segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

ISTO É FASCISMO





O BUFO

Muitos que não conheciam esta personagem vão agora conhecê - la graças a este governo " neo-liberal".

Quando era muito jovem, aí pelos meus 16 anos, ía quase todos os sábados à noite ao cinema. Além do filme, o mais importante era o intervalo e a ida ao foyer, para observar as raparigas, normalmente mais velhas. 
Eu e os meus amigos fumávamos um cigarrinho, para parecermos mais velhos ( julgávamos nós).
Os intervalos eram tão importantes que quando fazíamos a nossa critica cinematográfica, costumávamos dizer:- o filme é muito melhor depois do intervalo.
Voltando ao foyer, os mais cobiçados pelas raparigas acendiam o cigarro num golpe de isqueiro, alguns de nós muito habilidosos. 
Abrindo, novamente, um parêntesis para os mais jovens, existia uma lei que proibia utilizar o isqueiro na rua, ou por outra segundo a lei só podia ser utilizado debaixo de telha. Assim, o bufo/fiscal das finanças marcava durante o intervalo todos os incautos que utilizavam os seus lindos isqueiros, alguns pertencendo aos pais, e à saída do cinema pediam lume aos jovens que ingenuamente caíam na armadilha e eram multados e ficavam sem isqueiro que era apreendido. A justificação desta lei estúpida dada pelos fascios é que assim se protegia a empresa nacional da fosforeira. A lei foi revogada provavelmente porque os filhos dos senhores do regime já estariam fartos de ficarem sem isqueiros.
O gene da estupidez fascista está inscrita no ADN deste governo e assim aparece aquela famigerada lei das facturas, aquela a que  o meu amigo Viegas se insurgiu, declarando que mandava os bufos " tomar no cu", coisa que nunca poderíamos ter dito nos idos anos cinquenta, sem arriscar a prisão.
Eu sei que o ex secretário de estado da cultura passa muito tempo no Brasil, por isso perdoo-lhe o brasileirismo de tomar no cu, em português vernáculo diz-se: - levar ou apanhar no cu, tomar é mais utilizado para um clister ( O sr vai tomar um clister).

Mas cuidado, se não os mandarmos todos tomar, levar ou apanhar no cu, regressamos rapidamente a um passado que não queremos.



  

1 comentário:

  1. A lei dos isqueiros era ridícula, surreal mesmo. Tem razão; qualquer semelhança entre essa lei fascista e esta treta das facturas não será pura coincidência. Estes "meninos" do poder têm o condão de ressuscitar o que de pior este país teve no passado.
    Eu cá, até já tenho medo de sair do Pão-Quente ou da cabeleireira e ser apanhada em flagrante delito "factural"!

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