A SAÚDE DE NOVO NA CAMPANHA ELEITORAL NA USA
A candidata democrata à presidência norte americana Kamala Harris entende fazer do acesso à saúde um dos principais temas da sua campanha. ( cerca de 26 milhões dos cidadãos norte-americanos não têm qualquer acesso à saúde e mesmo os que possuem seguros nunca sabem até onde estão cobertos os cuidados médicos)
A escolha do tema deve-se também a que as sondagens mostram que o acesso à saúde é considerado como o mais importante para 57% dos norte americanos ( contra 51% pela imigração) e que a maioria da população partilha das posições mais progressistas de Kamala Harris.
O aborto continua a ser um pomo de discórdia nos Estados Unidos.
A decisão controversa da Corte Suprema de permitir a 14 estados de proibir o aborto e a quatro outros de limitar muito este direito, a interrupção voluntária da gravidez deverá ser um dos desafios chaves das eleições americanas. Kamala Harris tem aqui posições mais claras que Joe Biden (fervoroso católico ) nunca tendo escondido que é uma apoiante do direito ao aborto.
" Vou continuar a bater-me por os nossos direitos fundamentais e unir todos os americanos que pensam que cada mulher tem o direito de tomar as suas próprias decisões no que respeita o seus corpo sem interferência do governo" declarou a candidata.
Se a 20 de Janeiro ela for eleita presidente dos Estados Unidos tudo indica que fará publicar legislação que preveja que os hospitais sejam obrigados a praticar abortos caso a saúde da mãe esteja em risco, mesmo nos Estados que a proíbem.
Para isso ela tentará igualmente mudar a jurisprudência existente, nomeando juízes progressista para a Corte Suprema. Irá seguramente ter um aliado de peso em Tim Waltz que em 2023 promulgou várias leis garantindo o direito ao aborto no Minnesota.
Outra batalha importante será de controlar o preço dos medicamentos que durante muito tempo foram fixados livremente pela indústria farmacêutica, continuando os sucessos obtidos pela administração Biden. As leis federais conseguiram que os diabéticos beneficiem do programa Medicare, destinado aos mais pobres e idosos, a não pagar mais de 35 dólares por mês para a sua dose de insulina.
Quase impossível será fazer a defesa de uma cobertura universal dos cuidados de saúde, sistema que existe na quase totalidade dos países ocidentais.
Um sistema universal de saúde como o nosso é tentado sem sucesso desde o tempo do Presidente Franklin Delan Roosevelt ( 30/01 /1882 - 12/04/1945).
Obama apenas conseguiu, com o sistema chamado de "Obamacare", que parte da população beneficie de seguros privados, deixando cerca de 26 milhões de cidadãos sem qualquer tipo de cuidados de saúde.
Claro que os lobbies farmacêuticos, a Corte Suprema e outros instalados na Casa Branca e nos diversos Estados são contrapoderes que impediram atitudes de mudança das suas politicas liberais no campo da saúde.
Conclusão:
No outro lado do Atlântico políticos democratas têm ao longo dos anos tentado estabelecer um sistema de saúde não baseado na oferta e procura que levou o seu grande país a níveis vergonhosos de indicadores de saúde.
Ao contrário no nosso país que conseguiu com uma revolução conquistar um serviço nacional de saúde geral, universal e gratuito as forças retrogradas e neoliberais tudo fazem para o destruir.
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