segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

TANTO MAR,TANTO MAR

TANTO MAR, TANTO MAR



CHICO!
MANDA UM CHEIRINHO TROPICAL


No dia da tomada de posse de Dilma Roussef, o General José Elito Siqueira, após ter assumido o cargo de ministro do gabinete de Segurança Institucional da Presidência, numa entrevista à Folha de São Paulo declarou que “ não podemos seguir em frente olhando para trás…não podemos estar a perder tempo” na tentativa de branqueamento da ditadura militar (1964 a 1985) no Brasil e de oposição à criação da Comissão da Verdade.

Para este General, tanto a ditadura militar como os casos de desaparecidos naquele período devem ser tratados como “ fato histórico”, mais afirmou: -“…Temos que ver o 31 de Março como um dado histórico para a nação, seja com prós e contras, mas com um dado histórico. Da mesma forma os “desaparecidos”.

As declarações do General, à Folha de São Paulo, causaram mal-estar no Palácio do Planalto, principalmente na “entourage” da Presidenta.

A ministra dos direitos humanos, Maria do Rosário, reagiu imediatamente e disse: “ O Estado Brasileiro tem que resgatar sua dignidade em relação aos mortos e desaparecidos na ditadura (…) Não se trata de revanchismo”.
Ao tomar conhecimento do conflito ideológico entre o General e Maria do Rosário, dois de seus ministros, Dilma chamou de imediato o militar para dar explicações sobre as suas declarações contra a criação da Comissão da Verdade.
Depois deste “puxão de orelhas” da Presidenta, o General refugiou-se no fato de ter sido mal compreendido pelos jornalistas e que os jornais não retrataram o que ele disse.

O projecto de lei que cria a Comissão da Verdade foi enviado ao Congresso em Maio de 2010 pelo Presidente Lula da Silva e aguarda aprovação. De acordo com o projecto, a comissão, que tem por objectivo “promover o esclarecimento circunstanciado dos casos de torturas, mortes, desaparecimentos forçados, ocultação de cadáveres e sua autoria, ainda que ocorridos no exterior”

Há mais de trinta anos que famílias de adversários da ditadura e organizações de direitos humanos exigem do Estado brasileiro a localização dos restos mortais de 138 vítimas da repressão consideradas “ desaparecidas políticas”.

O Direito à verdade é reconhecido em todo o Mundo e por cá movimentos como o Não Apaguem a Memória e outros, trabalham para que todos conheçam a nossa História, sem os branqueamentos sucessivos dos nossos “ Siqueiras “, que pululam pelo aparelho de Estado e como o General Brasileiro sabem desculpar-se quando os ventos lhe são adversos.

Esperemos que o nosso próximo Presidente saiba também “puxar as orelhas” aos “Élitos Siqueiras” que espreitam pelo melhor momento para apagarem dos livros de História o período do fascismo em Portugal.

Sem sede de vingança, a reconciliação nacional só é possível se a história for conhecida e responsabilizarmos a Ditadura (1926 a 1974) pelas graves violações dos Direitos Humanos que cometeu, com vistas à sua não repetição.

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