terça-feira, 9 de outubro de 2012

Bebidas energeticas podem matar?

O relógio de corda, minha amiga de facebook e blogues, alertou-me para a expansão em Portugal das bebidas energéticas. Professora em Leiria constatou que alguns dos seus alunos consumiam logo pela manhã, uma destas bebidas - O Monster- e eram os pais que compravam. Santa Ignorância-. Perguntei ao meu neto que tem 12 anos se conhecia a bebida? Ele conhecia-a e muitos dos seus companheiros de liceu bebiam com frequência.
Estas bebidas contêm taurina ( a celebre Red Bull), doses elevadas de cafeína além de outros ingredientes:- guaraná, giseng, etc..
Já há alguns anos que as bebidas energéticas se instalaram alegremente no nosso país, basta só lembrar os celebres festivais de aviação da Red Bull, no Porto. Os seus anunciantes gabam-lhes os efeitos e prometem aos seus consumidores mais energia, uma maior resistência ao álcool e uma ajuda para emagrecer. Nunca ouvi o director geral de saúde ou o ministro falarem sobre estas bebidas ou tentarem proibi-las.
Em França, a Ministra da Saúde pediu ao Instituto Nacional de Vigilância Sanitária de analisar os efeitos indesejáveis destas bebidas. O balanço dos primeiros anos surgiu em Junho deste ano e relatou um numero de casos, felizmente poucos, inquietantes. Foram registados, por este organismo, 24 casos de efeitos indesejáveis, com mais seis denunciados a outra agência.
Os efeitos indesejáveis foram :- taquicardia e /ou crises de epilepsia, parestesias, tremores,vertigens além de manifestações psíquicas; como angustia,agitação e confusão. Houve 3 casos de acidente vascular cerebral e 2 de paragem cardíaca ( 1 mortal) para os quais a relação causa efeito não foi claramente estabelecida. Os seis casos referidos pela Agência ( ANSES) de segurança sanitária foram em pessoas com menos de 30 anos. No total existem pelo menos 3 casos de morte desde 2008.
O relatório alerta para o perigo da mistura de álcool com bebidas energéticas. Dos seis casos referenciados, cinco tinham também bebido álcool. O consumo destas bebidas está muitas vezes ligado à pratica desportiva e destes, 27% dos consumidores com menos de 35 anos associam, algumas vezes, bebidas alcoólicas.
Aguardemos as nossas estatísticas, isto se alguma vez vierem a existir.

Uma equipa de pediatras de Miami lançou o ano passado um aviso contra este tipo de bebidas e da sua possível toxicidade para as crianças e adolescentes. Em França, a Agência nacional de segurança sanitária tem referido os efeitos neuro-comportamentais potenciais da taurina e da toxicidade renal da D-glucuronolactona.

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