quinta-feira, 17 de novembro de 2011

VAMO-NOS VER GREGOS

                                            Esculapio                             Endovelico

As medidas impostas pela troika e os troikistas a Portugal no sector da saúde e não só, são as mesmas impostas à Grécia. Em Portugal propõem cortes de 800 a 1000 milhões de euros.

Segundo um artigo publicado na revista do expresso ( 5/11/11), vamos poder viajar no tempo, como imaginou H.G. Wells. O artigo prossegue: “- Como diz o conhecido físico britânico Paul Davies, viajar no tempo para o futuro é fácil. Se viajarmos a uma velocidade próxima da luz ou permanecermos num campo gravitacional muito intenso, o tempo vai passar mais devagar do que para outras pessoas e quando voltarmos à situação normal estaremos no futuro”.
Enquanto esta máquina não está disponível viajemos para a Grécia para percebermos como está o nosso sistema de saúde daqui a 2 anos.
Na Grécia, os hospitais e o Estado já não pagam à indústria farmacêutica, tendo nos últimos anos 2007,2008 e 2009 pago com obrigações do Estado cujo valor é duvidoso.
Neste momento, neste país, as entregas de produtos de saúde foram interrompidas em numerosos estabelecimentos hospitalares que deixaram acumular as dívidas durante muito tempo. Os medicamentos anticancerosos foram os primeiros a ser suspensos, mas outros produtos mais correntes virão a seguir.

Os hospitais estão a sofrer uma reestruturação drástica. Com efeito o número de 133 estabelecimentos existentes irá passar a 83 e em 300 clínicas existentes, estão a fechar cerca de 100.

Medidas de austeridade são também impostas aos utentes dos serviços de saúde: - actualmente cinco euros são cobrados ao balcão por cada visita ao hospital, esta contribuição pode pesar no orçamento dos doentes crónicos ou dos mais idosos que já viram o montante das suas pensões diminuídos. Para agravar em 2012 as isenções das contribuições da saúde nos impostos poderão desaparecer completamente. Tudo lá como cá.

Esta situação já foi denunciada pelo escritório grego dos Médicos sem Fronteira ( MSF) que assegura que as diferentes medidas anunciadas no sector da saúde são encaradas” sem nenhum estudo avaliando as consequências possíveis de tais decisões”

As organizações não governamentais MSF e Médicos do Mundo ( MDM) que foram criadas na Grécia, já há alguns anos, para prestar assistência medica a imigrantes e refugiados vêem chegar aos seus centros um numero crescente de cidadãos gregos. No inicio deste ano, segundo informações da ONG Médicos do Mundo, nos seus dispensários o atendimento a pessoas de origem grega correspondia a 35% do total, dos quais 9% são crianças, ao passo que no ano de 2010 este numero não ultrapassava os 10%.

Um responsável do MDM, na Grécia, desabafou ao magazine Marianne:- “ Há um profundo agravamento da crise sanitária no país, mas ninguém quer ver”.

Assim nem Asclépio, Deus da Medicina, pode valer aos gregos, esperemos que maior influencia divina tenha Endovélico, Deus da Medicina dos Lusitanos.


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