sexta-feira, 13 de setembro de 2013

O NOBEL E AS ARMAS QUÍMICAS


O NOBEL E AS ARMAS QUÍMICAS




O pedido de retirar o Prémio Nobel da Paz a Barack Obama, atribuído em 2009, aparece hoje como uma exigência em vários jornais e blogues. Este facto seria uma resposta à cedência do Presidente dos Estados Unidos da América aos lóbis judaico e do armamento.
Os prémios Nobel sempre foram atribuídos segundo conveniências políticas (Kissinger em 1973), por isso figuras de relevo internacional o recusaram, infelizmente raríssimas, como foi o caso de Jean Paul Sartre.
Quem era Alfredo Nobel (1833 - 1896)?
Químico sueco, fabricante de armas inventou a dinamite o que o tornou multimilionário. Talvez com remorsos, legou a sua enorme fortuna para a criação dos prémios com o seu nome.

A utilização das armas químicas, data da I Guerra Mundial, com a utilização pelo exército alemão de gazes tóxicos, em 1915, em Ipres, França. Todos os da minha idade ouviram e conheceram os gaseados de guerra que combateram no Corpo Expedicionário Português. A utilização destes gases deveu-se a um laureado do prémio Nobel da Química (1918) Fritz Haber que foi chefe do departamento de armas químicas do exército do Kaiser.
Desde 1925 que se adoptou o Protocolo de Genebra proibindo a utilização destas armas. Hoje, 195 países assinaram a proibição de armas biológicas e químicas, ficaram de fora Israel e a Síria.

Actualmente outro Nobel, Barack Obama, presidente de um país que foi o único que utilizou armas atómicas acha-se com o direito, seguindo a política belicista e imperialista dos seus antecessores, de arrasar a Síria com a justificação que armas químicas foram utilizadas pelo governo deste país contra o seu próprio povo.

Tudo indica, segundo as últimas noticias, que o massacre a este de Damas provocado pelo gaz Sarin partiu das forças opositoras a Bachar el-Assad. 

Pelo menos em França, já havia a suspeito da utilização deste neurotóxico neste conflito, quando numa reportagem na região de Jobar, jornalistas do Monde trouxeram amostras de sangue, urina e cabelos de 13 potenciais vítimas e que revelaram a presença de gaz Sarin. A Rússia possuía também amostras positivas recolhidas em Khan al- Assal do uso deste gaz pelo chamado “exército sírio livre”.
O gaz Sarin já tinha sido responsável pela morte de centenas de pessoas no atentado no metro de Tóquio perpetrado pela seita Aum Shinrikyo que fez 12 mortos e 5500 feridos. No teatro Dubrovka de Moscovo, após a tomada de cerca de 800 reféns por um grupo terrorista, os comandos russos anti motim introduziram o agente químico na ventilação ocasionando a morte de 39 terroristas e 129 reféns.

Infelizmente já nos habituaram, o que é terrível, que os tratados internacionais são bastas vezes violados e sempre pelos mais fortes.

Durante a guerra do Vietname, os Estados Unidos utilizaram esfoliantes químicos, o tristemente célebre Agente Laranja que afectou cerca de 4 milhões de vietnamitas e centenas de soldados norte americanos.
Ainda hoje nessas zonas continuam a nascer crianças com malformações.

 Procedeu-se a acções judiciais contra as companhias Montana e outras fabricantes deste composto, mas até agora as indeminizações não foram pagas nem aos vietnamitas nem aos ex combatentes do exército americano.

A proposta russa de obrigar a Síria a submeter o seu armamento químico à supervisão internacional e proceder à sua destruição, é boa e esperemos que se torne extensiva a todos os países do mundo.

Oxalá se evite a guerra. 

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