O DINHEIRO SUJO
São inúmeros os artigos publicados na net, científicos ou não que devem ser lidos com um olhar crítico.
Muitas publicações sobre trabalhos de investigação clínica chegam a ser cómicos e muitas vezes perguntamos se estes investigadores não têm mais nada que fazer.
Ao deparar com este artigo L'argent sale ( http://www.jim.fr/print/e-docs/) pensei que ia ler alguma investigação sobre Duarte Lima ou Dias Loureiro ou ainda como está escrito em francês sobre Sarkozy ou os paraísos fiscais.
Não, o dinheiro é mesmo sujo e pode pôr em risco a nossa saúde.
Hassan A., médico egípcio do Alto Instituto de Saúde da Universidade de Alexandria, acaba de publicar um inquérito sanitário na revista Trans R Soc Trop Med and Hyg.,2011; 105: 519-524 sobre a contaminação a partir das notas de banco.
A sua equipa analisou 202 moedas e notas em circulação, no momento do inquérito, em 2010, adquiridas quando da compra de produtos alimentares, carne, peixe ou legumes, e examinadas segundo as técnicas laboratoriais habituais utilizadas em parasitologia.
Sessenta virgula dois por cento das 103 notas e cinquenta e seis vírgula seis por cento das 99 moedas recuperadas nos vendedores em questão estavam contaminadas com um ou vários parasitas, protozoarios e helmintas.
A diferença entre as notas e as moedas não foram significativas, as notas mais contaminadas eram as de menor valor ou com o aspecto mais sujo. Parece que o dinheiro do talho era o mais contaminado.
Este estudo não foi inovador a nível mundial. Outros estudos com resultados semelhantes foram realizados em diversos países nomeadamente em África. O artigo cita o estudo de Ekejindu e col, que evidenciaram nas notas nigerianas ( seguem-se os palavrões médicos) Entamoeba histolitica (4,70%), Giardia lamblia ( 1,90%), Entamoeba coli ( 1,70%), Endolimax nana ( 1,40%), Balantidium coli ( 0,85%), Ascaris lumbricoides ( 1,75%), Tricostrongilus sp (0,85%), Anquilostoma (0,05%) Taenia spp (0,20%), e Isospora belli ( 1,20%)!
Deixo à vossa imaginação onde as pessoas passeiam as mãos antes de mexer no dinheiro!
Conclusão:
1. Voltar a fazer como mandavam as nossas avós: -” Vai lavar as mãos e não se mexe em dinheiro à mesa”
2. Com a crise iremos certamente ter menos contacto com o dinheiro. Vantagem ainda não descoberta pelo Gaspar das finanças
3. Eliminar o dinheiro sujo não é só um caso de polícia, mas também uma necessidade sanitária.
quinta-feira, 3 de novembro de 2011
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Que texto interessante, este! Gostei.
ResponderEliminarÉ verdade e já os meus avós diziam que mexer no dinheiro era coisa porca. Sem teorias nem experimentações ou análises científicas, os antigos sabiam tanta coisa! Impressionante...
Concordo com a sua conclusão; a escassez do dinheiro fará com que menos pessoas lhes possam tocar e logo, o perigo de contaminação também será menor.
Eliminar o dinheiro sujo, o tal que vem "sujo" (sujíssimo), sabe-se lá de onde e por que meios, é de difícil eliminação porque, será sempre a sua "sujidade" que fará mover os interesses de muito boa gente por esse mundo fora, infelizmente.