terça-feira, 31 de julho de 2018

PERIGO AMÊNDOAS DE CAROÇOS DE ALPERCE 
Durante muitos anos pensou-se que com o avanço da medicina as superstições e as charlatanices desapareciam por si, sem haver necessidade de as combater. Porém, a evolução do ser humano e dos seus medos provou o contrário.
Inquéritos realizados em vários países europeus mostram que cada vez é maior o numero de pessoas que recorrem a este tipo de charlatães e abandonam as consultas da medicina convencional. 

Um dos motivos para esta procura, senão o principal, é a deterioração da relação médico doente sujeita à pressão de horários ridículos com o objectivo de aumentar a produtividade ( maior numero de consultas). A visão alopática da biomedicina, assim como a atitude da industria farmacêutica não estão também isentas de culpa. 

O recurso a estas terapêuticas, muitas vezes anunciadas na net, podem ser prejudiciais para a saúde e é nosso dever como médicos denunciá-las.  

Já há alguns anos, um "medicamento" milagroso apareceu as amêndoas do caroço do alperce, consideradas, por alguns como um alimento anti-cancerígeno. 
Os vendedores deste produto milagroso, propõem que se consumam, como prevenção do cancro, uma dose diária de 10 amêndoas e caso já tenha cancro,uma dose curativa de 60.

Quando as doses diárias a não ultrapassar são, três amêndoas no adulto e a meia amêndoa  na criança. Atenção:. estes produtos " naturais" encontram-se, também, à venda, com o nome de sementes de damasco ou "amêndoa amarga".

A agência francesa de segurança sanitária da alimentação, do ambiente e do trabalho ( Anses) lembra, num  comunicado, que não existe qualquer prova cientifica para sustentar esta tese e assinala, por outro lado, que numerosos casos de intoxicação aguda foram notificados estes últimos anos  aos centros anti-venenos.

O responsável  por estas intoxicações é uma substância, bem conhecida dos pasteleiros e dos escritores de romances policiais, a amigdalina, um glicosido cianogénico, que liberta o ácido cianídrico ( cianeto) altamente tóxico quando ingerido. 
A agência de segurança alimentar sublinha  « Em caso de intoxicação aguda, os órgãos mais sensíveis ao cianeto são o cérebro e o coração, a vítima apresenta muito rapidamente sinais neurológicos e cardíacos. Numa dose baixa, a intoxicação pode provocar sintomas como febre, cefaleias, náuseas, insónias, letargia, dores articulares e musculares, hipotensão. Em doses elevadas, a intoxicação manifesta-se por convulsões, problemas respiratórios, diminuição da frequência cardíaca, perda de conhecimento e coma."  

Alerta ao consumidor: Cuidado com os riscos de intoxicação graves, nomeadamente nos casos de consumo em alta dose como aconselham para a cura do cancro


Baseado um artigo publicado em http://www.jim.fr


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