terça-feira, 15 de janeiro de 2013

ACIDENTE POR ARMA DE FOGO


A América ou mais precisamente os Estados Unidos da América continuam a discussão da venda livre de armas. Muitas vozes de personagens celebres, como Clint Eastwood, defendem objectivamente os armeiros e o negócio das armas

Onde é que este assunto se imbrica com a saúde, tornando-se um verdadeiro problema de saúde pública em todos estes países.
 Em um editorial publicado no New England Journal of Medicine, Garen J. Wintemute, lembra que os massacres mediáticos dos últimos meses: Newton e Aurora, são uma pequena parte no numero de pessoas mortas e feridas por arma de fogo nos Estados Unidos.
Em 2011, 88 americanos morreram todos os dias, por essa causa, e 202 foram feridos.
Segundo o autor do artigo mais do que em acidentes de estrada.

DUAS VEZES MAIS DE PROBABILIDADES DE MORRER BALEADO DO QUE DE DOENÇA ONCOLÓGICA

Outro editorial ( Boston Children's Hospital) alerta que em 2010 os ferimentos por arma de fogo provocaram a morte de 6570 crianças e adolescentes ou sejam 17 por dia. Torna-se a principal ameaça de morte para as crianças americanas. Duas vezes mais elevado que a morte por cancro, cinco vezes mais que as doenças cardiovasculares e quinze vezes que por doenças infecto-contagiosas.

A Academia Americana de Pediatria, face a esta situação recomendou, em Outubro de 2012, que não existissem armas de fogo nas residências e comunidades frequentadas por  crianças e adolescentes. Os pediatras juntaram à sua mensagem do perigo dos acidentes domésticos mais este aviso. Esta mensagem foi redobrada nos casos em que se detectaram na criança ou no adolescente problemas mentais ou de comportamento.
Esta acção é necessária e meritória mas duvido que os resultados sejam positivos. A prevenção deve estar associada ao esclarecimento mas as leis publicadas terão de ser cumpridas.
A força dos armeiros é tal ordem, que em estados, como o da Florida, a palavra dos pediatras foi silenciada, por intermédio da publicação de legislação que considerou ilegal as intervenções preventivas dos médicos junto às famílias que possuíam armas. Uma acção judiciária foi interposta, neste estado, pela AAP ( associação de pediatria).
A Associação ganhou e a lei foi prorrogada por ordem de um tribunal em Miami. Contudo, o governador fez apelo de esta decisão e leis semelhantes foram entretanto introduzidas em três outros estados.
Ao mesmo tempo, o Congresso restringiu as actividades de investigação do CDC e Prevenção ( espécie de infarmed, mas com componente preventiva) respeitantes aos ferimentos e mortes por bala.

Por cá, felizmente, não existe comparação, porém as mortes por acidente nas crianças continuam a ser a primeira causa de morte e de incapacidade permanente, neste grupo etário.
Não há qualquer duvida que são problemas de saúde publica e que a solução é preventiva. Parece que os nossos secretários de estado da saúde não estão muito preocupados com esta causa de morte, e demagogicamente atiram a culpa para os cidadãos culpando-os de fumar e comer gorduras e doces.

Srs Secretários de Estado da Saúde, as campanhas de prevenção devem ser feitas por técnicos de saúde e custam dinheiro. E já agora, que tal acções de esclarecimento no combate aos acidentes na RTP, seria um bom serviço ao público.

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