sexta-feira, 1 de junho de 2012

RACISMO


O racismo, o não admitir o direito à diferença, é dos sentimentos mais baixos do homem.
Contudo, apesar de muitas vezes inconfesso, ele está latente em todos os povos, mesmo os tidos por mais tolerantes.
Desde que conhecemos a história da humanidade, com a deslocação dos povos nómadas, a primeira reação daqueles que habitavam o território era a desconfiança e o medo, o que quase sempre originava confrontos e guerras. Claro que o racismo tem uma forte componente económica e quando o homem se sente ameaçado no seu emprego ou na sua segurança torna-se presa fácil das ideias racistas.
A Europa está novamente a ser atingida por este flagelo, mesmo em países considerados tolerantes como a Holanda e a Itália, este fenómeno está a crescer de uma forma assustadora e apesar das leis aprovadas na Carta dos Direitos Fundamentais da União Europeia  - que garante ao cidadão europeu, no seu artigo 21  (item 1), a proibição da discriminação por motivos de raça, cor ou origem étnica -, os partidos de extrema-direita racista estão a aumentar a sua influência em países como a Inglaterra, Holanda, França, Áustria, Hungria e agora a Grécia.

O partido grego do "Amanhecer Dourado", teve uma forte votação nas últimas eleições,  dia 6 de Maio, para a Assembleia Nacional. Notícias inquietantes chegam-nos deste país.
Em Patras, a terceira maior cidade da Grécia, após um confronto entre a polícia e um grupo de extrema-direita foram presos mais de 20 manifestantes e oito polícias ficaram feridos.


Os factos ocorreram quando cerca de 350 pessoas tentaram entrar à força e incendiar uma fábrica abandonada, onde dezenas de imigrantes vivem em condições muito precárias.
Os confrontos deram-se quando as forças da polícia dispersaram a multidão. O comunicado, emitido pelos responsáveis da polícia, assegurava que a maior parte dos agressores eram membros do “Amanhecer Dourado”.
Por sua vez, o deputado local deste partido, Mijalis Arvanitis, foi atacado por um grupo de antifascistas quando saía dos estúdios de um canal de televisão, depois de dar uma entrevista. A tensão nesta cidade portuária despoletou depois do assassinato de um homem de 30 anos, presumidamente às mãos de três imigrantes afegãos, e, segundo algumas informações, a luta começou depois do cão da vítima ter atacado estrangeiros. A polícia prendeu um dos suspeitos, que teria admitido a sua participação na luta, mas os outros continuam em liberdade.
Patras é o principal destino dos imigrantes que tentam entrar clandestinamente em Itália, escondidos em transbordadores, uma vez que a crise transformou a Grécia num enorme carcere para os trabalhadores estrangeiros,. Não há trabalho mas tão pouco podem procurá-lo noutro lugar. Os imigrantes ilegais carecem de documentação válida.

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