Fez precisamente um ano, a 12 de Janeiro de 2010, que um sismo de grau 7 da escala de Ritcher se abateu sobre o Haiti, provocando mais de 300 000 mortos, segundo fontes oficiais.
Uma onda de solidariedade percorreu todo o Mundo, recolheram-se milhões de dólares, constitui-se uma comissão de recuperação do país, liderada pelo ex – presidente dos Estados Unidos, Bill Clinton, mas um ano depois pouco foi feito.
O relatório da Oxfam, organização humanitária com sede na Grã-Bretanha, acusa esta comissão de falta de decisão e de constantes adiamentos. O relatório cita dados da ONU mostrando que apenas 42% dos 2,1 mil milhões de dólares prometidos para a reconstrução do Haiti, durante uma conferência internacional de doadores, efectuada em Março, em Nova York, foram de facto aplicados.
Mais importante, contudo, é a afirmação, no relatório, de que a comissão presidida por Clinton e pelo primeiro-ministro haitiano, Jean–Max Bellerive, ficou aquém do esperado em muitas áreas cruciais. “ …Perto de 1 milhão de pessoas ainda estão desalojadas. Menos de 5% do entulho foi removido, construiu-se apenas 15% das habitações temporárias necessárias e relativamente poucas instalações de água e saneamento básico”.
O relatório afirma que a Comissão só se reuniu algumas vezes desde a sua criação e caracteriza - se por “ políticas e prioridades frequentemente contraditórias”e precisa fazer mais para consultar o povo haitiano, bem como comunicar as suas decisões e funções.
O povo, um ano depois, continua em sofrimento, além da enorme tragédia que destruiu praticamente Port-au-Prince, sofreu uma epidemia de cólera, trazida por soldados sudaneses do contingente da ONU, segundo notícias de alguns jornais.
Milhares de pessoas deslocadas vêm-se agora obrigadas pelos proprietários dos terrenos aonde construíram as suas tendas a sair dos acampamentos.
Santa “Propriedade Privada” !!!
Desesperados questionam-se para onde é que vamos? O que podemos fazer? Perante as ameaças de expulsão por parte dos proprietários.
As autoridades permanecem indiferentes a estes apelos, apesar da recomendação feita a 18 de Novembro último pela Comissão Interamericana dos Direitos Humanos ao Estado haitiano para que “ adopte uma moratória sobre as expulsões dos acampamentos dos deslocados internos até que assuma de novo o governo”.
Para agravar a situação o país mergulha numa grave crise política após as contestadas eleições de 28 de Novembro de 2010, que ensombra e agrava o panorama social no Haiti.
Doze dos dezanove candidatos presidenciais pediram logo no próprio dia 28 a anulação das eleições, acusando de fraude e irregularidades a favor do candidato oficioso Jude Célestin, genro do actual presidente René Préval.
Um ano depois do terramoto, a reconstrução do Haiti não começou por falta de dinheiro e porque o povo haitiano foi excluído de todo o processo.
A Comissão Interina para a Reconstrução do Haiti (CIRH) presidida em conjunto pelo ex presidente americano Bill Clinton e pelo primeiro ministro haitiano Jean-Max Bellerive, está longe de dar os resultados que se esperavam.
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