quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

A GUERRA COLONIAL






A GUERRA COLONIAL


Mais de cinquenta anos passaram-se sobre o início das guerras nas colónias portuguesas de África e a sua história ainda não nos foi contada. Excepção feita a alguns livros escritos por ex militares portugueses e, sobretudo, ao intenso trabalho jornalístico de Joaquim Furtado na sua reportagem televisiva “ A Guerra”, os portugueses, e sobretudo os jovens, pouco sabem sobre ela.

O 25 de Abril de 1974 deveu-se ao empenhamento de militares do quadro permanente - muitos com várias campanhas em África - e por isso, mas não só, esta página da nossa História foi congelada.
Muitos outros assuntos tinham urgência em serem resolvidos: analfabetismo, fome, saúde, habitação, eram problemas que colocavam o nosso país na cauda da Europa e envergonhavam cada um de nós.

Infelizmente, o confronto da sociedade com os seus fantasmas não foi feito: nem em relação à Guerra Colonial, nem em relação ao fascismo. Os da minha geração lembram-se bem da maneira ignóbil como foram absolvidos os carrascos da PIDE pelos juízes civis e militares, que oportunamente o filme de Bruno Almeida “Operação Outono”, sobre o caso Humberto Delgado, nos veio agora reavivar a memória.
Segundo a minha fraca opinião, a isto se deve muito a evolução da nossa Democracia, em que muitos falsos democratas colaboraram, escondidos a principio nos partidos políticos, e mais tarde descaradamente, por vezes, nos seus órgãos dirigentes.
Como escreveu Dostoievski, no célebre romance, os Irmãos Karamazov: “Se Deus morreu tudo é permitido,” ao que eu acrescento: sobretudo quando a Justiça dos Homens não funciona.
E assim este pobre país, depois da sua libertação, assistiu e assiste ao regabofe dos banqueiros agiotas e dos políticos corruptos. Sem democratas não se pode construir a DEMOCRACIA

Não tendo nenhuma simpatia pelos governos dos Estados Unidos da América, mas reconheço, com inveja, a capacidade do seu povo lidar com os seus fantasmas. Refiro – me, em especial, aos excelentes filmes produzidos e de grande divulgação sobre a Guerra do Vietname e agora a Guerra do Iraque. A velha Europa não possui esta capacidade de autocritica, exemplo disto é a forma como a França e os franceses viveram e vivem a guerra da Argélia e, mais recentemente,  à  atribuição do Prémio Nobel da Paz a este velho continente numa tentativa de apagar a tão recente guerra na ex Jugoslávia. Será que os Balcãs não são Europa?

Hesitei muito em publicar este panfleto que guardo sobre os Massacres em Moçambique, mas faço-o na esperança que contribua para que os leitores do blogue tenham maior informação sobre este período.






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