quinta-feira, 4 de março de 2010

O CENTENARIO DA REPUBLICA

0 31 DE JANEIRO VISTO POR UM HEROI DA REPUBLICA


No dia 31 de Janeiro de 1891, na cidade do Porto, registou-se um levantamento militar contra as cedências do Governo (e da Coroa) ao ultimato britânico de 1890 por causa do Mapa Cor-de-Rosa, que pretendia ligar, por terra, Angola a Moçambique. Esta é a explicação mais comum da primeira tentativa de implantação da República em Portugal

Neste discurso, proferido numa efeméride da data, já durante a Ditadura, o Almirante Tito de Morais fala de outras causas, além desta, que deu origem à “ Portuguesa “, composta por Lopes de Mendonça e Alfredo Keil, que viria a ser o Hino Nacional.

Como estes documentos são de difícil leitura, passo a transcrever algumas partes do discurso que acho interessante sublinhar:

“ O movimento revolucionário de 31 de Janeiro de 1981 foi um brado da indignação colectiva contra os desmandos dos governos da Monarquia, agravados pela afronta recebida em 11 de Janeiro do ano anterior; traduzindo o anseio da consciência democrática do País pela mudança………………………………..”

“………..Os defensores da Monarquia não quizeram ou não souberam ver no seu verdadeiro significado aquele brado da Nação……………………………………..trataram, sim, de engrandecimento do poder real, enveredando por actos dictatoriais , falta de cumprimento da Lei e falta de respeito da Constituição, publicação de leis de excepção, repressão cada vez mais violenta da liberdade de reunião e da liberdade de Imprensa – com assaltos de policia às redacções dos jornais – e permitindo nova invasão jesuítica que, em breve, dominaria todas as actividades oficiais, verificando-se a resistência dos prelados ao poder civil.”

“……..escândalos era interminável: empréstimos a bancos e a outras instituições particulares, sem disponibilidades que as permitissem mas e cujas administrações alguns ministros não eram estranhos; a administração dos fundos públicos constantemente deficitária; a concessão de Mac – Murde, os “bonds” de Hersent, as cédulas de Burnay, o contracto dos Tabacos, o monopólio dos Fósforos, as jóias de D. Miguel, as questões dos Sanatóios e do açúcar da Madeira, a convenção com o Transvaal sem o “ ad referendum” do Governo, a partilha e venda das colónias tratadas na imprensa estrangeira, e defendidas por ministros, os desfalques elevadíssimos no Credito Predial e na Companhia Vinícola a cujas as administrações pertenciam os políticos mais em evidencia e, a mais importante de todas, a questão dos adiantamentos ilegais à Casa Real. ………………………………………………………………………………….”

O brado do 31 de Janeiro culminou com a Vitoria do 5 de Outubro”

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