sexta-feira, 23 de março de 2012

DISPOSITIVOS MEDICOS



O escândalo na fabricação dos implantes mamários da marca Poly Implant Prothése (PIP), ainda vai no adro, com o registo de complicações em 11 casos em Portugal e pelo menos uma morte em França e já há noticias que a mesma fabrica comercializa também, com a mesma substância próteses testiculares. 
Num longo artigo How safe are metal-on-metal hips implant?, publicado no British Medical Journal ( BMJ) a 28 de Fevereiro de 2012 a autora Debora Cohen coloca o problema da libertação de iões metálicos, devido à fricção, das próteses da anca cobertas com crómio e cobalto com os prejuízos óbvios para a saúde dos pacientes. 
As análises realizadas em portadores de próteses da anca revelaram taxas de cobalto de 300yg/L ou seja 600 vezes superior ao fisiológico.
O grave é que o autor acusa que estes dados não eram ignorados pelos cientistas e os fabricantes, assim como aconteceu nos implantes mamários e testiculares.
As leis nacionais e europeias reguladoras dos dispositivos médicos são muito mais liberais que as dos medicamentos.
Já se sabe que a indústria farmacêutica, o maior negócio a seguir ao das armas, visa em primeiro lugar o lucro, vejam-se os vários julgamentos a decorrer em França e nos Estados Unidos.
Tudo isto obriga a que as leis europeias que fiscalizam estes dispositivos médicos sejam mais rigorosas. 
O mesmo artigo do BMJ cita o Prof. Nick Freemantle : “ Os métodos de regulação dos dispositivos médicos parecem mais datar dos anos cinquenta que do século XXI.”

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