segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Ainda o Gás Sarin




Se o gás Sarin fosse utilizado em Portugal o que faríamos? Qual a composição deste gás devastador? Quais os efeitos no ser humano?

O gás Sarin, como já escrevi anteriormente, foi descoberto em 1938, por Gerhard Schrader, químico alemão ao serviço da companhia IG Farben, que trabalhava na procura de novos pesticidas. Este químico prepara esta substância, dois anos depois de ter desenvolvido nas mesmas condições o tabun, um outro neurotoxico.
O Sarin pertence à família dos organofosforados é inodoro, incolor e volátil e mortal a doses muito baixas (0,01ppm).
Por isso, este gás altamente mortífero foi classificado como uma arma de destruição massiva desde 1993. O seu armazenamento é proibido desde 2007.

As vitimas apresentam sintomas devido à combinação de efeitos muscarinicos (miosis,bradicardia, perturbações da visão, hipersecreção bronquica, dispneia, diarreia, incontinencia...) nicotinicos ( fadiga muscular, paralisia respiratória...) e centrais ( crises convulsivas). Estes palavrões são para os meus seguidores médicos.

Não querendo empregar mais palavrões médicos, direi que o tratamento consiste em medidas de descontaminação, manobras de reanimação usuais e medidas específicas de combate do gás sarin.
Muitos exércitos, afim de prevenirem-se de um ataque, põe à disposição dos seus soldados seringas auto injectáveis com três compartimentos pré-carregados contendo atropina, pralidoxima e diazepam e com as indicações posológicas necessárias.

Medidas a tomar em caso de intoxicação química:

  • Área isolada por um cordão policial.
  • Exploração da zona contaminada por equipas formadas e munidas de vestes impermeáveis, chamadas NRBC ( protecção contra riscos nucleares, radiações, bacteriológicos e químicos)
  • Descontaminação precoce das vitimas, por duches colocados nas imediações do local de contaminação
  • Finalmente o tratamento das vitimas num posto médico avançado depois da descontaminação.
As zonas de descontaminação devem ser hermeticamente fechadas, e a pressão de ar deve aumentar de zona para zona.
Prever também a chegada massiva de vitimas pelos seus meios antes deste plano estar concluído. O plano de urgência hospitalar deve ser posto em marcha.


Um gigantesco exercício de protecção civil, cobrindo ataques NRBC ,decorreu no dia 12 de Junho em Lyon para testar a cadeia de socorros às vitimas e de verificar a reactividade dos meios e das equipas  socorristas assim como da cadeia de comando  das operações de socorro.

Participaram neste exercício, de dois dias, equipas de protecção civil da Alemanha, Bélgica, Espanha, Itália e Portugal, sob os auspícios da União Europeia.

Esperemos que estes exercícios tenham sido úteis.



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