quinta-feira, 2 de junho de 2011

Lavem as mãos



SAVE LIVES: Clean your hands

Todos os cinco de Maio são, desde há alguns anos, dia da jornada mundial – “Salva vidas: lava as mãos”, tema lançado pela Organização Mundial de Saúde http://www.who.int/gpsc/5may/es/index.html

Esta organização internacional promove, ciclicamente, campanhas de saúde pública que pressupõem actos muito simples, mas que infelizmente não são cumpridos pela maioria dos profissionais de saúde, exemplo disto são as campanhas por cirurgias seguras e a promoção do aleitamento materno, entre outras.

No papiro de Ebers (1.550 AC) destaca-se a importância dada pelos egípcios aos cosméticos e às práticas higiénicas. Cultivavam a lavagem das mãos, a utilização regular de purgas e de eméticos, depilações tanto no homem como na mulher; a utilização de perucas, perfumes tanto corporais como de ambiente, recurso ao banho, etc.
As termas de Vizela, Cabeço de Vide, Chaves e Vidago mostram ruínas dos balneários romanos, provas de que os romanos usaram estas termas e tomavam banho.

Supõem-se que os lusitanos empregariam o banho terapêutico em conjunto com invocações a forças sobrenaturais, recursos a amuletos e práticas de magia.

O banho na Idade Média, quando a Medicina era essencialmente religiosa, tornou-se arma poderosa para a libertação do corpo de maus espíritos que se supunha nele estarem alojados e com este objectivo purificador.

A balneoterapia seguiu pelos séculos fora, mas o simples banho para a limpeza da pele, conforto e exercício leve, não teve tanto êxito. Ainda hoje, no século XXI a pratica do banho nos nossos doentes é considerada perigosa. Todos nós, já ouvimos as mães ou as avós perguntarem quando as crianças estão febris: - Senhor Dr o meu menino pode tomar banho?
Ainda sou do tempo das consultas domiciliárias, em que depois de examinar o paciente a dona da casa conduzia o médico à casa de banho onde pontuava uma limpíssima toalha de mão.

A OMS calculou em mais de 60% os profissionais de saúde que não lavam as mãos depois de examinar um paciente, passando assim alegremente os micróbios de um para outro doente na sua faina quotidiana de observação e cuidados prestados numa enfermaria.

Para reforçar esta ideia lembro que numas obras realizadas no meu antigo serviço resolveram retirar os lavatórios das enfermarias, felizmente tiveram de repor sobre o protesto dos profissionais, médicos e enfermeiras.

As equipas, constituídas em diversos países, aderentes a esta iniciativa reforçam a importância dos cinco momentos para a higienização das mãos na área da saúde, que deve ser feita antes do contacto com o doente, antes da realização de procedimentos assépticos, após o risco de exposição a fluidos corporais, após o contacto com o paciente e com áreas próximas a este.

Ao fim de séculos temos de transmitir e ensinar a todos, não só os que têm contactos directos com os doentes: médicos, enfermeiros e auxiliares, mas também ao público em geral, estas simples normas de higiene que vão poupar, seguramente, centenas de euros em gastos com antibióticos.

Este gesto tão simples que os nossos pais nos ensinaram: -Vai lavar as mãos antes de ir para a mesa – que tem vindo a ser abandonado, na escola onde anda o meu neto não obrigam a este acto de higiene, torna-se agora mais importante com a nova epidemia da estirpe agressiva da escherichia coli na Alemanha

Não esqueçam lavem as mãos pela vossa saúde!

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