quinta-feira, 19 de setembro de 2013

As Noticias



O texto do jornal o Moniteur, da época de Napoleon, é bem evocativo de um tipo de jornalismo que ainda hoje existe, diria cada vez mais, que camaleonicamente passam de um extremo a outro, não pelo medo de ir para a prisão mas de perder o tacho.
 Não vou citar nomes porque todos os meus seguidores os conhecem bem .
Quando do 25 Abril, a transição para a democracia de muitos pasquins e jornalistas demorou apenas um dia. Alguns como  Ramiro Valadão, director da RTP no 24 de Abril, que saudou os Srs oficiais vitoriosos, eram demasiado  conhecidos e comprometidos para conseguirem enganar. Outros o conseguiram e ficaram.

O texto que abaixo insiro foi retirado do livro de Costa Cabral : Liberais e Absolutista. O autor faz um paralelo desta transição  brusca do Moniteur com o jornal oficial "A Gazeta de Lisboa", que no dia 30 de Agosto de 1820, pela pena do Marquês de Palmela, referia-se à Revolução liberal como "o horrendo crime de rebelião contra o poder e autoridade legitima...." e termina no dia 15 de Setembro, descrevendo "os malévolos revoltosos, de dias ante,s como os Ilustríssimos e Excelentíssimo (sic) ...que entraram no Palácio do Governo aclamados pelo povo".

Mas, voltemos ao jornal francês que relata assim a marcha de Napoleão,, vindo da ilha de Elba, sobre Paris: " L'anthropophage  est sorti de son repaire - L'ogre de Corse vient de débarquer au golf Juan - Le tigre est arrivé à Cap - Le Monstre a couché à Grenoble - Le tyran a traversé Lyon; - L'usurpateur a été vu à 60 lieus de la capitale;- Bonaparte s'avance à grand pas, mais il n'entrerá jamais à Paris - Napoléon sera demain sous nos remparts; - LÉmpereur est arrivé à Fointainebleau - Sa Majesté impériale a fait son entrée hier au château des Tuileries, au milieu de ses fidèles sujets". 
Tais são os títulos sucessivos dos artigos durante o tempo que mediou a partida do antropófago e a chegada do Imperador em Paris.


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