressonância magnética estrutural, tecnología que serviu para medir o volume da materia cinzenta de um grande número de jovens. Comentam que as investigações anteriores mostraram que os conservadores são mais sensiveis à ameaça ou à ansiedade quando enfrentam situações de incerteza, ao passo que os de esquerda parecem estar mais abertos a novas experiências. Também estou de acordo…

São maneiras de pensar que, segundo o Autor, também são visiveis na própria materia cinzenta. Porém, não diz se é a ideología que dá forma ao cerebro ou pelo contrario se é este que determina a tendência política.

Sería interesante repetir o estudo com um grupo de tránsfugas para esclarecer esta questão. Se não houver suficiente materia prima em Inglaterra podemos exportar alguns…

“Em principio –diz o autor-, “o nosso método de investigação pode aplicar-se a encontrar diferenças cerebrais em dimensões políticas mais além da simplista comparação entre gente de direita e de esquerda”, admite que “talvez haja diferenças cerebrais que expliquem porque é que há pessoas que não lhes interessa nada a política ou porque é que existem partidários do Mac e partidários do PC”. Aquí o PC são os computadores e não o Partido Comunista.


baseado em artigo de Oscar Gimenez , publicado em Jano.es

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Carta de um Nobel da Paz a Barack Obama

Carta de um Nobel da Paz a Barack Obama


Adolfo Pérez Esquivel


Estimado Barack, ao dirigir-te esta carta o faço fraternalmente para,

ao mesmo tempo, expressar-te a preocupação e indignação de ver como a

destruição e a morte semeada em vários países, em nome da ?liberdade e

da democracia?, duas palavras prostituídas e esvaziadas de conteúdo,

terminam justificando o assassinato que é festejado como se tratasse de um

acontecimento desportivo.

Indignação pela atitude de setores da população dos Estados Unidos, de

chefes de Estado europeus e de outros países que saíram a apoiar o

assassinato de Bin Laden, ordenado por teu governo e tua complacência em

nome de uma suposta justiça. Não procuraram detê-lo e julgá-lo pelos

crimes supostamente cometidos, o que gera maior dúvida: o objetivo foi

assassiná-lo.

Os mortos não falam e o medo do justiçado, que poderia dizer coisas

inconvenientes para os EUA, resultou no assassinato e na tentativa de

assegurar que morto o cão, terminou a raiva?, sem levar em conta que

não fazem outra coisa que incrementá-la.

Quando te outorgaram o Prêmio Nobel da Paz, do qual somos depositários,

enviei-te uma carta que dizia: Barack, me surpreendeu muito que tenham te

outorgado o Nobel da Paz, mas agora que o recebeste, deves colocá-lo ao

serviço da paz entre os povos; tens toda a possibilidade de fazê-lo, de

terminar as guerras e começar a reverter a situação que viveu teu país e o mundo?

No entanto, ao invés disso, incrementaste o ódio e traiste os

princípios assumidos na campanha eleitoral frente ao teu povo, como terminar com as

guerras no Afeganistão e no Iraque e fechar as prisões em Guantánamo e

Abu Graib no Iraque. Não fizeste nada disso. Pelo contrário, decidiste começar

outra guerra contra a Líbia, apoiada pela OTAN e por uma vergonhosa resolução

das Nações Unidas. Esse alto organismo, apequenado e sem pensamento próprio,

perdeu o rumo e está submetido às veleidades e interesses das potências

dominantes.
A base fundacional da ONU é a defesa e promoção da paz e da dignidade

entre os povos. Seu preâmbulo diz: Nós os povos do mundo...?, hoje ausentes

deste alto organismo.

Quero recordar um místico e mestre que tem uma grande influência em

minha vida, o monge trapense da Abadia de Getsemani, em Kentucky, Tomás

Merton, que diz: a maior necessidade de nosso tempo é limpar a enorme massa de

lixo mental e emocional que entope nossas mentes e converte toda vida

política e social em uma enfermidade de massas. Sem essa limpeza doméstica não

podemos começar a ver. E se não vemos não podemos pensar?.

sexta-feira, 3 de junho de 2011

As propostas da troika para a saúde

ARTIGO A SER PUBLICADO NA REVISTA DA ORDEM DOS MEDICOS



A LESTE E A OESTE NADA DE NOVO



“Effective treatments should be free”

A. Cochrane



As medidas anunciadas pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), Comissão Europeia e Fundo Europeu de Estabilização Financeira sobre saúde são confrangedoras e vêem ao arrepio das propostas recentes inscritas no Relatório Mundial da Saúde, publicado pela Organização Mundial de Saúde (OMS).

A filosofia dominante, propagada por “doutos” economistas, é culpar os cidadãos pela crise financeira, por se terem deixado entusiasmar pelas ofertas de crédito.

Neste sentido, assistimos também aos responsáveis pela política de saúde a espalhar que a culpa do despesismo na saúde é dos utentes que fogem às taxas moderadoras, burlam as comparticipações nos medicamentos e nos transportes, etc…. E assim, escondem a sua incompetência e acordam com a troika medidas ainda mais gravosas para os doentes, como são os cortes de 2/3 nos reembolsos de IRS com despesas de saúde.

Esquecem que os portugueses são, na Europa, os que mais dinheiro reservam para a saúde no total das despesas de consumo. O peso da saúde, segundo estatísticas do Índice de Preços no Consumidor do Eurostat, foi de 8% em 2010, o maior nos países da União Europeia.

Entre nós, os defensores de um Serviço Nacional de Saúde Constitucional: -universal, geral e tendencialmente gratuito - não podem estar de acordo com estas medidas e é sua missão combatê-las.

Antes de analisarmos as imposições feitas pela troika com o objectivo de melhorar a eficiência do nosso sistema de saúde, vejamos como está o nosso Serviço Nacional de Saúde.

Um estudo actual da OCDE sobre sistemas de saúde mostra que a despesa pública portuguesa em saúde não tem grandes desperdícios, que será difícil ser muito mais eficiente e que para os ganhos em saúde da população, os gastos até nem terão disparado.
Ora esta não é a visão da troika. Já nos habituaram que entre economistas não há consenso, e por isso propõem um corte de 550 milhões de euros até 2013 nas despesas do SNS. Só nos hospitais a fatia ascende a 200 milhões de euros nos próximos dois anos.

No essencial, as propostas conduzem a cortes substanciais dos subsistemas de saúde, incluindo a ADSE, cortes nas aquisições dos hospitais, cortes nas comparticipações dos medicamentos, cortes nos salários dos trabalhadores da saúde em geral. O financiamento será devido substancialmente à custa do aumento das taxas moderadoras.

Outras medidas como prescrição de genéricos, compras centralizadas, aposta nos serviços de saúde primários (a Declaração de Alma-Ata tem mais de 30 anos), reorganização hospitalar, transportes dos pacientes são há muito propostas pelos médicos e conhecidas dos nossos executores. Basta reler os programas de candidatura a Bastonário para este triénio.

Estes senhores não tiveram em conta as sábias palavras da Directora Geral da Organização Mundial da Saúde, Margaret Chan : “ Antes de cortarmos nas despesas em saúde, procuremos primeiro as oportunidades para aumentar a eficiência”

Muito do desperdício dos sistemas de saúde (20 a 40%) deve-se a ineficiência.

Se estas alterações forem implementadas, o princípio da cobertura universal inscrito na nossa Constituição irá ser ofendido. O aumento das taxas moderadoras é identificado no relatório mundial da saúde como sendo de longe o maior obstáculo ao progresso desta medida.

Como se costuma dizer, estes senhores em três penadas atiraram o nosso Serviço Nacional de Saúde, geral, universal e tendencialmente gratuito para as ortigas.

quinta-feira, 2 de junho de 2011

Lavem as mãos



SAVE LIVES: Clean your hands

Todos os cinco de Maio são, desde há alguns anos, dia da jornada mundial – “Salva vidas: lava as mãos”, tema lançado pela Organização Mundial de Saúde http://www.who.int/gpsc/5may/es/index.html

Esta organização internacional promove, ciclicamente, campanhas de saúde pública que pressupõem actos muito simples, mas que infelizmente não são cumpridos pela maioria dos profissionais de saúde, exemplo disto são as campanhas por cirurgias seguras e a promoção do aleitamento materno, entre outras.

No papiro de Ebers (1.550 AC) destaca-se a importância dada pelos egípcios aos cosméticos e às práticas higiénicas. Cultivavam a lavagem das mãos, a utilização regular de purgas e de eméticos, depilações tanto no homem como na mulher; a utilização de perucas, perfumes tanto corporais como de ambiente, recurso ao banho, etc.
As termas de Vizela, Cabeço de Vide, Chaves e Vidago mostram ruínas dos balneários romanos, provas de que os romanos usaram estas termas e tomavam banho.

Supõem-se que os lusitanos empregariam o banho terapêutico em conjunto com invocações a forças sobrenaturais, recursos a amuletos e práticas de magia.

O banho na Idade Média, quando a Medicina era essencialmente religiosa, tornou-se arma poderosa para a libertação do corpo de maus espíritos que se supunha nele estarem alojados e com este objectivo purificador.

A balneoterapia seguiu pelos séculos fora, mas o simples banho para a limpeza da pele, conforto e exercício leve, não teve tanto êxito. Ainda hoje, no século XXI a pratica do banho nos nossos doentes é considerada perigosa. Todos nós, já ouvimos as mães ou as avós perguntarem quando as crianças estão febris: - Senhor Dr o meu menino pode tomar banho?
Ainda sou do tempo das consultas domiciliárias, em que depois de examinar o paciente a dona da casa conduzia o médico à casa de banho onde pontuava uma limpíssima toalha de mão.

A OMS calculou em mais de 60% os profissionais de saúde que não lavam as mãos depois de examinar um paciente, passando assim alegremente os micróbios de um para outro doente na sua faina quotidiana de observação e cuidados prestados numa enfermaria.

Para reforçar esta ideia lembro que numas obras realizadas no meu antigo serviço resolveram retirar os lavatórios das enfermarias, felizmente tiveram de repor sobre o protesto dos profissionais, médicos e enfermeiras.

As equipas, constituídas em diversos países, aderentes a esta iniciativa reforçam a importância dos cinco momentos para a higienização das mãos na área da saúde, que deve ser feita antes do contacto com o doente, antes da realização de procedimentos assépticos, após o risco de exposição a fluidos corporais, após o contacto com o paciente e com áreas próximas a este.

Ao fim de séculos temos de transmitir e ensinar a todos, não só os que têm contactos directos com os doentes: médicos, enfermeiros e auxiliares, mas também ao público em geral, estas simples normas de higiene que vão poupar, seguramente, centenas de euros em gastos com antibióticos.

Este gesto tão simples que os nossos pais nos ensinaram: -Vai lavar as mãos antes de ir para a mesa – que tem vindo a ser abandonado, na escola onde anda o meu neto não obrigam a este acto de higiene, torna-se agora mais importante com a nova epidemia da estirpe agressiva da escherichia coli na Alemanha

Não esqueçam lavem as mãos pela vossa saúde!

O Avanço da Direita


Ainda a lei da interrupção voluntária da gravidez e o avanço da Direita
A Direita em Portugal aproveitou a crise financeira para tentar acabar com todas as regalias conquistadas pelas forças progressistas depois do 25 de Abril.

O direito ao trabalho, a remuneração justa, as férias, os abonos de família, a comparticipação em medicamentos e exames complementares de diagnóstico, o acesso universal aos cuidados de saúde e ao ensino são varridos para debaixo do tapete.

O ataque ao Estado Social, as privatizações das empresas lucrativas e a destruição do Serviço Nacional de Saúde Constitucional remetem o nosso país para os anos trinta do século passado.

Este é o momento propício para a Direita vir a terreiro tecer armas novamente contra a lei da interrupção voluntária da gravidez (IVG).

Primeiro, penso que por ingenuidade e sem más intenções, o Prof. Miguel Oliveira e Silva, presidente da comissão de ética nacional, vem pôr em causa algumas deficiências da lei.

Segue-se Zita Seabra, com um artigo publicado no Jornal de Noticias, de 3 de Abril e transcrito no Boletim da Ordem dos Médicos do mesmo mês, pondo em causa a lei da IVG e imagine-se do divorcio, que ela apelida de “divorcio à la carte”.

Por último Passos Coelho, em plena campanha eleitoral, ressuscita o “fantasma”, com o argumento “democrático” que todas as leis podem ser postas em causa.

Mas afinal, qual foi o problema levantado pelo Presidente da Comissão de Ética e seguido do acordo do actual Bastonário e de mais médicos.

Chama-se a atenção que, cerca de 250 mulheres, representam 1,2% do total, segundo os dados da Direcção Geral da Saúde, recorreram 3 vezes ou mais á IVG e faltaram às consultas de planeamento familiar.

Para as penalizar propõem-se que paguem taxas moderadoras, não dizem se logo à segunda interrupção ou à terceira.
Eu proponho mesmo, que sejam chicoteadas em público ou quiçá queimadas na fogueira, depois de devidamente julgadas.
Espanta-me que tão doutos senhores, Professores de Medicina e de Ética, não se tenham apercebido que as medidas policiais de saúde pública, vigentes no século XIX estão há muito ultrapassadas em Portugal pelo menos desde Ricardo Jorge.

Os médicos devem trabalhar em equipas multidisciplinar e neste caso concreto a acção das assistentes sociais é fundamental, são só 250 mulheres em todo o país.

Este é um problema de saúde pública e como tal deve ser tratado, com a educação para a saúde e esclarecimento das populações.

A CAÇA ÀS BRUXAS

Obama, la guerra financiera y la eliminación de DSK [Red Voltaire]

VALE A PENA LER COM ATENÇÂO
Obama, la guerra financiera y la eliminación de DSK [Red Voltaire]

quinta-feira, 5 de maio de 2011



QUANDO HÁ UM MORTO HÁ UM CADAVER


Li ontem o artigo de João Paulo Guerra, no Diário Económico em que lembrava o filme “Manobras na Casa Branca”, titulo em português e com um elenco de luxo: Robert de Niro e Dustin Hoffman.

O filme contava a história de um presidente norte-americano com a reeleição ameaçada, problema que o staff ultrapassava inventando e produzindo, à boa maneira de Hollywood, uma guerra.

Os artigos sobre a morte de Bin Laden e a explosão de alegria na América surgem em muitos blogues e sites da net.

quarta-feira, 4 de maio de 2011

INVESTIGAÇÃO CLINICA


O conceituadíssimo British Medical Journal ( BMJ), publicou no seu numero de 14 de Dezembro de 2010, “ Effect on gastric function and symptoms of drinking wine, black tea, or schnapps with a Swiss cheese fondue: randomised controlled crossover trial”, estudo efectuado por 8 médicos suiços e 1 alemão, que monitorizaram o esvaziamento gástrico de 20 homens saudáveis, depois de comerem uma boa fondue de queijo.

sexta-feira, 29 de abril de 2011

EFEMERIDES

No dia 27 de Abril de 1521 morreu Fernão de Magalhães, um dos maiores navegadores portugueses.


Ao serviço do Rei de Espanha, descobre o estreito, que hoje recebe o seu nome, “Magalhães”, sendo o primeiro europeu a passar do Oceano Atlântico para o Oceano Pacifico, à época denominado Mar do Sul.

Iniciou a expedição da primeira circum-navegação da terra, que infelizmente não pôde terminar. Morreu um ano antes, na ilha filipina de Mactan, num confronto com uma tribo cebu liderada pelo chefe Lapu-Lapu.
A expedição foi terminada pelo seu companheiro, o basco Sebastião del Cano em 1522.
Fernão de Magalhães nasceu, na primavera de 1480 em Sabrosa, Trás-os-Montes.
Que eu saiba, existe apenas uma estátua deste navegador em Portugal, ergue-se, no centro da Praça do Chile, em Lisboa e foi oferecida em 1950 pelo governo chileno.
Idêntica estatua está localizada, nesse país, em Punta Arenas.



A 27 de abril de 1937, morre em Roma, Antonio Gramsci político, pedagogo, filósofo, teórico marxista, comunista e antifascista.
Nasceu em Ales, na Sardenha, a 22 de Janeiro de 1891
A sua obra é fundamental para o pensamento social, pelas perspectivas e instrumentos que oferece na abordagem teórica dos problemas da cultura.
Depois do fracasso do comunismo nos países do leste europeu, é o teórico marxista mais estudado, talvez por ter criticado Estaline e o estalinismo.
O conjunto da sua obra reflecte um trabalho teórico e de investigação sobre assuntos sociais, ainda actuais abrindo caminhos para fazer face aos problemas.
Foi secretário-geral do Partido Comunista Italiano de 1924 a 1927.
Os Cadernos de Cárcere, composto de 32 cadernos de tipo escolar, são a sua obra mais conhecida escrita nos anos de prisão (1926 a 1937), versão completa na reedição de 2007.

quarta-feira, 20 de abril de 2011

DESCULPEM

Troika em Portugal



Desculpem-me esta febre nacionalista que me atacou repentinamente, ainda por cima a mim que fui educado no “ Proletários de todo o Mundo uni-vos”.


Mas a etiologia desta doença, mais própria da direita, é o FMI, o Fundo Europeu de Estabilização Financeira, o Banco Europeu e o comportamento dos países do Centro e Norte da Europa.

A doença foi agravada pelas atitudes dos dirigentes do PS e PSD que, de mão estendida, vão pedir dinheiro à Alemanha.

Não me vou alargar muito em considerandos, pois esta história é por demais conhecida dos portugueses. A sobranceria da Srª Angela Doroteia MerKel (que raio de nome), de Sarkozy (nome tipicamente gaulês) e de partidos da direita Escandinávia e Países Baixos são condicionante de agravamento da doença.
Os ingleses, com a denominação dos países PIGS, também ajudaram no meu ódio de fervor nacionalista.

Já agora gostava de esclarecer estes senhores, pouco dados ao estudo da geografia, que a Irlanda e a Islândia não são países do Sul da Europa, assim como a cultura grega é diferente da dos países latinos.
O meu receio é que estes povos bárbaros nos imponham uma restrição na água, elemento essencial na nossa higiene, introduzido há séculos quer pelos árabes quer pelos romanos na Península Ibérica.
A proibição dos banhos está iminente na fúria de restringir o deficit.
Na Helvetia quando se alugava um apartamento, já estava incluído no preço os gastos de água e no fim do ano procedia-se aos ajustes de contas. Para meu espanto, todos os anos tinha de pagar o excesso de água que consumia. Questionei os meus colegas sobre a situação e todos recebiam dinheiro. Só percebi quando a porteira suíça explicou à Teresa que ela, o marido e os seus dois filhos lavavam-se todos na mesma água ao domingo.
Lembro-me sempre de um dermatologista que antes de ver os velhotes com lesões da pele mandava-os primeiro passar água e sabão.
Os franceses são conhecidos em todo o Mundo por não se lavarem, sobretudo na América do Sul. Os belgas seguem o mesmo caminho, vide aquele anúncio, na TV belga, de um desodorizante que dizia: “O desodorizante para evitar o incómodo do seu banho semanal”.

E o que se passa com os Vikings e os povos germânicos?
Segundo a Wikipedia, os nomes dos dias da semana nas línguas germânicas são baseados nos nomes de Deuses nórdicos. Excepção para Laugardagr “Dia dos banhos”(baptizado por um hábito semanal).
A Europa quer voltar a colar-nos a imagem do Oliveira da Figueira, criada pelo belga e colaborador nazi, Hergé e eu num rasgo do mais baixo nacionalismo e chauvinismo, imitando os partidos da direita europeia afirmo: “Os franceses e os belgas não se lavam, os germânicos e os nórdicos são uns bêbados assim como os ingleses”.
NÃO AO CORTE DOS BANHOS (DE CHUVEIRO) DIÁRIOS! NÃO AO DOMÍNIO GERMÂNICO-NÓRDICO!

segunda-feira, 18 de abril de 2011

MEMÓRIAS: ALJUBE - 46 anos depois de fechar

MEMÓRIAS: ALJUBE - 46 anos depois de fechar

O CAMINHO DE SALOMÃO: Economia é uma ciência?

O CAMINHO DE SALOMÃO: Economia é uma ciência?

AVISO AOS POLITICOS

Nunca digam nunca ou jamais, que é a mesma coisa mas em francês.

Zé Socrates já nos habituou a afirmar uma coisa hoje, como definitiva, e passados poucos dias ou horas dizer exactamente o contrário. Lembrem-se apenas do filme da divida e do empréstimo em que obrigou todos os ministros principalmente o das Finanças a mentir.

Este terrível vírus da mentira está a espalhar-se por toda a classe política e não só.

Alerta! Estamos perante uma verdadeira epidemia se não vejamos, primeiro foi o Ministro Pinho com várias gaffes e mentirolas, depois foi o celebérrimo JAMAIS do Ministro Mário Lino, margem sul JAMAIS e lá vai a correr o aeroporto para o Poceirão.

A epidemia alastra e o PSD pelo seu líder começa a mentir, afinal tinha conversado com o Zé antes de ele ter partido para Bruxelas com o PEC IV e até tinham discutido e apresentado alterações.

Neste preciso momento, o vírus atinge um alto representante da sociedade civil o Nobre da AMI, depois de ter afirmado que nunca faria parte de uma lista partidária aparece como cabeça de lista por Lisboa pelo PSD.

O Fernando Nobre é médico e apesar de nunca ter exercido em hospitais públicos portugueses, aprendeu a chamada via longa para ocupar um cargo. Para quem não sabe eu explico, na carreira médica hospitalar, para passar de assistente a assistente graduado existiam duas formas.
A primeira, concorrer e apresentar-se perante um júri nacional; a segunda, esperar dez anos redigir um mini curriculum para ser apreciado por um júri do seu hospital (a via longa).

Assim Nobre apresentou-se ao eleitorado para ser Presidente da República e foi chumbado, opta pela via longa :- cabeça de lista do PSD para o cargo de Presidente da Assembleia da República e quando o Presidente Cavaco se ausentar ele será finalmente o Presidente da República.

Como bom monárquico segue o lema de D. Luísa de Gusmão: “ melhor ser Rainha por um dia do que duquesa toda a vida”

Francamente meus senhores não lhes ensinaram que é feio mentir e que mais depressa se apanha um mentiroso que um coxo.

O alerta foi dado a DG de saúde está avisada assim como a OMS.

Está em vias de ser lançada uma vacina, com a urgência foram dispensados alguns testes em voluntários humanos mentirosos compulsivos, tipo dirigente de clubes desportivos e treinadores de futebol.

Assim a vacina tem o risco de ter reacções adversas, tipo urticária.

A vacina vai chamar-se pop.indignatis e espera-se o seu lançamento em 5 de Junho deste ano.

E' Mentira e' Mentira


Musica popular dedicada aos nossoa politicos

quarta-feira, 13 de abril de 2011

A VOZ DAS VITIMAS

A exposição “ A Voz das Vítimas”, a realizar na antiga cadeia do Aljube, em Lisboa, será inaugurada  a 14 de Abril de 2011.

Além de contemplar a história do edifício e seus achados arqueológicos, a exposição fará a história da prisão política durante a ditadura. Haverá espaços dedicados à polícia política e aos seus métodos, serão reconstituídos os célebres curros, serão expostas 48 fichas de ex-presos políticos com a fotografia tirada pela PIDE e uma pequena biografia, será descrita a vida dos presos nesta antiga prisão e também o quotidiano dos carcereiros, tanto quanto possível reproduzindo o ambiente da época.

Planeamos organizar regularmente visitas guiadas, apresentação de memórias de antigos presos, colóquios sobre a repressão no “Estado Novo”, a tortura, os tribunais plenários, as medidas de segurança, as fugas da prisão, a solidariedade com os presos políticos, os exílios, os desterros do Império, a resistência e as lutas contra o fascismo. Serão exibidos filmes e realizadas outras iniciativas como visitas de escolas

Retirado do blog Não Apaguem a Memória

CONQUISTA DO ESPAÇO

Ontem fez 50 anos que se realizou o primeiro voo no espaço, abrindo-se à Humanidade a era do Cosmos.


Yuri Gagarin foi o primeiro cosmonauta e a cápsula Vostok 1 deu uma volta ao Mundo em 108 minutos.

Segundo a agência Ria Novosti, o lançamento da cápsula deu-se às 9.07 e às 9.10 caiu a cobertura protectora do foguete e ouviu-se a voz emocionada de Gagarin: “Vejo a Terra! Que Belo!”

Às 9.18 iniciou-se a terceira fase e a nave espacial começou o seu voo à volta da Terra.

Às 9.57 o cosmonauta informou que sobrevoava os Estados Unidos e nesse mesmo instante a TASS, agência oficial soviética, comunicou ao Mundo que havia efectuado o lançamento de uma nave espacial.

Finalmente às 10.55h a nave aterrou perto de Smelovka, uma aldeia nas estepes do Volga.

Em Portugal tinha começado a luta armada para a libertação de Angola (4 de Fevereiro de 1961), e a censura tentou em vão esconder este acontecimento histórico que faz parte da História da Humanidade. Na ONU o representante de Salazar, Vasco Vieira Garin, fez um discurso, também ele histórico, em que afirmava que tudo aquilo não passava de propaganda comunista da União Soviética.

Valeu-lhe uma manchete de um jornal francês, em que se lia: “ Les portugais sont toujours gais

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Fado de Coimbra: Samaritana (Luís Marinho)



Homenagem a meu pai Abílio Mendes pela passagem do centenário do seu nascimento. Ele que cantava tão bem este fado de Coimbra, que chegou a ser proibido no tempo do fascismo

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Guerra na Libia




A intervenção militar na Líbia pelas tropas da NATO, como previu Fidel Castro*, iniciou-se a 19 de Março com a aprovação da deliberação 1973 do Conselho de Segurança da ONU. A efectivação de uma zona de exclusão aérea depressa se transformou numa guerra generalizada neste país do Norte de África. A proposta inicial de desencadear acções de “protecção a civis inocentes” por parte de países como Estados Unidos, Inglaterra, França, Canadá, Bélgica, Itália, Espanha, Dinamarca e Qatar, depressa se transformou em acções para “derrotar Kadafi”.
Os Estados Unidos e os seus aliados da NATO estão de novo metidos numa guerra dispendiosa - nos primeiros dias já foram gastos 700 milhões de dólares - e criminosa, que dificilmente sairão dela, esquecendo os ensinamentos tirados das guerras do Iraque e Afeganistão. Encontram-se agora num dilema shakespeariano: ou dividir o país em dois, mantendo Kadafi em Tripoli, ou expulsá-lo, desmantelando o exército líbio.

Quanto mais o conflito se prolonga mais as divisões dentro da NATO se acentuam. De um lado, estão os Estados Unidos e a Itália, com a simpatia da Alemanha, que preferem um golpe de Estado contra Kadafi e a formação de um governo com ex Kadafistas e outra oposição. Do outro, o eixo França/ Inglaterra que aposta na operação militar sem anestesia e na entrega do governo aos rebeldes, com quem tem laços privilegiados que pretende fazer valer para disputar uma redistribuição dos recursos petrolíferos da Líbia.

Muita gente da esquerda teve esperança em Obama, Prémio Nobel da Paz, e em Hillary Clinton à frente dos destinos da maior potência mundial. Um negro e uma mulher só por esse simples facto não têm de ser obrigatoriamente progressistas. Este é um raciocínio enviesado próprio da direita: todos os negros americanos são à partida de esquerda. Mas nem um nem outro trazem em si o ADN da luta de emancipação dos negros e das mulheres.

Por outro lado, Kadafi ao fim de 40 anos de governação tornou-se um ditador fascista aliando-se e apoiando aqueles que hoje em dia o atacam. Grandes quantias de dinheiro foram disponibilizadas para políticos de direita italianos e franceses e, segundo uma investigação de um jornalista do Washington Post, Kadafi teria depositado num só banco americano a módica quantia de 30 milhões de dólares, o que mostra uma confiança ilimitada no imperialismo.
O grupo de rebeldes é de tal maneira heterogéneo, os motivos da sua revolta e as suas reivindicações tão nebulosas que é difícil tomar posição favorável.
As informações que temos são que no grupo de rebeldes há desde jovens das redes sociais, que aspiram a uma vida em liberdade, ex-oficiais do exército de Kadafi, que lhe foram fiéis nestes últimos 40 anos, a alguns acólitos de Bin Laden, segundo informações da CIA.
A semelhança com os acontecimentos da revolta da Tunísia e do Egipto é pura coincidência. Os rebeldes rapidamente agradeceram os bombardeamentos dos aviões da NATO e a única reivindicação que se conhece é a expulsão de Kadafi do país. Sobre a exploração dos poços de petróleo nada dizem e em vez de trazerem para a luta os trabalhadores emigrantes (egípcios, tunisinos e centro-africanos), de consciencializá-los para defenderem os seus direitos quando têm sido tão explorados, sobretudo no Leste da Líbia, só ouvimos relatos de discriminação e perseguição pela parte dos revoltosos.

Resumindo, dos dois grupos em confronto na guerra civil venha o diabo e escolha!

Ficamos num dilema antigo dos processos revolucionários: devemos considerar as tropas da NATO libertadoras no apoio aos revoltosos ou condenar a sua intervenção, como uma invasão imperialista, e considerar Kadafi um nacionalista, como acontece em muitos exemplos da história quando o nacionalismo de ditadores e mesmo fascistas já não servia ao imperialismo.


Não é preciso ser marxista para perceber que Obama e Hillary Clinton não conseguem governar contra os poderosos monopólios petrolíferos, a indústria de armamento, os bancos, as bolsas e que, tal como os seus antecessores republicanos, defendem os interesses das grandes empresas transnacionais e imperialistas.

Os povos sofrem enquanto se confrontam por um lado a ENI (italiana), Total (francesa), Repsol (espanhola), BP (inglesa) e Shell (norueguesa e americana) e do outro a Corporação Petrolífera Estatal da Líbia, que Kadafi preparava desde 2009.

E quem vai estar presente na reunião da OPEP, marcada para 2012 em Tripoli, para ditar os preços do crude?

Quanto aos revoltosos, terei de afirmar que nem sempre as revoltas sociais são produto de uma tomada de consciência colectiva e por vezes obedecem a outros interesses.

Faço minhas as palavras do Bispo de Tripoli, Giovanni Inozencio Martinelli, que acaba de condenar um ataque aéreo sobre a cidade, que atingiu hospitais e fez 40 mortos, e apela para uma solução diplomática.


*Ver post a revolta no Levante

sexta-feira, 25 de março de 2011

O CAMINHO DE SALOMÃO: DIA DO ESTUDANTE 1962

O CAMINHO DE SALOMÃO: DIA DO ESTUDANTE 1962

DIA DO ESTUDANTE 1962

Esta foto foi publicada há uns anos pelo Expresso, tem porém vários erros ou imprecisões.
  1. A foto é  de 1962, ano da greve académica, em 1961 não houve plenários no estádio universitário.
  2. O líder estudantil identificado com o nº2 é, o então dirigente da Associação da Faculdade de Ciências, António Ribeiro, filho do Prof Orlando Ribeiro e não Jorge Santos
  3. Os outros nomes identificados na foto estão correctos
  4. Sentado, no lado direito de Jorge Sampaio está o estudante de Medicina, Arez da Silva, já falecido.
O jantar de convívio este ano na Cantina foi um sucesso. Parabéns Artur Pinto e demais colegas da comissão organizadora. Para o ano é o cinquentenário .....

PS: Se cometi algum erro nas identificações corrijam-me.

segunda-feira, 21 de março de 2011

MEDEIROS FERREIRA

Antes do 25 de Abril foi para a Suíça, na mesma altura que outros portugueses, como António Barreto, e foi o primeiro português a ter o estatuto de exilado político. Foi uma grande vitória política?

Sim, fui o primeiro a pedi-lo e a obtê-lo. Eu sou um bocadinho institucional e formalista quando essas coisas são importantes politicamente. Foi uma vitória política e mais tarde muitos dos meus amigos que lá estavam também pediram e também obtiveram. A Suíça portou-se muito bem desse ponto de vista.

Entrevista de Medeiros Ferreira ao Jornal I e publicada no blogue o Bicho Carpinteiro.
Como no teu blogue não consigo escrever um comentário, post aqui o meu esclarecimento.

O primeiro português a obter o estatuto de exilado politico na Suiça foi o Quim Fernandes, penso que conheceste, que foi para Genebra muito antes de nós. Ver foto.Tu foste sim o primeiro estudante português
Eu também sou muito formalista e acho que só nos fica bem sermos assim.



 
 
 
 
 
 
 
 
Na Foto: da esquerda para a direita: Quim Fernandes, Olinda, Manuela Pinto Nogueira, Carlos Almeida, Teresa ( só se vê os cabelos), eu e o Barreto de costas. Tu, Medeiros, ainda não tinhas chegado à Suiça

ALJUBE



No dia 14 de Abril deverá ser inaugurada a exposição a Voz das Vitimas na antiga cadeia do Aljube reconstruida


Acabo de encontrar este magnífico artigo de Vasco da Gama Fernandes, publicado no jornal a Luta, a 12 de Agosto de 1978.

Aí, relata minuciosamente uma visita ao campo de concentração do Tarrafal, em Cabo Verde, julgo que ainda exercia o cargo de Presidente da Assembleia da República (1976 – 1978).

Vasco da Gama Fernandes nasceu em São Vicente, Cabo Verde, em 1908, cedo veio para Lisboa, onde estudou no Liceu Passos Manuel e mais tarde na Faculdade de Direito.

Lutador antifascista, ainda estudante universitário, colaborou no Batalhão Académico e mais tarde, já advogado, pertenceu a quase todos os movimentos unitários e socialistas que existiram em Portugal, desde a Aliança Republicana e Socialista, o Movimento de Unidade Nacional Antifascista (MUNAF), o Movimento de Unidade Democrática (MUD), as comissões eleitorais, Norton de Matos, Quintão Meireles e Humberto Delgado, até ao Directório Democrato-Social donde veio a sair para aderir à Acção Socialista. Será um dos fundadores do Partido Socialista.
Como causídico, antes do 25 de Abril, defendeu nos tribunais plenários inúmeros presos políticos.

No Portugal democrático é eleito deputado por Leiria, nas listas do PS para a Assembleia Constituinte de que foi Vice-presidente.

É o primeiro presidente da Assembleia da República depois do 25 de Abril.

Rompeu com o PS e aderiu à Frente Republicana e Socialista. Mais tarde fundou com Ramalho Eanes o PRD que o levaria de novo à Assembleia como deputado (1985/1987).

Apoiou Francisco Salgado Zenha nas eleições presidenciais em 1986. Morreu em 1991

Esta sua atitude de combatente, que assumiu sempre com humildade, como escreve neste artigo: “O Tarrafal da maldição, nossa vergonha e nosso remorso.” e mais adiante:-“Pois ali estive algumas horas com uma grande amargura a picar-me o peito e com algum remorso por não ter feito mais para que isso não acontecesse” valeu-lhe a prisão com várias passagens no Aljube, e como escreve neste artigo escapou por uma unha negra ao internamento no Tarrafal.

Realço a sua determinação em descrever com todos os pormenores o campo da morte lenta para que as novas gerações tenham conhecimento e cito: “ Eu sei que é muito difícil reconstituir o que teria sido aquilo, por mais vivas que sejam as descrições, entre outros, dos meus amigos Edmundo Pedro, Francisco Miguel e Marcelino Mesquita.”

Mais adiante, no mesmo artigo, diz-nos que os responsáveis do governo de Cabo Verde independente prometeram-lhe que o campo seria reconstruído na sua traça primitiva, não esquecendo a tristemente famosa “frigideira”.

No fim do artigo, Vasco da Gama Fernandes faz uma proposta: “ Para quando instalar em Lisboa um museu, bem localizado no Aljube, abandonado com os seus “curros” e os seus “segredos”?

Para quando?

Quanto a mim – disponho-me a colaborar e talvez seja melhor isto do que estátuas e obeliscos por onde muita gente passaria desprevenidamente.”

Caro amigo, o governo Cabo-verdiano já cumpriu a promessa, hoje existe um museu no Tarrafal. A tua sugestão está quase a tornar-se realidade e é pena que não tivesses podido colaborar. Acredito que o Museu da Resistência ficará como tu desejaste.

abc