O escândalo na fabricação dos implantes mamários da marca
Poly Implant Prothése (PIP), ainda vai no adro, com o registo de complicações
em 11 casos em Portugal e pelo menos uma morte em França e já há noticias que a
mesma fabrica comercializa também, com a mesma substância próteses
testiculares.
Num longo artigo How
safe are metal-on-metal hips implant?, publicado no British Medical Journal (
BMJ) a 28 de Fevereiro de 2012 a autora Debora
Cohen coloca o problema da libertação de iões metálicos, devido à fricção,
das próteses da anca cobertas com crómio e cobalto com os prejuízos óbvios para
a saúde dos pacientes.
As análises realizadas em portadores de próteses da anca
revelaram taxas de cobalto de 300yg/L ou seja 600 vezes superior ao
fisiológico.
O grave é que o autor acusa que estes dados não eram
ignorados pelos cientistas e os fabricantes, assim como aconteceu nos implantes
mamários e testiculares.
As leis nacionais e europeias reguladoras dos dispositivos
médicos são muito mais liberais que as dos medicamentos.
Já se sabe que a indústria farmacêutica, o maior negócio a
seguir ao das armas, visa em primeiro lugar o lucro, vejam-se os vários
julgamentos a decorrer em França e nos Estados Unidos.
Tudo isto obriga a que as leis europeias que fiscalizam estes
dispositivos médicos sejam mais rigorosas.
O mesmo artigo do BMJ cita o Prof. Nick Freemantle : “ Os
métodos de regulação dos dispositivos médicos parecem mais datar dos anos
cinquenta que do século XXI.”
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